A capa do sexto disco do UFO gerou controvérsia em 1977
No ano chave do punk rock as bandas clássicas do rock buscavam renovar suas energias para seguir adiante.
Quando o assunto é energia, para os ingleses a primeira coisa que vem à mente é a Battersea Power Station, ou Usina Termelétrica de Battersea, uma usina de energia elétrica (hoje desativada) que usava carvão como sua principal matéria prima. Ela está localizada na margem sul do Rio Tamisa, em Battersea, distrito central do sudoeste de Londres. Em 1977, o lado de fora da usina apareceu na capa de Animals, do Pink Floyd, e seu interior na capa de Lights Out, do UFO.
Ambas tiveram o envolvimento de Storm Thorgerson e seus comparsas de Hipgnosis, o estúdio gráfico mais transado da Inglaterra naquela década. Segundo Thorgerson, a arte gráfica de Lights Out nada mais é do que um encontro de “vaidade e design industrial”. O artista criou seis capas para o UFO e considerava essa a menos inspirada de todas elas: “Em retrocesso, acho que essa capa não é nem industrial, nem sensual”, declarou ele, em 2007, para a revista Classic Rock.
Phil Mogg e Michael Schenker, a linha de frente do UFO na época, ao lado do baixista Pete Way, foram os escolhidos para figurar na capa, como trabalhadores da Battersea Power Station. Ambos apareciam querendo se livrar de seus macacões, devido provavelmente à alta temperatura do local.
Num paralelo com o nome do álbum e com a faixa título, o lançamento calhou com os cortes de energia promovidos pelos trabalhadores da usina, em greve, citados na letra inclusive (“Lights out in London…”).
No meio de manifestações políticas e blackouts os integrantes do UFO pareciam mais intessados em seu próprio corpo. Mesmo com o punk rock e com os tumultos tomando conta da Inglaterra, o impecável Lights Out levou o UFO a novos níveis de popularidade. Musicalmente, o disco foi influência crucial para bandas que estavam por explodir anos adiante, como Iron Maiden e Def Leppard.