Arquivo da tag: poeira zine

poeiraCast 270 – Sad Wings of Destiny (Judas Priest)

O segundo álbum do Judas Priest pode ser considerado um dos álbuns mais importantes para a história do Mais

por Bento Araujo     09 mar 2016

O segundo álbum do Judas Priest pode ser considerado um dos álbuns mais importantes para a história do heavy metal. E está completando 40 anos! Por isso tudo, ele é nosso assunto neste episódio.

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poeiraCast 269 – Jesus no rock

A partir da declaração de John Lennon de que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo, de Mais

por Bento Araujo     02 mar 2016

A partir da declaração de John Lennon de que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo, de 50 anos atrás, conversamos sobre a relação do rock com Cristo: onde seu nome aparece e como sua imagem virou pop entre os temas roqueiros.

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poeiraCast 268 – The Wilde Flowers

Neste episódio, o assunto é a lendária banda The Wilde Flowers, que como a própria região de Canterbury, Mais

por Bento Araujo     24 fev 2016

Neste episódio, o assunto é a lendária banda The Wilde Flowers, que como a própria região de Canterbury, onde se formou, foi celeiro das bandas Soft Machine e Caravan e revelou feras como Pye Hastings, Kevin Ayers, Robert Wyatt, Richard Sinclair e outros.

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poeiraCast 266 – O letrista como integrante da banda

Sendo listados como integrantes ou apenas agregados, há letristas que de tão emblemáticos e presentes fazem parte da Mais

por Bento Araujo     10 fev 2016

Sendo listados como integrantes ou apenas agregados, há letristas que de tão emblemáticos e presentes fazem parte da identidade de algumas bandas, mesmo que não cantem nem toquem com elas.

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poeiraCast 265 – Quem Se Foi

Neste episódio lembramos a obra e o legado de alguns artistas que partiram recentemente: Bowie, Lemmy, Paul Kantner, Mais

por Bento Araujo     03 fev 2016

Neste episódio lembramos a obra e o legado de alguns artistas que partiram recentemente: Bowie, Lemmy, Paul Kantner, Glenn Frey, Stevie Wright, Paulo Bagunça, Renato Ladeira etc.

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pZ 64

Parliament-Funkadelic, Colosseum, Motörhead, Spooky Tooth, Som Imaginário, Granicus, Allman Brothers, Plástico Lunar, Cozy Powell etc.

por Bento Araujo     01 fev 2016

PARLIAMENT-FUNKADELIC
Você já parou para pensar como seria o mundo da música sem o coletivo Parliament-Funkadelic do capitão George Clinton? Teríamos Cream, Vanilla Fudge e Led Zeppelin, do lado mais heavy. MC5 e The Stooges, do lado mais punk. James Brown colocando todos para dançar. Jimi Hendrix, Sly Stone e os Chamber Brothers fundindo a música negra com o rock psicodélico. Pink Floyd levando a música pop ao espaço sideral. Miles Davis modernizando o jazz. Kraftwerk e o Krautrock sintetizando o minimalismo alemão às massas. O Kiss explodindo e divertindo. E, tanto Stevie Wonder como Marvin Gaye, vendendo horrores e ao mesmo tempo desafiando a poderosa Motown em busca de liberdade criativa. Mas não teríamos o conglomerado de músicos que fez de tudo isso um pouco, debaixo de uma perspectiva cultural, social, política e artística que até hoje é válida. Nosso especial inclui ainda uma longa discografia selecionada (e comentada), para ingressar de cabeça na P-Funksperience.

COLOSSEUM
Quando Roma mandava no mundo, os bretões não passavam de bárbaros. Na segunda metade dos anos 60 do século XX, porém, quando a Inglaterra mandava no mundo do rock, um dos maiores símbolos da civilização romana, o Coliseu, serviu de inspiração para alguns bretões oferecerem ao povo o pão da boa música e o circo da performance irresistível. Plateia alguma seria capaz de permanecer indiferente diante do som produzido com sangue e muito talento pelos gladiadores do Colosseum.

MOTÖRHEAD
O controverso Motörhead de 1983 teve uma trajetória relâmpago. Another Perfect Day, o único álbum do grupo gravado com Brian Robertson na guitarra, foi execrado pelos fãs, que acusavam Lemmy de ter amenizado demais a música do trio. A pZ investiga tudo através de um conto regado a muito ego, drogas, shortinhos e sapatilhas de balé.

SOM IMAGINÁRIO
Sexta-feira santa, 1970. O Som Imaginário fazia a sua primeira apresentação. Eram jovens, livres e inflamados. Estavam todos se apresentando sem camisa, como relembrou Zé Rodrix no Jornal de Música, em 1976: “Nós fomos o primeiro grupo a tocar de peito nu neste país”. Wagner Tiso, Tavito, Luiz Alves, Laudir de Oliveira, Robertinho Silva e Zé Rodrix formavam o sexteto descamisado, que adotou o nome Som Imaginário após um show ao lado do amigo em comum, padrinho, guru e “elemento aglutinador” Milton Nascimento. O show se chamava Milton Nascimento Ah!… e o Som Imaginário. Do show pintou o nome que batizou o promissor conjunto, rapidamente adotado por produtores de todo o Brasil.

SPOOKY TOOTH
Em 1969 o Spooky Tooth lançou um trabalho importantíssimo quando se trata das origens do rock pesado. Dramático e épico na medida certa, Spooky Two merece ser redescoberto pelas novas gerações.

COZY POWELL
Amante da bateria e da velocidade, ele se tornou um dos músicos mais respeitados, requisitados e influentes do rock dos anos 70 e 80, sempre demonstrando um estilo pesado, preciso e vigoroso de tocar. Esteve no Brasil algumas vezes (Whitesnake, Brian May) e deixou registrado mais de 70 trabalhos, com diversos grupos e artistas. Em carreira solo, registrou quatro discos e três compactos, transitando com facilidade entre pop, fusion, erudito e heavy metal.

