Tragédias e grandes discos na trajetória da banda que vendeu milhares de discos nos anos 70, mas que hoje anda esquecida
Tragédias, grandes discos e muita curtição fizeram parte da trajetória do Marshall Tucker Band, uma banda que vendeu milhares de discos nos anos 70, mas que hoje anda completamente esquecida, até mesmo por aqueles que apreciam o rock feito no sul dos Estados Unidos.
Nos grandes centros urbanos dos EUA, a música local era um reflexo das frustrações dos jovens. Foi assim com Detroit, New York e Chicago. Quando no sul do país, Duane Allman sugeriu que Wilson Pickett gravasse uma versão para uma música dos Beatles (“Hey Jude”), nascia o Southern Rock, originalmente uma fusão entre a soul e a country music. Essa nova música, no entanto, não refletia as frustrações dos grandes centros, pois era mais rural e orgânica. Ao sul do estado da Georgia, mais precisamente na cidade de Macon, pintou a Capricorn Records, o principal selo do gênero, que abrigou o Allman Brothers Band e muitas outras bandas. Ali, o mandamento principal era curtir a vida, a música e a natureza, deixando para trás qualquer tipo de frustração.
Esse era o intuito de três jovens da região de Spartanburg, Carolina do Sul: Tommy Caldwell (baixo), George McCorkle (guitarra) e Paul Riddle (bateria). Outro diferencial era o fato de desejarem apresentar somente material composto por eles próprios. Nada de covers do Top 50 das paradas, como a grande maioria das bandas da região fazia. Essa confiança acabou atraindo outros músicos, como o irmão de Tommy, Toy Caldwell (guitarra), Doug Gray (vocal) e Jerry Eubanks (sopros) que, em 1971, formaram o grupo Toy Factory. Um terceiro ponto fora do comum era a inclusão de um integrante que tocaria flauta, sax e outros instrumentos de sopro, dando toda uma nova dimensão ao som, teoricamante, caipira do grupo. O maior feito da banda nessa altura foi abrir o show que o Allman Brothers realizou em Spartanburg, cidade famosa pelas criações de pêssegos. Começava aí um laço de amizade muito forte e duradouro entre os dois conjuntos, como relatou Tommy Caldwell a Melody Maker, em 1974: “Eles gostaram da gente e perguntaram se poderíamos tocar com eles sempre que estivéssemos livres. Creio que musicalmente eles não nos influenciaram muito, mas eles nos deram muitos conselhos sobre a vida na estrada, algo que vem sendo muito útil”.