Um encontro com o Aguaturbia

Eles lançaram apenas dois discos, mas entraram para a história como uma das bandas mais ousadas da virada dos anos 1960/1970. A pZ foi até Santiago, Chile, para conhecer de perto o fenômeno psicodélico Aguaturbia

por Bento Araujo     24 fev 2015

Aguaturbia

O conquistador espanhol Pedro de Valdivia não imaginava que, ao fundar a cidade “Santiago de Nueva Extremadura” (em honra ao Apóstolo Santiago, santo patrono da Espanha), estava dando início a uma das cidades mais interessantes e charmosas da América Latina. Hoje, Santiago pode ser conhecida pelos turistas por sua proximidade às estações de esqui localizadas na Cordilheira dos Andes, ou por seus vários atrativos históricos e culturais, museus, palácios, mirantes, shows, vida noturna intensa, compras etc. Apesar disso, meu interesse na bela Santiago era outro: conhecer Denise e Carlos Corales, fundadores e linha de frente de uma das principais bandas psicodélicas da virada dos anos 1960/1970: Aguaturbia.

Após contatos virtuais e telefônicos agendamos nosso encontro no estúdio particular da dupla, localizado na casa onde vivem, num agradável bairro residencial de Santiago. Chego e sou recebido com entusiasmo por Denise e Carlos, animados por estarem prestes a conversar com um veículo musical do Brasil.

Quando descemos para o estúdio para começar nosso bate-papo, Denise me conta que é minha conterrânea, pois nasceu Climene María Solís Puleguini, em São Paulo, antes de, aos três anos de idade, ir morar com seus avós no Chile: “Toda a minha família era brasileira, com exceção de meu pai, que era chileno”. Muito cedo, ela já escutava a música de Maria Callas e cantava em português, espanhol e inglês. Logo passou a cantar em programas de rádio, mas desenvolveu uma paixão por um gênero musical específico: “A minha vida e a minha música está muito ligada ao blues, é o que me representa. O rock tem essa coisa louca, selvagem, urgente; algo que grupos como Stones, Who e Zeppelin praticavam. Hoje as pessoas vêm me falar de rock e me falam em Foo Fighters…”.

O próximo passo de Denise foi ligar para os escritórios da Odeon chilena, dizendo que era uma cantora chilena/brasileira que queria gravar um repertório internacional. Esbanjando confiança e força de vontade, Denise foi ao poucos adentrando ao mercado fonográfico da música pop e beat chilena. Quando se deu conta, já tinha três compactos gravados e lançados pela Odeon. Corria o ano de 1968 e Denise ainda era menor de idade, mas já sabia o que queria. Influenciada por Beatles, seu desejo era gravar algo mais rock e experimental, de preferência com uma banda de apoio. Foi assim que apareceu o conjunto Los Tickets em seu caminho, grupo que contava com o mais conceituado guitarrista chileno do período, Carlos Corales. Conhecer Carlos pessoalmente foi uma grande honra e ele me contou um pouco sobre essa época: “Tivemos um movimento bem forte no Chile, nos anos 1960, chamado Nueva Hola, onde muitos artistas locais faziam covers de sucessos internacionais (N.E. algo similar ao que tivemos aqui sob o nome Jovem Guarda). Na rádio só tocava esse tipo de música. A partir de 1965 as coisas mudaram, a influência do blues e do rock aumentou, assim como a necessidade de escrever canções de protesto. Foi uma revolução contra a música comercial que tocava no rádio. Creio que isso aconteceu no mundo todo, tinha de ser assim. A rebeldia jovem necessitava de novos representantes”. Certamente, um desses representantes era uma mulher, Cecilia Pantoja, ela que foi um ícone da Nueva Ola, e segundo Carlos, a primeira artista com uma atitude genuinamente rock na música chilena, esbanjando personalidade, sem imitar ninguém.

aguaturbia foto

Já Denise, então amparada pelos Tickets e pela guitarra de Carlos, também estava pronta para a revolução, principalmente depois de ouvir os mais quentes LPs que chegavam importados ao Chile, discos de nomes como Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Melanie. A paixão pela música e por criar uma nova banda acabou unindo Denise e Carlos, que depois de um curto tempo namorando resolveram se casar, no início de 1969. Na verdade, o pai de Denise era muito conservador e trabalhava na polícia. Não permitiu sua filha cantar numa banda de rock pesado. Como era menor de idade, a única opção encontrada pela dupla foi o casamento.