PLÁSTICO LUNAR
Daniel Torres (vocal e guitarra), Plástico Jr. (baixo e vocal), Leo Airplane (teclados) e Marcos Odara (bateria) formam a Plástico Lunar, banda de rock de Aracaju, Sergipe, que, como eles mesmos dizem, “já beijou o blues e abraçou o progressivo, oscila entre a psicodelia e a black music e vem se destacando por produzir um som sem afetação dos ritmos regionalistas”. Depois de dois EPs e um álbum, eles estão de volta com Dias Difíceis no Suriname, lançado recentemente pela Rock Company/Museu do Disco. Leo Airplane e Marcos Odara bateram um papo com a pZ sobre o novo disco e sobre o que anda rolando com a banda.

GRANICUS
Quando Alexandre, o Grande, deu sua primeira surra no Império Persa, em 334 AC, não estava fazendo apenas História. Estava fazendo também rock ’n’ roll, pois 2306 anos depois, o rio que batizou essa batalha, Granicus, emprestou seu nome para uma banda americana de hard rock que atacava os instrumentos com a fúria dos macedônios e que também morreu jovem como o grande general. A diferença é que o Granicus nunca foi uma banda vitoriosa, muito menos coberta de glórias.

E MAIS:
Quintal de Clorofila, The Allman Brothers Band, David Bowie, Bi Kyo Ran, The Poppy Family, Happy The Man, Magma, Gong etc.

poeiraCast 264 – O revival do blues nos anos 80 e 90

No último programa de 2015, conversamos sobre como o blues voltou a sacudir o mercado da música entre Mais

por Bento Araujo     16 dez 2015

No último programa de 2015, conversamos sobre como o blues voltou a sacudir o mercado da música entre as décadas de 1980 e 1990, a partir do sucesso de artistas como Stevie Ray Vaughan, Robert Cray, Gary Moore e também músicos consagrados do gênero, como Buddy Guy.

poeiraCast 263 – Melhores discos de 1975

Simplesmente os melhores LPs que completaram 40 anos de lançamento neste ano que se encerra. Em nossas opiniões, Mais

por Bento Araujo     09 dez 2015

Simplesmente os melhores LPs que completaram 40 anos de lançamento neste ano que se encerra. Em nossas opiniões, é claro.

poeiraCast 262 – Yacht Rock

Mas afinal, o que é yacht rock? Seria música para se ouvir somente a bordo do seu iate, Mais

por Bento Araujo     02 dez 2015

Mas afinal, o que é yacht rock?

Seria música para se ouvir somente a bordo do seu iate, apreciando um vinho branco gelado com alguma(s) companhia(s) bem atraente(s)? Ou é simplesmente um soft rock muito bem cuidado, altamente melódico e relaxante?

Entenda mais sobre o estilo que até deu nome a um seriado, a bordo do Iate poeiraCast, com a presença luxuosa do nosso passageiro convidado Edgard Piccoli.

poeiraCast 261 – Discos independentes pioneiros no Brasil

Na década de 1970 e no início dos anos 1980, lançar uma produção fonográfica independente era coisa apenas Mais

por Bento Araujo     25 nov 2015

Na década de 1970 e no início dos anos 1980, lançar uma produção fonográfica independente era coisa apenas para os lutadores mais fortes, mais destemidos, ou mais sagazes. E o período produziu discos que hoje são considerados clássicos. Antonio Adolfo, Lailson de Holanda & Lula Côrtes, selos como Baratos Afins e inúmeros outros artistas e produtores trouxeram para o ouvinte antenado brasileiro opções ao que as grandes gravadoras tinham a oferecer.

poeiraCast 260 – Van Der Graaf X King Crimson

Mais um programa da nossa série Duelo de Gigantes. Devido ao sucesso do embate entre Uriah Heep e Mais

por Bento Araujo     18 nov 2015

Mais um programa da nossa série Duelo de Gigantes. Devido ao sucesso do embate entre Uriah Heep e Blue Öyster Cult, o ringue está novamente armado para receber dois pesos pesados, desta vez do rock progressivo inglês: King Crimson e Van Der Graaf Generator.

Dez discos para entender as jams

Escolhemos dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes

por Bento Araujo     17 nov 2015

No final dos anos 80 e início dos 90, surgiu nos EUA um novo fenômeno musical. Na verdade não totalmente novo, mas com tendências nostálgicas, era o fenômeno das jam bands. Phish, Blues Traveler, Widespread Panic, Bela Fleck and the Flecktones, Col Bruce Hampton, Primus, Black Crowes e muitos outros grupos realizavam apresentações livres e estendidas, repletas de improvisos musicais. Aquela era uma cultura inteiramente relacionada ao que bandas como Cream e The Jimi Hendrix Experience fizeram nos anos 60, utilizando a liberdade do jazz para levar seu rock às derradeiras consequências. Sacando aquela revolução, dois nomes do rock norte-americano, Grateful Dead e Allman Brothers Band, lançaram então o modelo para as futuras gerações de jam bands. Os discos de estúdio não eram lá tão festejados, mas os registros ao vivo viravam febre e uma espécie de culto passou a acontecer nas apresentações dessas duas bandas. Aqui estão dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes.

Grape Jam (Columbia, 1968)
MOBY GRAPE

Originalmente, este álbum era um presente, ofertado a quem adquirisse o segundo disco do Moby Grape, chamado Wow. Somente na Alemanha, saiu como um disco duplo: Wow/Grape Jam. Essas cinco jams registradas livremente em estúdio foram lançadas antes mesmo de Super Session, e, não por mera coincidência, tanto Al Kooper como Mike Bloomfield participam de Grape Jam tocando piano. Mas os holofotes estavam virados para os integrantes do Grape, todos músicos de primeira: Bob Mosley, Skip Spence, Don Stevenson e Jerry Miller, este último literalmente brincando com a sua guitarra pelo álbum. Relaxado, o grupo apenas apertou o play e registrou tudo. Falta rumo e inspiração, mas não competência. Apenas bons músicos jogando conversa fora. Ouça “Never” e descubra de onde o Zeppelin sacou sua “Since I´ve Been Loving You”.

Super Session (Columbia, 1968)
MIKE BLOOMFIELD / AL KOOPER / STEPHEN STILLS

Al Kooper sempre foi um ávido e experiente entusiasta de improvisos e sessões musicais livres. Assim, resolveu registrar um novo trabalho, que num lado contaria com o maior guitarrista branco do blues americano, Mike Bloomfield, e no outro lado com Stephen Stills. Não que tudo havia sido calculado daquela forma, mas a necessidade falou mais alto: Bloomfield se mandou e não conseguiu finalizar o disco. Foi aí, então, que Kooper ligou para Stills e resolveu tudo rapidamente. O intuito de Kooper foi se divertir em estúdio, com músicos, que assim como ele, estavam desempregados de suas grandes bandas. Assim, eles estariam livres das pressões dos grandes selos, dos produtores e dos executivos. Ironicamente, criaram não só um disco que foi um sucesso como também um novo termo musical: Super Session.

