A nova edição da pZ traz Jeff Beck comentando faixa a faixa o disco de estúdio do BBA
O super trio Beck Bogert & Appice está na capa da nova edição da poeira Zine (VEJA MAIS AQUI). Além de uma matéria completa sobre um dos grandes power trios da história do rock, nessa edição você encontra também ninguém menos que Jeff Beck comentando o único trabalho de estúdio do BBA, lançado em 1973. Confira abaixo o que Beck disse na época, na edição de 31 de março de 1973 do New Musical Express, sobre cada faixa do elepê:
“BLACK CAT MOAN”
Don Nix (o autor e produtor do tema) tocou essa música pra gente num toca-fitas pequeno e achamos que deveríamos tentar gravá-la. Fiquei satisfeito com ela, pois precisávamos de algo simples. Depois que 90% do disco estava gravado, tivemos a única discussão dentre nós três, e foi sobre a qualidade sonora. Decidimos buscar a opinião de uma outra pessoa e foi assim que Don veio para o estúdio fazer a remixagem. Acho que minha voz ficou baixa, mas como Don disse: “Já que você é paranoico com sua voz, vamos colocá-la atrás”. Eu não estava presente quando ele remixou esta faixa, então foi tarde para dizer “aumente a voz”, pois o disco já estava a caminho da CBS.
“LADY”
É algo com cerca de oito milhões de mudanças…
“OH TO LOVE YOU”
É um tema pessoal de Carmine, que escreveu, arranjou e ofereceu ao grupo. Eu não tenho nada a ver com essa faixa, que ele gravou em algum lugar de Long Island. Então eu apenas adicionei uma sitar elétrica e pitadas de guitarra solo.
“SUPERSTITION”
Stevie Wonder mostrou essa sua canção para a Motown e eles não queriam que Stevie dessa a música para alguém. Eu tenho a fita original da gente tocando junto. Essa era a ideia, lançar um compacto com “Jeff Beck e Stevie Wonder” no selo. Foi por isso que eu fui a Nova York, apenas para arrancar uma música dele.
“SWEET SWEET SURRENDER”
Outro tema de Don Nix, que foi apresentado e gravado da mesma forma que “Black Cat Moan”. Jimmy Greenspoon, do Three Dog Night, estava no piano e Danny Hutton também cantou nela. Eles são bons amigos de Carmine e apenas estavam no pedaço, não fazendo nada. A tendência é você nunca achar que um bom take é registrado na primeira ou na segunda tentativa, mas geralmente esses primeiros takes são os melhores.
“WHY SHOULD I CARE”
Foi escrita por Ray Kennedy, que é um bom amigo. Ele tem uma versão melhor que a nossa num acetato. Sua voz é mais grave e suja que a de Tim.
“LOSE MYSELF WITH YOU”
Uma composição da banda com Peter French, que costumava trabalhar com Tim e Carmine no Cactus. Essa nossa banda não tem nenhuma mensagem em suas letras, é apenas uma desculpa para tocar boas linhas instrumentais.
“LIVIN’ ALONE”
Utilizei um efeito chamado Univibe, que funciona como o tremolo. Soa um pouco esquisito, mas faz a guitarra soar como se fosse alguns sinos.
“I’M SO PROUD”
Foi importante terminar com uma canção lenta dos Impressions. Um amigo disse que a maioria dos discos parece não ter continuidade – você pode colocar a agulha em qualquer lugar, ‘por que começar pela primeira faixa?’ Ele tem razão. No nosso álbum você pode colocar a agulha em qualquer ponto que não irá perder parte da história. Preciso apenas ter a certeza de que a faixa seguinte soe como parte do trabalho. Bill Withers faz isso muito bem. Quando uma faixa termina você consegue escutar a primeira nota da próxima.
Em um passado não tão distante, um amigo de São Carlos havia me apresentado esse SUPER MEGA POWER TRIO, em uma gravação cópia em CD. Fiquei fascinado com o que ouvi e passei a escutar tanto que acho que furei o CD. A mídia simplesmente não toca mais. Uma pena. Fã da poeira, me deparo com a nova edição trazendo a matéria de capa com o trio. Obrigado poeira zine, a única publicação brasileira que se preocupa em disseminar o que realmente foi relevante para a história da música. Para quem não conhece, recomendo. Para quem conhece, vale a pena relembrar. LONG LIVE ROCK N ROLL !!!
Bento, passei por aqui não para comentar sobre essa matéria específica, mas sim para falar sobre o fim da Poeira Zine impressa. Estou chocado com a falta de repercussão dos leitores. Será que eles não lêem o editorial da revista? Gostaria ainda, se possível, que você esclarecesse à nós leitores que acompanhamos a publicação há tanto tempo o porque dessa triste decisão porque, pelo menos para mim, a razão do fim da revista não ficou clara no editorial. Essa é uma das notícias mais tristes do ano até agora!!!!
Mandamos um e-mail para você Cleibsom. Obrigado!