O próximo músico a cruzar o caminho da dupla foi o baterista Willy Cevada, que aprendeu seu ofício com um músico brasileiro chamado Falcão. Fã de Cream e Ginger Baker, Willy foi o primeiro baterista chileno a tocar com uma bateria de dois bumbos. Na sequência a dupla foi apresentada a outro fã de Cream, o baixista Ricardo Briones, ou “Popeye”, apreciador da técnica de Jack Bruce. Nascia o Aguaturbia, nome que surgiu de forma espontânea na mente de Carlos Corales, cuja ideia seria juntar, numa única palavra, algo claro e cristalino com algo escuro e sombrio: agua + turbia. O nome seria um reflexo da sonoridade praticada pelo novo conjunto, sonoridade que Jimmy Page também buscava com seu Led Zeppelin do outro lado do mundo, tentando unir “luz” e “sombra”, como ele mesmo diz. Nesse sentido, Carlos estava totalmente sintonizado com Page.

“A influência do rock inglês e norte-americano era cada vez maior na América do Sul. O que aquele pessoal dizia musicalmente com uma união entre baixo, guitarra e bateria era algo incrível e muito popular. Foi fácil de assimilar, pois era a nossa língua”, conta Carlos, explicando como sua nova banda ampliou sua sintonia com aqueles turbulentos meses de 1968.

Mas estaria o Chile, e a América do Sul de 1968, preparados para uma banda como o Aguaturbia?

Denise: “Eles nunca imaginaram que poderia existir algo desse tipo. Assumimos uma imagem agressiva, que era a mesma de Hendrix, Joplin e Jefferson Airplane. Éramos quatro jovens, porém com experiência em se portar num palco. Quando Carlos me mostrou um disco do Airplane eu disse a ele: ‘posso cantar dessa maneira’. Deixei meu cabelo enorme, passei a usar roupas ousadas e chamativas e a cantar de maneira mais agressiva, ou seja, fui no caminho oposto das demais cantoras caretas chilenas. O Aguaturbia caiu como uma bomba no Chile, foi um momento de ruptura”.

Foi em 1969, o ano em que tudo aconteceu (Woodstock, Altamont, Mason, Vietnã, homem na Lua etc.), que o Aguaturbia moldou sua sonoridade ácida, fazendo inicialmente covers. Foi também nesse ano que Carlos fez sua primeira viagem aos EUA. No Fillmore East, em New York, assistiu ao Jeff Beck Group, ainda contando com Rod Stewart e Ronnie Wood. As intuições do guitarrista chileno foram confirmadas naquela noite, via os feedbacks alucinantes de Beck. Para soar como um guitarrista do primeiro mundo, era preciso não só de técnica e inspiração, mas também de um aparato tecnológico. Consciente de que poderia fazer algo similar, Carlos voltou para o Chile com uma Fender Stratocaster, alguns amplificadores e a memória do que havia conferido ao vivo no Fillmore – Jeff Beck Group, The Who, Ten Years After etc.

aguaturbia_3Assim como no Brasil, ser roqueiro e músico no Chile, em 1970, era sinônimo de ser perseguido e ridicularizado. Músico cabeludo era bicha, drogado ou vagabundo, ou as três coisas juntas. Pra piorar, eram acusados também de copiar o estilo musical norte-americano e, com isso, foram chamados de filhos do imperialismo. Cantar em inglês naquela altura era considerado um sacrilégio. Esse contingente ia na contramão. Eram minoria, mas se encontravam em franca expansão.