Live/Dead (Warner, 1969)
GRATEFUL DEAD

Não é o melhor disco ao vivo do Grateful Dead, mas foi a primeira gravação estendida oficial de um concerto do grupo pai das jam bands. Mais que isso, foi também neste álbum que os deadheads conheceram o seu hino #1, “Dark Star”, que toma conta do primeiro lado inteiro do LP, com seus 23 minutos. Os paradigmas do formato “canção pop” vem abaixo durante os quatro lados experimentais, registrados no Fillmore West, que representam de maneira fidedigna o show da banda em 1969. Com Live/Dead o pioneiro Grateful Dead solucionou o enigma de como trazer para a sala do ouvinte casual a longa experiência de presenciar o conjunto ao vivo. Foi um ato sem dúvida visionário, que até hoje faz sentido dentro do mercado fonográfico, mostrando que o disco pode ser legal, mas o show é que é realmente imperdível.

Trip In The Country (Polydor, 1970)
AREA CODE 615

615 é o DDD de Nashville e o Area Code foi um supergrupo local formado pela nata dos músicos de estúdio da crucial cidade da música norte-americana: Charlie McCoy, Mac Gayden, Weldon Myrick, Kenny Buttrey, Bobby Thompson, Wayne Moss, Buddy Spicher, Norbert Putnam e David Briggs. Lançaram apenas dois álbuns que, juntos, criaram uma espécie de cartilha do country fusion, com muitos improvisos virtuosos. Trip In The Country foi o segundo deles e fez muito sucesso no Reino Unido, já que a canção “Stone Fox Chase” foi escolhida como tema de abertura do programa The Old Grey Whistle Test. Infelizmente, nos EUA o grupo não decolou; somente os mais inteirados sabiam da existência da banda, que se apresentava no Fillmore geralmente para poucos felizardos. Wayne Moss fundaria na sequência o Barefoot Jerry.

https://youtu.be/o0RBDFr9aGw

At Fillmore East (Capricorn, 1971)
THE ALLMAN BROTHERS BAND

Se Jerry Garcia é o rei das jam bands, Duane Allman pode ser o príncipe e este aqui é o seu ápice em disco. Canções como “In Memory of Elizabeth Reed”, “Whipping Post” e “Mountain Jam” tomavam conta de boa parte dos shows dos Allmans onde as jams rolavam livres e soltas. Duane passeava com seus solos em companhia de Dickey Betts e isso virou marca registrada da cena. Produzido e registrado por Tom Dowd, o álbum duplo se tornou referência quando o assunto é álbum ao vivo. A versão original de 1971 contém sete músicas em quatro lados, mas At Fillmore East já foi relançado em formato expandido por diversas vezes. Na mais recente delas, se transformou num luxuoso box de seis CDs. Esteticamente, historicamente e culturalmente, é um marco da música norte-americana, como alegou a Library of Congress, em 2004.

Live! At The Spring Crater Celebration Diamond Head, Oahu, Hawaii (Volcano 1972)
COSMIC TRAVELERS

Este obscuro grupo lançou somente este álbum, registrado ao vivo em 1972, na cratera do vulcão havaiano Diamond Head. O quarteto era experiente, pois seus integrantes haviam tocado com Otis Redding, Etta James, Paul Revere, Lee Michaels etc. Juntos, conversavam musicalmente de maneira explosiva e telepática, o que fica evidente nos seis temas do disco. O guitarrista Drake Levin pode abusar um pouco além da conta com o seu wah-wah, mas o ritmo contagiante da cozinha e os vocais do pessoal compensam. A gravação leva o ouvinte para o lado do palco e a sonoridade desses viajantes cósmicos bebeu na fonte de nomes como James Gang, Deep Purple, Chambers Brothers e Sly Stone. Este LP virou uma raridade, mas foi relançado recentemente, tendo sua bela capa reproduzida em toda a sua glória.

Jamming with Edward! (Rolling Stones, 1972)
THE ROLLING STONES

Quando os Stones resolveram tornar públicas suas jams em estúdio, a coisa ficou séria. Passou a ser legal conferir o que seus astros aprontavam nos confinamentos criativos de um estúdio de gravação. Nos EUA, este álbum completamente desleixado chegou até a figurar nas paradas de sucesso da Billboard. Jamming with Edward! saiu somente em 1972, mas foi registrado em 1969, durante as sessões de Let It Bleed, no Olympic Studio londrino. Para a festa, vieram Mick Jagger, Charlie Watts, Bill Wyman, Nicky Hopkins (o “Edward” do título) e Ry Cooder – todos entediados, esperando o aparecimento de Keith Richards no estúdio para que as gravações “oficiais” pudessem começar. O resultado é frouxo, incorreto, negligente, indefinido e, por tudo isso, muito agradável de escutar.

Bobby Keys (Warner, 1972)
BOBBY KEYS

Ele não participou de Jamming with Edward!, mas sua presença sempre foi fundamental nas jams dos Stones do início dos anos 70 pra frente. Em 1972, Bobby lançou seu primeiro LP solo, recheado de jams, onde inseria seus sopros por cima de atuações inspiradas de ilustres amigos. Muito querido da alta classe do rock britânico, todos queriam participar do álbum de Bobby Keys. A lista de convidados é impressionante: Jack Bruce, Jim Gordon, George Harrison, Leslie West, Nicky Hopkins, Corky Laing, Dave Mason, Felix Pappalardi, Carl Radle, Ringo Starr, Klaus Voorman e outros. O álbum foi lançado somente na Inglaterra e na Alemanha e ficou por décadas esquecido, fora de catálogo, sendo relançado apenas recentemente. Com a morte de Keys, no fim do ano passado, essa é a melhor hora para celebrar esse grande músico e cair de ouvidos em suas jams.

