poeiraCast 363 – O Hype Enciclopedista
por Bento Araujo 11 abr 2018
A imprensa musical nas últimas três ou quatro décadas tem produzido vários hypes em cima de determinados artistas. Em alguns casos, ressignificando o valor de artistas do passado, que com o “estardalhaço” e a “badalação” (no caso, duas boas formas de traduzir o conceito de hype) e alçando-os à categoria de clássicos. Esse fenômeno da cultura musical é o assunto da nossa conversa neste episódio.
Agradecimentos especiais aos apoiadores: Alexandre Guerreiro, Bruno Santos, Caio Bezarias, Carlos Albornoz, Dario Fukichima, Ernesto Sebin, Evandro Schott, Flavio Bahiana, Lindonil Reis, Luis Araujo, Luis Kalil, Luiz Paulo, Marcio Abbes, Pedro Furtado, Rossini Santiago, Rubens Queiroz, William Peçanha e Wilson Rodrigues.
Quando o Sérgio falou do Módulo 1000 foi exatamente o que me veio na cabeça.
Ainda falando sobre outra forma de hype, que acho que o Módulo 1000 entre outros artistas foram “beneficiados” por esse hype que existe sobre o LP (ou como é chamado agora, vinil). Já vi em diversas lojas pessoas procurando Sérgio Mendes, Chico Buarque, Mutantes, Caetano Veloso entre outros em vinil e em uma dessas ocasiões uma pessoa disse que estava comprando o disco mas não tinha onde escutar e que achava o formato maravilhoso. Vocês acham que esse hype em torno do formato (derivando sobre o tema do programa) é bom?
Ricardo, sobre a qualidade sonora do programa, o som está muito bom (até gostaria de saber, se possível, qual marca/ modelo de microfone vocês usam). Só senti falta do Bolha que controla quem está falando, porque em alguns momentos do programa mais de um falou. Isso não foi totalmente prejudicial, mas atrapalhou um pouco.
Abração pra vocês e parabéns pelo programa e pelo tema.
Vandré Santos.
Vandré, desculpe, mas só li agora!
O microfone usado é o Samson C03U. É um condenser com o mesmo formato do modelo normal de conexão XLR, mas este é USB, ou seja, é ligado direto no computador e não numa mesa ou interface. Não é uma referência absoluta para estúdio, para voz profissional, mas em home studio e para gravação de podcast ele é uma boa escolha. Talvez atualmente haja alguma melhor relação custo x benefício, por isso uma pesquisa sempre vai bem, mas esse dá conta do recado. Inclusive eu o levo em viagens pra gravar locução se um cliente me pedir enquanto estou fora (trabalhando em casa uso o Audio Technica AT2020 (relação custo x benefício excelente, mas sem a opção onidirecional) ligado numa interface da PreSonus.
Abração.
Obrigado pelas respostas Ricardo!
Eu acabei de comprar um Behringer C1U (usb também) para locução e achei ele interessante. O Audio Technica um amigo me disse que seria uma ótima opção.
Abração!
Meus cometários não são publicados – qual motivo?
José – eu também não gosto de tudo do Tom waits – tem coisas inaudíveis!!!
O filtro detecta “fã de Tom Waits” e encaminha para a moderação. O propósito é conferir se realmente o Tom espera!
=D
Mais um programa excelente. Considero que os semanários ingleses NME e Melody Maker (junto com a Rolling Stone americana) são os maiores responsáveis pelo desprezo a estilos como o prog e o heavy metal. A influência dessas publicações nas similares brasileiras, como a Bizz, foi enorme. Tudo relacionado ao indie e ao pós-punk sempre foi tratado na nossa imprensa musical com uma enorme e exagerada reverência, ao contrário de outras vertentes do rock. Sobrava até para o Led Zeppelin e para o Black Sabbath, depois resgatados e revisitados a partir dos anos 90. É irônico pensar que grande parte dos escritores da NME no começo dos anos 80 eram muito jovens e estavam apenas escrevendo sobre as bandas dos amigos, promovendo a sua pequena cena e a sua publicação. Pena que isso reverberou no resto do mundo como uma linha de pensamento única e absoluta, que determinava o que era “cool” ou relevante para a cena musical. De minha parte, sempre achei isso uma grande bobagem, pois relevância é algo essencialmente individual e variável de pessoa pra pessoa. Sem falar que a arte (e consequentemente a música) deve servir para abrir a mente e ampliar a visão de mundo, e não o contrário.
Escutei este capítulo só agora, mas tenho de comentá-lo. Este negócio do hype funcionava muito para os semanários ingleses pela disputa pela vanguarda. Tem horas em que deu certo: As bandas belgas de EBM (Front 242, etc), as alemãs de eletro/ sinth (DAF, Propaganda, etc) e Góticas (X-Mal Deutschland, etc) só chegaram até aqui pelo hype britânico.
Mas teve horas em que furaram água, como dizer que o Terence Trent D’Arby era o novo Michael Jackson.
Mas existe o Hype do bem: fui atrás de Fela Kuti por ouvir vocês falando sobre ele. Excelente indicação!