Psicodelia nipônica made in 1968
Takasuke Kida era um baterista de jazz conceituado na cena japonesa dos anos 60. Como precisava de um troco, aceitou o convite para entrar numa banda folk chamada Nightingale, que teve seu auge em 1966. Kida era tão carismático e envolvente que, de cara, mudou o nome do grupo para The Jacks. A direção musical também foi alterada.
Em 1968 os Jacks lançaram seu primeiro elepê pela Toshiba EMI, Jacks No Sekai, ou Vacant World. O hit single acabou sendo “Marianne”, mas o tema que mais chamou atenção foi a faixa título, banida de rádios e TVs locais devido ao conteúdo polêmico de sua letra.
Os vocais dramáticos de Yoshio Hayakawa são certamente um diferencial, ele que é considerado pelos colecionadores como uma espécie de Phil May (The Pretty Things) do oriente. Para nossa sorte Yoshio canta em glorioso japonês e não naquele inglês “macarrônico” adotado por muitos de seus conterrâneos e/ou contemporâneos.
Outros destaques são as guitarras dissonantes e distorcidas de Haruo Mizuhashi, com ecos de surf music, caminhando lado a lado com baixo e bateria comuns ao jazz de Hitoshi Tanino e Takasuke Kida. Ousadia pura, tudo embalado num clima dark e claustrofóbico no melhor estilo Velvet Underground.
Chegaram a lançar mais um trabalho no ano seguinte, Jacks No Kiseki, ou Super Session, mas encerraram suas atividades logo depois. Kida morreu num acidente automobilístico em 1980 e Yoshio lançou um aclamado disco solo, para depois sumir da cena e voltar nos anos 90.