The Cosmic Jokers (Kosmische Musik, 1974)‎
THE COSMIC JOKERS

É importante ressaltar que apesar das jam bands serem fruto de um fenômeno tipicamente pertencente ao rock norte-americano, a atitude de registrar uma sessão livre de música improvisada em estúdio aconteceu no mundo todo e veio originalmente do jazz. Na Europa esse conceito também ganhou muitos adeptos, principalmente na Alemanha. Foi lá que o visionário produtor/agitador Rolf- Ulrich Kaiser resolveu celebrar música, arte, diversão e LSD de uma forma ímpar, convidando seus amigos para informais experimentos em estúdio, com o gravador rolando o tempo todo. Assim surgiu o Cosmic Jokers, projeto que lançou cinco discos naquele ano de 1974. Este foi o primeiro deles e é considerado o Bitches Brew do Krautrock, uma colagem espacial de improvisos e texturas sonoras influenciadas pelo Ash Ra Tempel e por Timothy Leary.

https://youtu.be/tyAoZcVuzcY

Shut Up ‘N Play Yer Guitar (B. Pumpkin 1981)
FRANK ZAPPA

Quem mais poderia lançar três discos recheados de solos de guitarra registrados ao vivo? Zappa pode ser lembrado pelo grande público apenas como um piadista irreverente, mas seus apreciadores sabem que ele foi um dos maiores guitarristas que já pisou no planeta. Tudo foi registrado ao vivo entre os anos 1976-1980; muitos dos temas são solos extraídos de determinadas canções. Por exemplo, três temas surgiram de improvisos durante o solo de “Inca Roads”. A única exceção é a última faixa, “Canard Du Jour”, um improviso de estúdio com Jean Luc Ponty, registrado em 1972. Essa série de três discos foi lançada separada, mas depois reunida num só box. Para quem deseja se aprofundar mais nos solos de Zappa, o álbum duplo Guitar (1988), também é recomendadíssimo.

Artigo originalmente publicado na pZ 58

poeiraCast 259 – Os melhores discos de 1965

Analisamos os grandes discos e singles lançados em 1965. Estrelando: Beatles, Stones, Who, Beach Boys, Otis, Dylan, Yardbirds, Mais

por Bento Araujo     11 nov 2015

Analisamos os grandes discos e singles lançados em 1965.
Estrelando: Beatles, Stones, Who, Beach Boys, Otis, Dylan, Yardbirds, Coltrane, Moacir Santos etc.

poeiraCast 258 – Teenyboppers: rock e pop adolescente

No segmento musical destinado ao público juvenil (ou infantojuvenil), já se fez muita coisa boa! Dos Collins Kids Mais

por Bento Araujo     04 nov 2015

No segmento musical destinado ao público juvenil (ou infantojuvenil), já se fez muita coisa boa! Dos Collins Kids aos Monkees, das Crystals ao Jackson 5, conversamos sobre as aventuras desses jovens talentosos que, geralmente guiados por grandes produtores e compositores, fizeram a trilha sonora para “adolescentes” de todas idades.

poeiraCast 257 – Joni Mitchell

Desta vez o centro de nossas atenções é a diva canadense Joni Mitchell, embora o papo também tenha Mais

por Bento Araujo     29 out 2015

Desta vez o centro de nossas atenções é a diva canadense Joni Mitchell, embora o papo também tenha passado por outros assuntos; por exemplo: o rádio, como brilhante meio de comunicação. Tudo isso inspirado pela presença de nosso convidado especial, Edgard Piccoli.

poeiraCast 256 – Discos progressivos de bandas não prog

Tem sons de todas as épocas. Conversamos sobre bandas que flertaram com o rock progressivo ou que até Mais

por Bento Araujo     21 out 2015

Tem sons de todas as épocas. Conversamos sobre bandas que flertaram com o rock progressivo ou que até fizeram discos que se podem dizer progressivos, sem serem artistas do estilo.

poeiraCast 255 – Selos especializados em relançamentos

Desta vez falamos sobre os selos que se especializaram em preparar reedições caprichadas (ou nem tanto), coletâneas com Mais

por Bento Araujo     14 out 2015

Desta vez falamos sobre os selos que se especializaram em preparar reedições caprichadas (ou nem tanto), coletâneas com bom critério (idem) e que ganharam seu espaço nas coleções de quem gosta de música.

Estrelando: Rhino, Repertoire, Bear Family, Akarma e muitos outros.

Playlist pZ 62

Preparamos um playlist da pZ 62 no Spotify para você escutar degustando a sua nova edição

por Bento Araujo     07 out 2015

Playlist da poeira Zine 62, para escutar degustando a sua nova edição. Ouça músicas de bandas e artistas que abordamos nesta edição: Canned Heat, Foghat, Gillan, Pax, Tomorrow, Mark Farner, Mitch Mitchell, Kadavar etc.

Veja mais sobre essa edição no http://www.poeirazine.com.br/loja/62/

pZ 62

Canned Heat, Foghat, Terreno Baldio, Gillan, Pax, Tomorrow, Mark Farner, Mitch Mitchell etc.

por Bento Araujo    

CANNED HEAT
Quando o assunto é o blues pesado, branco e elétrico dos anos 60, todos se lembram geralmente das bandas britânicas: Cream, Fleetwood Mac, Ten Years After, Savoy Brown, Chicken Shack e muitas outras. Mas no país que inventou e disseminou o blues, os Estados Unidos da América, a revolução também estava acontecendo em meados daquela década, com nomes como Paul Butterfield Blues Band e Canned Heat. Eric Clapton, Peter Green, Alvin Lee, Kim Simmonds e Stan Webb podiam muito bem conhecer o gênero que tanto apreciavam, mas os dois fundadores do Canned Heat, Bob Hite e Alan Wilson, possuíam mais do que uma paixão pelo blues, possuíam um conhecimento enciclopédico do gênero. Talvez por essa razão que o Canned Heat seja considerado o grupo branco de rock que mais se especializou em atualizar antigas e obscuras gravações do blues. Além dessa muito peculiar e preciosa interpretação, o Canned Heat ainda promoveu, como nenhuma outra banda de sua geração, o interesse do público com os artistas originais do blues. Em sua trajetória foi comum o grupo gravar e colaborar com ícones do gênero, ajudando-os a ganhar novamente alguma notoriedade dentro do grande público.