Nada disso impedia os shows do Aguaturbia, que topava qualquer parada, desde apresentações em comunidades hippies, festas em colégios e aniversários, até participar em grandes festivais, ao lado de outras bandas locais como Los Blops, Escombros, Beat 4 e Inside. Rapidamente, a banda sentiu que estava pronta para registrar aquele material em disco. Assim, entraram em contato com o produtor Camilo Fernández, proprietário do selo Arena, respeitado no underground por gravar obras de nomes como Victor Jara sem se preocupar com o teor comercial da coisa, priorizando apenas a liberdade artística.

Cientes disso, Denise e Carlos sentiram que poderiam jogar limpo com Camilo, sujeito que provavelmente apoiaria suas ideias em nome da arte. Como todo disco começa pela sua capa, a arte gráfica que embalaria a estreia do Aguaturbia teria de ser arrasadora. Era preciso entrar derrubando a porta da frente. Uma banda totalmente fora do convencional precisava de uma capa idem.

Assim, sugeriram uma foto no estilo de Two Virgins, de John Lennon e Yoko Ono, onde o quarteto apareceria completamente nu. Camilo adorou a ideia e a foto foi encomendada, como relembra Denise, com exclusividade para a pZ: “Aquilo foi uma mistura de talento e ingenuidade. Foi como se a banda tivesse se transformado depois dessa capa, que na verdade foi uma cópia, mas teve seu impacto em nossa sociedade. O fotógrafo e o nosso empresário disseram: ‘tirem tudo’. Foi uma loucura. Claro que para uma mulher é mais difícil tirar a roupa, principalmente na frente de outros rapazes, mas Carlos me apoiou e fui em frente. O Chile sempre foi um país muito machista, então os homens podiam fazer muitas coisas, mas as mulheres não. Uma mulher não podia mostrar seus seios em 1969. Minha mãe quase enfartou e meus sogros não queriam sentar comigo numa mesma mesa. Para eles foi muito difícil entender o que eu havia feito. Precisamos então andar pelas próprias pernas e montar nossa própria família”.

A foto utilizada na capa, ousadíssima para a época, acabou se tornando uma das imagens definitivas e emblemáticas não somente do rock chileno, mas do rock latino-americano. Denise estava contente, aliviada e orgulhosa ao mesmo tempo, já que, no Chile de 1970, diziam que tanto Janis Joplin, como Rita Lee, haviam tentado fazer o mesmo com suas respectivas bandas, Big Brother e Os Mutantes. Haviam tentado estampar uma foto como aquela na capa de seus discos, porém suas gravadoras vetaram. Em Santiago foi diferente e olha que o Chile estava apenas adentrando a sua década mais sangrenta e decisiva, politicamente e socialmente falando.

Mas o que ninguém imaginou é que a capa de Aguaturbia, o disco, acabou simbolizando uma suposta cena rotineira das muitas comunidades hippies daquela época, onde tudo era compartilhado: comida, bebida, drogas, dinheiro e, por que não, corpos. Como eles dizem por lá, a “partuza” estava sugerida. Ou seja, a orgia, a “suruba”. Evidentemente, Denise já era esposa de Carlos naquela altura, e estão juntos até hoje, então essa ideia acabou ficando apenas no imaginário coletivo. Bom para o disco e para a banda, que se alimentava da polêmica assim que o álbum chegou às lojas chilenas, em janeiro de 1970. Carlos: “Aquela linguagem era natural para a gente, pois vínhamos fazendo rock desde os tempos do Elvis. Nossa proposta foi totalmente diferente dos demais grupos, que baseavam sua música no folclore chileno, no lance mais acústico e folk. Era valiosa essa proposta, mas nosso lance era oferecer algo diferente. Nossa apresentação em cena também foi diferente, alguém precisava fazer isso. A capa foi no mesmo caminho, era uma questão, ou melhor, uma necessidade, de romper com o estabelecido. Vivíamos uma época de mudança”.

