O quarto disco da banda continha o hit “Carry On Wayward Son”, que forneceu projeção internacional ao Kansas
Desde sua fundação, em 1970, o Kansas dividiu as opiniões do público. Muito pop para os fãs de progressivo e muito progressivo para os fãs de pop. Talvez essa indecisão do grupo tenha prejudicado um pouco sua aceitação, principalmente com os críticos, que sempre malharam a banda.
O núcleo principal que fundou o grupo, Kerry Livgren nas guitarras e teclados, Dave Hope no baixo e Phil Ehart na bateria, somente conseguiu juntar um time de primeira com a entrada de Steve Walsh nos vocais e teclados, Robbie Steinhardt nos vocais e violino e Richard Williams, também na guitarra. Unir rock progressivo com música caipira norte-americana e boogie parecia uma indigesta receita, que certamente assustaria todo mundo que se deparasse com um concerto da banda.
Lançaram três bons álbuns que passaram completamente despercebidos, até chegar a vez dos rapazes e eles virarem a mesa com Leftoverture.
O furor que pairava sobre o conjunto tinha um bom motivo: a faixa de abertura de Leftoverture, “Carry On Wayward Son”, tornou-se rapidamente um hino por todo os EUA, dando até projeção internacional ao grupo. “Carry On…” é mesmo uma pequena obra-prima, mesclando sabiamente todos os elementos característicos do progressivo e do AOR, desde os vocais fortes e melodiosos até as guitarras afiadas e influências também de jazz-rock.
A execução radiofônica assustou até mesmo a banda, que demorou para sair do Top 5, vendendo de cara três milhões de cópias! “The Wall” mostrava toda a habilidade da banda em juntar o violino “country” com o virtuosismo das guitarras e teclados, uma fórmula bem explorada também pelo Dixie Dregs.
O vocal privilegiado de Steve Walsh se tornou um referencial do estilo, provocando uma enorme lista de seguidores (um deles foi Eric Martin, do Mr. Big, fã confesso de Walsh). A atuação do vocalista em “What’s On My Mind”, “Opus Insert” e “Questions Of my Childhood” são de arrepiar. Steinhardt não ficava muito atrás, o que só fazia a musicalidade do Kansas ficar ainda mais enriquecida com vocalizações surpreendentes.
“Miracles Out Of Nowhere” tem algo de Love na linha vocal e também uma influência celta. Encerrando essa autêntica aventura sonora, temos a suíte “Magnum Opus”, dividida em seis movimentos. Esse grandioso tema nada tinha a ver com o apelo mais comercial de “Carry On Wayward Son”, mostrando que a banda poderia atingir diversos públicos sem deixar de ser simplesmente Kansas.
Gosto muito deste disco. A “Carry on…” foi resgatada pelo seriado supernatural onde tradicionalmente toca ao final de cada temporada. Ao lado de Leftoverture, curto muito o Song for America.
Passei a curtir o KANSAS a partir desse album. Todas as faixas são 10. O “Masque” tambem é excelente, “Point of Known Return”, o da “águia”, tambem são muito bons. O mais fraco, na minha opinião, foi lançado com o vocalista John Elephant ( Play the Game). Após a saída do guitarrista/tecladista Kerry Livgren, o grupo enfraqueceu.