GILLAN
Ian Gillan completou 70 anos de idade. Será lembrado para sempre como o vocalista do Deep Purple, mas teve uma passagem relâmpago pelo Black Sabbath que gerou um dos maiores álbuns da história do heavy metal (Born Again, 1983), foi vocalista do Episode Six e protagonizou uma extensa, porém subestimada carreira solo. Além de discos como artista solo, fundou duas bandas que carregavam seu nome: Ian Gillan Band e Gillan, ambas representando fielmente o período em que atuaram. A primeira apostava numa sonoridade fusion típica do fim dos anos 70, a segunda navegava dentro da estética do heavy metal e da NWOBHM, populares no início da década de 80. Gillan, a banda, durou cinco anos (1978-1982) e deixou seis álbuns para a posteridade. Na época fizeram sucesso na Europa e no Japão, mas nunca tiveram penetração no mercado norte-americano, ao contrário de bandas de outros ex-integrantes do Deep Purple, como Rainbow e Whitesnake. Aproveitando as sete décadas de vida do Silver Voice, a pZ relembra os cinco gloriosos anos da banda Gillan.

TERRENO BALDIO
A trajetória de um dos pilares do rock progressivo brasileiro dos anos 70. Os discos, as apresentações e todas as aventuras da banda de Roberto Lazzarini, João “Fusa” Kurk e Mozart Mello.

MARK FARNER (ENTREVISTA)
O líder, vocalista, guitarrista e principal compositor do Grand Funk Railroad falou com a pZ em três ocasiões. Somente uma dessas entrevistas foi publicada, na edição #40, quando Mark Farner estava arrumando as malas para vir se apresentar pela primeira vez no Brasil e nos atendeu via telefone. As outras duas entrevistas foram feitas pessoalmente, quando o músico esteve em São Paulo, mas, por alguma razão, permaneceram inéditas até agora. A primeira delas aconteceu em 2012, no quarto de hotel de Mark e a segunda em 2014, no bar do hotel onde ele estava hospedado. O que você confere nesta edição é um compilado do que de mais interessante rolou nessas duas conversas. A ocasião é propícia, principalmente porque o guitarrista acaba de lançar o seu mais novo trabalho, MF 432, um EP de quatro faixas.

FOGHAT
Nesse número trazemos também uma banda que nasceu inspirada no blues, o Foghat, que surgiu das raízes do Savoy Brown, um dos pilares do blues britânico dos anos 60.

PAX
O rock sulamericano dos anos 60 e 70 está recheado de figuras chave, ícones que na época romperam barreiras com sua música e atitude. Se fora de seus países o reconhecimento ainda é tímido, regionalmente essas figuras icônicas são tratadas com reverência. É exatamente este o caso do fundador do Pax, Enrique “Pico” Ego-Aguirre, guitarrista, compositor e produtor nascido em Lima, Perú. O grupo lançou um único trabalho, em 1970, que rivaliza com clássicos de nomes como Black Sabbath e Deep Purple.

TOMORROW
Uma das maiores forças do underground britânico da década de 60, o Tomorrow lançou dois fulminantes compactos no Verão do Amor. O disco completo veio somente muitos meses depois, quando a febre psicodélica já havia passado. Mas, como legado, ficou esta pequena obra-prima e a popularidade que alguns de seus integrantes conquistariam em diversas bandas nos anos seguintes.

MITCH MITCHELL
O baterista do Experience nasceu em 9 de julho de 1947, em Ealing, Middlesex, Inglaterra, e escreveu seu nome com letras garrafais na história do rock. É o nosso pZ Hero da vez.

E MAIS:
The Galaxies, Lowell George, Paulo Bagunça, Bruce Palmer, Life, The Charlatans, Trader Horne, Racing Cars, Renato Ladeira, Dwight Twilley, Catherine Ribeiro + Alpes, Józef Skrzek, Lothar And The Hand People etc.

poeiraCast 253 – Hits só no Brasil

Sabe aquela música que fez sucesso mas não está nas coletâneas lançadas oficialmente pelo artista internacional? Pois ela Mais

por Bento Araujo     30 set 2015

Sabe aquela música que fez sucesso mas não está nas coletâneas lançadas oficialmente pelo artista internacional? Pois ela pode ser um desses casos de hit só aqui no nosso país ou outros fora do eixo. Caso que já ocorreu com gente como Stevie Wonder, Elvis, Elton John e até mesmo Frank Zappa, e que é nosso assunto neste episódio.

poeiraCast 252 – A falácia da inovação no rock

Inspirados pela declaração do roqueiro Keith Richards, que desmistifica o celebrado caráter inovador do álbum Sgt. Pepper’s dos Mais

por Bento Araujo     23 set 2015

Inspirados pela declaração do roqueiro Keith Richards, que desmistifica o celebrado caráter inovador do álbum Sgt. Pepper’s dos Beatles e não poupa seu próprio Their Satanic (com os Stones), falamos sobre a presença ou não da invenção, ou da inovação, no rock.

poeiraCast 251 – Os melhores discos de 1995

Desta vez voltamos no tempo apenas 20 anos, e conversamos sobre o rock da metade da década de Mais

por Bento Araujo     16 set 2015

Desta vez voltamos no tempo apenas 20 anos, e conversamos sobre o rock da metade da década de 1990.

poeiraCast 250 – Diversidade sexual no rock

Neste episódio falamos sobre músicas e artistas de rock que usam e abusam do direito de transpor as Mais

por Bento Araujo     09 set 2015

Neste episódio falamos sobre músicas e artistas de rock que usam e abusam do direito de transpor as barreiras de gênero na sexualidade.

poeiraCast 249 – As Piores Bandas do Mundo?

“Não vale chutar cachorro morto”, diz um. “Só vale banda que tentou ser boa”, professa outro. A lista Mais

por Bento Araujo     02 set 2015

“Não vale chutar cachorro morto”, diz um. “Só vale banda que tentou ser boa”, professa outro. A lista deste programa é de piores bandas do mundo na modesta opinião de cada um do poeiraCast, só valendo artistas que se destacaram dentro de seus estilos.

Kadavar faz sua primeira excursão brasileira

Power trio alemão faz quatro shows por aqui em setembro, promovendo o seu terceiro álbum

por Ricardo Alpendre     27 ago 2015

kadavarQuem desembarca pela primeira vez no Brasil em setembro é o power trio alemão Kadavar.

