Imortalizada como uma das grandes canções de protesto da década de 60, “For What It’s Worth” foi regravada por inúmeros artistas
No final de 1966, o Buffalo Springfield havia se tornado a banda da casa no popular Whisky A Go Go, localizado na Sunset Strip, em Los Angeles. Foi justamente por isso que assistiram, praticamente de camarote, aos primeiros tumultos da contracultura norte-americana, onde os jovens hippies se uniram para protestar contra uma lei da vizinhança que pretendia impedir barulho, aglomerações e trânsito após as 22h.
O evento, que contou com a adesão de gente como Jack Nicholson e Peter Fonda, foi depois imortalizado no filme Riot On Sunset Strip e no primeiro e único hit do Buffalo Springfield: “For What It’s Worth”.
Stephen Stills, tocado por todos aqueles violentos incidentes, escreveu a canção, que foi registrada no dia 5 de dezembro de 1966, no Gold Star Recording Studio, em Hollywood. O título, que não aparece em nenhum trecho da letra, surgiu de uma frase utilizada por Stills quando este apresentou a canção a Ahmet Ertegun, o responsável por contratar o Buffalo Springfield para o selo ATCO, de propriedade da Atlantic Records.
“For What It’s Worth” chegou à sétima posição das paradas da Billboard, após ser lançada como compacto, em janeiro de 1967. Curiosamente, a canção ficou de fora das versões originais dos três elepês lançados pelo grupo, entre 1966-1968. Foi incluída, no entanto, posteriormente nos relançamentos do primeiro disco homônimo do conjunto. No lançamento de uma coletânea, em 1969, chamada Retrospective – The Best Of Buffalo Springfield, “For What It’s Worth” foi também incluída, e ainda como o primeiro tema do tracklist.
Imortalizada como uma das grandes canções de protesto da década de 60, “For What It’s Worth” foi regravada por inúmeros artistas, dentre eles o Staple Singers, um dos principais nomes que entoavam canções de protesto na época, e o Rush, que regravou a música em seu álbum de covers, Feedback (2004).
Neil Young, parceiro de Stills no Buffalo Springfield, ficou furioso quando este último autorizou a inserção de “For What It’s Worth” num comercial de cerveja. Young nunca permitiu que alguma canção sua fosse utilizada em comerciais, mas como Stills era o autor, não teve como impedi-lo. Young acabou criticando publicamente tal atitude na sua “This Note’s for You”.
Artigo originalmente publicado na pZ 65
https://youtu.be/e63WMYbCFbc