O escândalo fonográfico atrevido do Aguaturbia foi gravado num único dia, em dois canais, tudo ao vivo, apenas os vocais e a guitarra principal à parte. A mixagem foi feita no dia seguinte e o resultado foi um álbum histórico, mesmo sendo composto de covers em sua maioria. A sonoridade, no entanto, era lisérgica, blueseira, garageira, experimental, elétrica e metálica, compondo um tipo de rock desinibido e moderno, como ninguém tinha feito até então por aqueles lados. Nesse sentido, o Aguaturbia estava ao lado dos argentinos do Manal e Almendra, dos peruanos do Traffic Sound e de nossos Mutantes e Módulo 1000.

O impacto foi tamanho e a banda vivia uma fase tão proveitosa e intensa, que Camilo Fernández não perdeu tempo e resolveu capitalizar em cima das ótimas vendas da estreia. Apenas cinco meses depois ele convenceu o Aguaturbia a gravar seu segundo disco, Volumen II.

Naquela altura, o Aguaturbia sentia o peso de sua ousadia na pele. Qualquer roqueiro sulamericano sentia exatamente isso, então foi essa hostil incompreensão que a banda quis representar. Tanto que a capa trazia Denise crucificada, semi-nua, vista de cima, assim como na pintura de Dali. A ideia original era que Denise fosse crucificada totalmente nua, porém uma vocalista de rock nua simular o sofrimento de Cristo numa capa de disco pareceu além da conta, ainda mais num país católico como o Chile, onde, décadas depois (em 1992), a igreja católica chegou a proibir o primeiro show do Iron Maiden no país, simplesmente por serem considerados uma banda “satânica”.

aguaturbia-volumen-2Volumen II foi lançado em novembro de 1970, novamente pelo selo Arena. Naquele mesmo mês, Salvador Allende tomava posse do Chile, ele que foi o primeiro presidente da república e o primeiro chefe de estado socialista e marxista eleito democraticamente na América Latina. Com a esquerda no poder, Carlos e Denise perceberam que tempos difíceis estariam por vir em encontro ao Aguaturbia. O sentimento anti-USA estava mais impregnado do que nunca na população, então a banda certamente seria acusada por cantar em inglês e tocar rock pesado, assim como os norte-americanos. Naquela altura, ou você estava do lado do governo (esquerda) ou do lado da oposição (direita). Por mais que o Aguaturbia não desejasse se envolver com política, seria impraticável continuar se apresentando e gravando discos de rock, ou seja, eles não teriam como continuar vivendo de música no Chile. Aproveitando o convite para uma audição da RCA norte-americana, a banda partiu de mudança para os EUA, se instalando em New York.

Com a ameaça de serem deportados a qualquer instante, precisaram trabalhar para se manter nos EUA, pagar as contas, comprar discos e assistir shows. Arrumaram emprego numa boate, onde Denise cantava em português e a banda caprichava numa mistura de blues e Bossa Nova. Quanto aos shows que assistiram, Denise gosta de relembrar: “Robert Plant era Deus para mim, e fomos assistir ao Led Zeppelin no Madison Square Garden, na terceira fileira. Assistimos Elvis ao vivo também e foi incrível, assim como o Concerto para Bangladesh. Vimos muitos outros shows por lá: Mountain, Humble Pie, Cactus, Grand Funk Railroad, Santana, Rare Earth, Sly & The Family Stone, Spirit, ELP, Johnny Winter, Bloodrock, Allman Brothers, Grateful Dead etc.”.

O primeiro problema grave aconteceu com o baixista Ricardo Briones, que se recusava a tocar qualquer estilo musical que não fosse rock e blues. Deprimido e sofrendo de esquizofrenia, Ricardo sumia por vários dias e teve problemas com drogas pesadas. Chegou a ser admitido como indigente num sanatório mental, nas imediações de New York. Tempos depois, voltou ao Chile, assim como o baterista Willy Cevada. Em 1973, Denise e Carlos também estavam de volta, trazendo com eles a primeira filha do casamento, Indira. Haviam saído do país num momento político delicado, e para completar o panorama, voltaram num momento mais difícil ainda, com inflação galopante e um índice assustador de desemprego. Naquele ano, Augusto Pinochet liderou o golpe militar que derrubou o governo de Allende.