Promovendo o novo álbum Berlin, o terceiro de estúdio, o grupo deverá mostrar em Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis seu hard rock com pegada vintage e influências de várias vertentes do metal.

Os shows nos palcos brasileiros são os primeiros de uma turnê mundial que segue daqui para Argentina, Chile e Uruguai, e depois para a América do Norte e Europa. É mais uma boa boa pedida para amantes do rock retrô setentista, mais uma promovida pela mesma Abraxas que tem trazido bandas como Radio Moscow e The Flying Eyes.

As datas das apresentações, todas em setembro, são: dia 18 em Goiânia, no Festival Vaca Amarela, Centro Cultural Martim Cererê; dia 19 em São Paulo, no Inferno Club; dia 20 no Rio, no Teatro Odisseia; dia 23 em Floripa, no Célula Showcase.

Todos os eventos têm show de abertura com bandas nacionais, e todas as informações estão na página da produtora no Facebook.

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poeiraCast 248 – Rocks e Tragédias

Um papo sobre acontecimentos ruins que teriam sido motivados por músicas, discos e shows de rock, ou “The Mais

por Bento Araujo     26 ago 2015

Um papo sobre acontecimentos ruins que teriam sido motivados por músicas, discos e shows de rock, ou “The dark side of rock”, como íamos chamar o programa.

Estrelando: Judas Priest, The Beatles, Ozzy Osbourne, Marilyn Manson, The Rolling Stones, AC/DC e outros.

poeiraCast 247 – Bandas que destruíram seus legados

Depois de anos gravando obras que se tornaram clássicas, algumas grandes bandas (e também artistas solo) parecem perseverar Mais

por Bento Araujo     19 ago 2015

Depois de anos gravando obras que se tornaram clássicas, algumas grandes bandas (e também artistas solo) parecem perseverar na tarefa de prejudicar seus legados e envergonhar os fãs. Por quê, e quem são eles? Neste episódio, as opiniões do nosso time.

poeiraCast 246 – Pink Floyd

Uma das bandas mais conhecidas e influentes a trilharem o caminho da psicodelia e do rock progressivo, o Mais

por Bento Araujo     12 ago 2015

Uma das bandas mais conhecidas e influentes a trilharem o caminho da psicodelia e do rock progressivo, o Pink Floyd é o nosso assunto neste episódio.

Mundo do Disco

Conheça o recordshops.org, que compila lojas de discos de todo o mundo num único mapa

por Bento Araujo     11 ago 2015

lojas do mundoNós aqui da pZ recebemos, com uma boa frequência, e-mails de pessoas que estão saindo em viagem e estão pesquisando lojas de discos mundo afora. Agora com o recordshops.org ficou muito mais fácil de encontrar lojas por onde você irá passar, seja em qualquer canto do mundo.

A busca pode ser realizada por país e cidade e também é possível acessar endereços, horários de funcionamento, sites, fotos e especialidades de cada estabelecimento. É possível ainda ranquear e comentar as lojas.

Evidentemente, muitas lojas ainda não constam no mapa, mas o bacana é que você mesmo pode ir adicionando as suas lojas e localidades favoritas.

Explore o mundo das lojas de discos acessando o recordshops.org

Playlist pZ 61

Preparamos um playlist da pZ 61 no Spotify para você escutar degustando a sua nova edição

por Bento Araujo     10 ago 2015

Playlist da poeira Zine 61, para escutar degustando a sua nova edição. Ouça músicas de bandas e artistas que abordamos nesta edição: Som Nosso de Cada Dia, Pink Fairies, nomes que se apresentaram no festival Wattstax, John Wetton, bandas de Krautrock, Hughes & Thrall, Taste, Love Affair etc.

Veja mais sobre essa edição no http://www.poeirazine.com.br/loja/numero-61/

poeiraCast 245 – Bandas com primeira fase diferente

A conversa hoje é sobre aqueles grupos que tiveram uma primeira fase em estilos diferentes daqueles que os Mais

por Bento Araujo     05 ago 2015

A conversa hoje é sobre aqueles grupos que tiveram uma primeira fase em estilos diferentes daqueles que os consagraram. E em muitos casos, o período inicial também é muito legal!

Estrelando: Deep Purple, Moody Blues, Thin Lizzy, Trapeze, UFO, Scorpions, ELO, Journey e outros.

pZ 61

Som Nosso de Cada Dia, Pink Fairies, Wattstax, John Wetton, selos de Krautrock, Hughes & Thrall, Taste, Gerardo Manuel y El Humo etc.

por Bento Araujo    

SOM NOSSO DE CADA DIA
O mais bacana na curiosa e aventureira trajetória do Som Nosso de Cada Dia é o quanto seus integrantes desdenharam dos rótulos musicais que lhes foram impostos através dos anos. Rotulada no Brasil e no exterior como uma banda de rock progressivo, o Som Nosso sempre foi muito mais do que isso. Claro que, quando surgiram, o gênero estava em alta e eles beberam em influências de nomes como ELP, Pink Floyd, Genesis e outros, mas a essência vinha de algo muito mais latino e brasileiro, seja do rock rural, ou da influência negra do soul, funk e até do samba. Era música com pedigree próprio, autêntica, sincera e livre. A emocionante e conturbada trajetória do grupo foi contada pelo seu único integrante original vivo, o baixista, vocalista e compositor Pedrão Baldanza.

PINK FAIRIES
Foi no International Times que o imortal Mick Farren deu com a língua nos dentes e escreveu em primeira mão sobre a criação do Pink Fairies Motorcycle Club And All Star Rock And Roll Big Band, uma organização cujo intuito era injetar subversão e diversão no verão britânico daquele ano de 1969. Apesar de não citar os nomes dos envolvidos, Farren garantiu que, muito em breve, os Fairies inundariam as ruas de Londres com seu barulho e sua cor. Tudo sobre a banda que sacudiu o underground britânico dos anos 70.

WATTSTAX
No verão de 1972, mais de 100 mil afro-americanos se reuniram no gigantesco Memorial Coliseum, ao sul da cidade de Los Angeles, para celebrar música e consciência, além de relembrar os sete anos dos tumultos raciais no bairro de Watts. Na plateia, uma explosão de cores e sentimentos. No palco, discursos, pregações e o balanço de grandes nomes do selo Stax: Rufus Thomas, Isaac Hayes, The Staple Singers, Tha Bar-Kays, Albert King e muitos outros. A volumosa e orgulhosa celebração virou filme, disco e retrato de uma cultura em transição. Depois de 50 anos dos tumultos em Watts, a pZ relembra o Wattstax, o maior festival de música negra da história, que, por pouco, também não terminou em tumulto.

