Batemos um papo com o homem de frente do Whitesnake
pZ – Qual a diferença entre escrever uma canção rock e uma pop? É melhor ter reconhecimento pelas glórias do passado ou ter o novo álbum no topo das paradas?
DC – O primeiro passo é agradar a mim mesmo, pois se isso não ocorrer não há sentido de encarar a música como meio de expressão pessoal. Não sou e nunca serei um cantor pop, pois nunca tive o feeling pra esse tipo de coisa. Na minha opinião a música tem que ter substância. Por outro lado, eu curto escrever músicas mais melódicas, mas sem abrir mão das dinâmicas do rock mais pesado. É interessante mesclar uma guitarra e uma bateria pesada com uma memorável melodia, aliás essa é uma forma de criação natural para mim… Lógico que eu adoraria chegar ao topo das paradas novamente, pois isso significa que atingi um enorme número de pessoas com a minha música.
pZ – Qual a sua opinião sobre os downloads pela Internet? Você concorda com a atitude do Radiohead, que lançou um novo álbum onde os fãs determinavam o preço de cada canção?
DC – Pra ser honesto eu não tenho uma opinião… Existem muitas razões para isso tudo estar acontecendo e devo te confessar que para mim, e para outros artistas da minha geração, isso é algo ainda novo e ainda não totalmente explorado; ainda preciso sacar onde está o grande barato nisso tudo. Na verdade eu não me preocupo com isso… O Whitesnake continua mandando bem e temos uma dedicada base de fãs. Penso que a galera do Hard Rock permanece muito fiel, portanto tenho certeza que eles irão comprar este novo álbum, mesmo sabendo que algumas pessoas fizeram o download ilegal antes mesmo do lançamento oficial. Pelo menos eles parecem ter gotado bastante do que ouviram!
pZ – Qual a coisa mais engraçada que algum integrante ou ex-integrante do Whitesnake fez na estrada?
DC – Não tenho ideia…
pZ – Se você tivesse a chance de passar um dia com alguém que, não está mais entre nós, mas que certamente foi uma grande influência para sua carreira; quem seria essa pessoa? O que você perguntaria a ele?
DC – Jimi Hendrix. Gostaria apenas de ficar curtindo a sua energia fabulosa. Se eu ficasse à vontade com ele, certamente perguntaria sobre suas influências. Amo todo o trabalho de Hendrix.
pZ – Qual fato sobre você que certamente surpreenderia os seus fãs? Conte pra gente algo que você nunca contou antes…
DC – Sem chance… É segredo! (risos). OK, a minha cobra não é tão branca…
pZ – Você sempre quis ser um rock star?
DC – Não, eu sempre quis ser um cantor e um músico de sucesso.
pZ – O que você se lembra da audição realizada com o Uriah Heep, em 1976, logo que o Purple acabou?
DC – Lembro perfeitamente desta ocasião! Eu sabia que não daria certo, mas aceitei apenas para que eles não ficassem desconfortáveis com a situação. Foi uma noite muito divertida, mas nada sério. Naquele período da minha vida eu sabia exatamente o que fazer com a minha carreira e simplesmente cantar numa outra banda certamente não estava nos meus planos. Eu já tinha o meu plano principal, que era formar o meu próprio grupo.
pZ – Hoje, quando você vê uma foto ou um vídeo seu 35 anos mais jovem, o que passa pela sua cabeça? O que o Coverdale de hoje diria para aquele de tempos atrás?
DC – Eu diria: “Aperte seu sinto camarada, pois essa será uma aventura divertida!”
pZ – Te dá um certo calafrio saber que toda uma nova geração está talvez descobrindo sua música exatamente agora?
DC – Ah sim, com certeza, mas para ser honesto, fico apavorado por estar ainda trabalhando como músico. Todos os dias eu agradeço a Deus por esse dom abençoado…