Aguaturbia++groupA turbulência política não foi correspondida na música do Aguaturbia, que lançou um compacto bem pop, com “El Hombre de la Guitarra”, uma versão para “Guitar Man”, do Bread, no lado principal. Foi o último lançamento do grupo antes do fim, que veio em 1974, com uma série de concertos de despedida reunindo a formação clássica e original da banda. O derradeiro show acabou sendo interrompido pela polícia, depois que um fã mais exaltado resolveu pular da plateia superior em direção à plateia inferior, em êxtase completo com o som que vinha do palco.

Denise e Carlos continuam na ativa até hoje, fazendo shows e gravando discos. Fazem aparições constantes em programas de TV e rádio e também em eventos e festivais de música pelo Chile. Depois de anos trabalhando em outros projetos, assistiram um ressurgimento e um culto à obra do Aguaturbia primeiramente na Inglaterra, onde foi lançada a compilação (em CD) Psychedelic Drugstore. De lá pra cá a popularidade da banda só aumentou entre os colecionadores, que pagam centenas de dólares nas versões originais dos álbuns do Aguaturbia.

Depois de quase duas horas de conversa, agradeço Carlos e Denise pelo agradável papo e por me receberem de forma tão calorosa. Conhecer o QG da banda em Santiago foi uma experiência e tanto. Peço então para Denise encerrar e definir a sua banda: “O Aguaturbia foi uma banda tremendamente talentosa, ingênua e marginal. Não éramos da elite e trabalhamos desde muito cedo – gravei meu primeiro disco com 15 anos! O Chile é um país pop, poucos artistas aqui têm a coragem e a atitude de assumir uma postura rock, como o Aguaturbia fez. É um desafio constante, mas mesmo assim continuamos na ativa”.

DISCOGRAFIA COMENTADA

AQUATURBIA (1970)
“Alguien Para Amar”, versão caliente para “Somebody To Love”, acabou carimbando o grupo, injustamente, de “Jefferson Airplane chileno”. Mas esse álbum prova que o Aguaturbia era muito mais que isso. Capa ultrajante à parte, a estreia da banda chilena trazia ótimos momentos, muitos deles inéditos na cena sulamericana da época. A sensualidade lasciva da funkeada “Erotica” coloca Denise entre as grandes intérpretes do rock feminino, já “Ah Ah Ah Ay” posiciona Carlos Corales como um Hendrix dos Andes. Versões de temas blues como “Rollin’ And Tumblin’” e “Uno De Estos Dias” (ou “One Of These Days”) pintam ao lado de versões inventivas para “Eres Tu” (“Baby It’s You”, popular na época com a banda Smith), “Carmesi Y Trebol” (“Crimson & Glover”, de Tommy James) e “Baby” (de Carla Thomas).

VOLUMEN II (1970)
O segundo registro do Aguaturbia abre com o mesmo tema que tradicionalmente abre seus shows, “I Wonder Who” (Ray Charles), com um belo solo inventivo, de trás pra frente, de Carlos. “Heartbreaker”, de Mark Farner, vem em seguida, escolhida por ser um grande hino para os roqueiros chilenos, ávidos apreciadores de Grand Funk Railroad. Tirando as escorregadas na letra, a performance de Carlos, na guitarra, é acima da média. “Blues On The West Side” mantém acesa a chama blues do grupo, com uma boa atuação do baterista Willy Cevada. “Waterfall”, de autoria da banda, é um hard-funk a la Band Of Gypsys com os agudos letais de Denise. “Well An Right” (sic) nada mais é que uma versão cavernosa para “Well All Right”, de Buddy Holly, também coverizada pelo Blind Faith. A acústica faixa de encerramento trazia o nome do grupo e foi a primeira faixa gravada em espanhol pela banda, com clima bem folk e regional. Mas o maior destaque é a progressiva e furiosa “EVOL”, considerada a melhor e mais impactante composição registrada pela banda. Quase nove orgasmáticos minutos sonoros, intensos como a voz de Denise e as excursões psicodélicas de Corales – arrepiante.

Denise Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Denise Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Carlos Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Carlos Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

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