JOHN WETTON
Seu indefectível timbre vocal, sua classe no palco, sua competência como compositor e suas poderosas e sempre seguras linhas de baixo fizeram parte da fundamental trajetória de grandes grupos como Family, King Crimson, Roxy Music, Uriah Heep, U.K., Wishbone Ash e Asia, dentre muitos outros. O que dizer de um baixista que ao invés de usar a tradicional palheta, utilizava um caco de vidro para deixar o seu som ainda mais poderoso? Inclui discografia essencial comentada.

KRAUTLABEL: OS GRANDES SELOS DO ROCK ALEMÃO
Foi no final dos anos 60 e início dos 70 que os grandes selos perceberam a força da música que vinha do underground. A psicodelia estava dando origem a toda uma nova geração, que, anos depois, ficaria conhecida como “progressiva”. O rock básico dos anos 50 parecia estar a anos luz de distância e grupos do mundo todo expandiam sua mente e sua sonoridade agregando elementos de música erudita, concreta, experimental, folk, jazz etc. Não havia limite para o que vinha pela frente. Foi então que os grandes selos criaram braços, subsidiárias, sublabels, com uma proposta mais livre, independente e em sintonia com a cena underground. Nessa onda, pintaram estampas como Vertigo, Harvest, Dandelion, Nova e muitas outras. Na Alemanha não foi diferente e uma série de novos selos foram criados a partir de 1968 para dar vazão àquilo que depois seria vulgarmente categorizado pela imprensa britânica como Krautrock. Trazemos nesta edição dez grandes selos que mudaram o rock alemão dos anos 70.

HUGHES & THRALL
O único trabalho da dupla Glenn Hughes e Pat Thrall foi bem recebido pela crítica em 1982, mas não pelo público, o que transformou o LP num completo fracasso de vendas. Certamente os fãs de Deep Purple, Trapeze, Automatic Man e Pat Travers esperavam algo mais pesado da dupla, que acabou apostando no AOR e no pop. Décadas depois, Hughes & Thrall virou um disco cult e possui muitos fãs mundo afora.

E MAIS:
Gerardo Manuel y El Humo, Taste, Boz Scaggs, Eddie Hinton, Fernando Gelbard, Lynyrd Skynyrd, Eden, Pesniary, Violinski, Cosmo Drah, Ivinho, Chris Squire, Slim Harpo, Os Irmãos Carrilho, Love Affair, Lucifer’s Friend, Paêbirú etc.

poeiraCast 244 – Terceiros Álbuns

“O difícil terceiro álbum”, ou o que define o som da banda… Várias conjecturas são feitas sobre esse Mais

por Bento Araujo     29 jul 2015

“O difícil terceiro álbum”, ou o que define o som da banda… Várias conjecturas são feitas sobre esse momento particular na carreira dos artistas de rock. Nesta conversa, lembramos alguns dos terceiros álbuns mais interessantes.

poeiraCast 243 – Sabotage (Black Sabbath)

Neste episódio a conversa é sobre o álbum Sabotage, do Black Sabbath, que está completando 40 anos.

por Bento Araujo     22 jul 2015

Neste episódio a conversa é sobre o álbum Sabotage, do Black Sabbath, que está completando 40 anos.

poeiraCast 242 – 1001 Músicas

Vamos abrindo o livro 1001 Songs You Must Hear Before You Die (no Brasil, 1001 Músicas Para Ouvir Mais

por Bento Araujo     15 jul 2015

Vamos abrindo o livro 1001 Songs You Must Hear Before You Die (no Brasil, 1001 Músicas Para Ouvir Antes de Morrer) e comentando as músicas e artistas que aparecem. No mínimo, nós nos divertimos bastante!

Estrelando: Sex Pistols, Talking Heads, AC/DC, The Clash, The Police, MC5, The Stooges, Funkadelic…

poeiraCast 241 – Rock Progressivo Decadente

Uma conversa sobre os sons ainda inspirados e às vezes misteriosos das bandas progressivas que se adaptavam aos Mais

por Bento Araujo     08 jul 2015

Uma conversa sobre os sons ainda inspirados e às vezes misteriosos das bandas progressivas que se adaptavam aos tempos sob o cerco da disco music, do punk e da new wave.

Estrelando: Genesis, Camel, Gentle Giant, Yes…

poeiraCast 240 – Guitarristas Subestimados

Nossa conversa é sobre aqueles heróis da guitarra que geralmente não são citados entre os maiores mas têm Mais

por Bento Araujo     01 jul 2015

Nossa conversa é sobre aqueles heróis da guitarra que geralmente não são citados entre os maiores mas têm calibre para estar lá.

poeiraCast 239 – Roxy Music

Uma das bandas mais inventivas e classudas do rock da década de 70, o Roxy Music contava com Mais

por Bento Araujo     24 jun 2015

Uma das bandas mais inventivas e classudas do rock da década de 70, o Roxy Music contava com a sensibilidade de Bryan Ferry, o ímpeto vanguardista de Brian Eno e a excelência instrumental de Phil Manzanera. Por essas e outras, eles criaram discos memoráveis e são nosso assunto neste episódio.

poeiraCast 238 – The Heart of Rock and Soul

Neste episódio fazemos, de improviso, um jogo: abrimos aleatoriamente as páginas de um livro sobre música e vamos Mais

por Bento Araujo     17 jun 2015

Neste episódio fazemos, de improviso, um jogo: abrimos aleatoriamente as páginas de um livro sobre música e vamos comentando o assunto que aparece. A bola da vez é The Heart of Rock and Soul, do conceituado autor norte-americano Dave Marsh. A respeito do livro, basta ver seu subtítulo: “Os 1001 maiores compactos já feitos”.

poeiraCast 237 – Samplers: Picaretagem ou Arte?

A conversa neste episódio é sobre a criação da música com auxílio (ou a partir) de sons “sampleados”, Mais

por Bento Araujo     10 jun 2015

A conversa neste episódio é sobre a criação da música com auxílio (ou a partir) de sons “sampleados”, prática controversa, odiada pelos ouvintes mais puristas.

Estrelando: Afrika Bambaataa, Grandmaster Flash, Beastie Boys… E os sons originais de James Brown, Led Zeppelin, Marvin Gaye, Stevie Wonder e incontáveis outros.

poeiraCast 236 – Os 40 anos de Snow Goose (Camel)

Clássico do rock progressivo inglês, o álbum instrumental de 1975 do Camel é nosso assunto neste episódio.

por Bento Araujo     03 jun 2015

Clássico do rock progressivo inglês, o álbum instrumental de 1975 do Camel é nosso assunto neste episódio.

Playlist pZ 60

Preparamos uma playlist da pZ 60 no Spotify para você escutar degustando a sua nova edição

por Bento Araujo    

Playlist da poeira Zine 60, para escutar degustando a sua nova edição. Ouça músicas de bandas e artistas que abordamos nesta edição: Beck Bogert Appice, Mott The Hoople, Hawkwind, Alex Harvey, Scorpions, The Who, Climax Blues Band, Os Mutantes etc.

Veja mais sobre essa edição no http://www.poeirazine.com.br/loja/numero-60/

pZ 60

Beck Bogert Appice, Mott The Hoople, Hawkwind, Alex Harvey, entrevista com Rudolf Schenker (Scorpions), The Who, Climax Blues Band, Os Mutantes, Rock Hasta que se ponga al Sol, Piedra Roja, Beckett etc.

por Bento Araujo     31 Maio 2015

BECK BOGERT APPICE (BBA)
A conturbada e meteórica trajetória do BBA até hoje parece um mistério, mesmo para os profundos conhecedores do hard rock setentista. Brigas, volume ensurdecedor, bebedeiras, egos inflados e até um patriotismo desnecessário perseguiu nossos três heróis no um ano e meio em que estiveram juntos. Um disco de estúdio e um álbum duplo ao vivo exclusivo para o mercado japonês. Foi tudo o que o grupo conseguiu deixar para a posteridade, já que o segundo e abandonado disco de estúdio estava sendo finalizado quando o trio encerrou suas atividades, em 1974. As lendas e as verdades sobre esse segundo e inédito álbum e a rápida, porém fascinante, trajetória do trio formado por Jeff Beck, Tim Bogert e Carmine Appice, você confere nessa edição. Inclui o disco de estúdio resenhado pelo próprio Jeff Beck e o ao vivo resenhado pelo lendário Lenny Kaye.

HAWKWIND
Errado está aquele que pensa que o Hawkwind só prestou quando Lemmy Kilmister cuidava das quatro cordas mais graves do conjunto. Após a saída de Lemmy, o Hawkwind ainda lançou álbuns impecáveis como Astounding Sounds Amazing Music, Quark Strangeness and Charm e Levitation, seu décimo disco de estúdio com convidados como Ginger Baker e Tim Blake. Levitation foi também um dos primeiros discos de rock gravados com tecnologia digital.

MOTT THE HOOPLE
Surgido numa época de acirrada concorrência musical, o Mott The Hoople nunca mereceu a devida atenção do público e da crítica. No auge do glam rock britânico, lá pelos idos de 1972, mesmo com o grupo sendo um dos principais nomes do movimento, figuras como David Bowie e Marc Bolan roubavam as manchetes, sempre deixando o Mott pra trás. O artigo inclui a discografia comentada da banda e um papo com o líder Ian Hunter.

ENTREVISTA COM RUDOLF SCHENKER (SCORPIONS)
A fase terminal do Scorpions está se tornando uma das mais longas despedidas da história do rock. Em 2010 eles anunciaram a aposentadoria e em 2012 terminaram aquela que seria a sua turnê de despedida. Mas o capitão do time, por acaso, percebeu que este ano a sua banda completa 50 anos de carreira. Sendo assim o Scorpions está de volta, com um novo álbum e uma nova turnê. Aproveitamos o ensejo para bater um longo papo telefônico com Rudolf Schenker, diretamente da Alemanha, onde o guitarrista conta como foi liderar o Scorpions por cinco décadas de rock ‘n’ roll.

BUENOS AIRES ROCK E PIEDRA ROJA
O início dos anos 1970 ficou especialmente marcado na história do rock argentino pelas três edições do B.A. Rock (Buenos Aires Rock), um dos principais festivais já realizados somente com artistas locais na América do Sul. A terceira edição, em 1972, não apenas reuniu grande parte das bandas importantes de então como foi o principal evento documentado no longa-metragem Rock Hasta Que Se Ponga El Sol, lançado no ano seguinte, o primeiro filme argentino sobre rock. Nessa edição, Ricardo Alpendre desvenda os mistérios tanto do Buenos Aires Rock como do Piedra Roja, o “Woodstock Chileno”, que vem ganhando as telas dos festivais com um documentário recém lançado de mesmo nome.

NA ESTRADA COM OS MUTANTES
Sempre se fala dos discos clássicos dos Mutantes, mas pouco se comenta sobre o pioneirismo do grupo ao sair levando, praticamente na raça e na coragem, o seu inovador rock ‘n’ roll pelas estradas do enorme Brasil no início dos anos 70.

ALEX HARVEY
Passados mais de 30 anos de sua morte, Alex Harvey permanece sendo um ícone da cena roqueira europeia. Se nos Estados Unidos o astro escocês nunca obteve o merecido reconhecimento, no velho mundo o papo é diferente: biografias são lançadas, discos clássicos merecem reedições caprichadas e sites em sua homenagem surgem na internet. Inclui uma discografia essencial comentada.

PÉROLAS ESCONDIDAS
Beckett, Estus, Energit, Exodus, Jimmie Haskell e Steve Baron Quartet.

E MAIS:
The Who, Diego Mascate, ruído/mm, Climax Blues Band, Percy Weiss, Ned Doheny, Trapeze, She, Spinetta, Canned Heat, John Mayall, Daniel Cardona Romani, Egidio Conde etc.

poeiraCast 235 – Os Grandes DJs do Rock

Eles levaram as principais tendências do rock para o público, ajudando a formar o gosto musical de várias Mais

por Bento Araujo     27 Maio 2015

Eles levaram as principais tendências do rock para o público, ajudando a formar o gosto musical de várias gerações. Os DJs que plugaram o rock nas rádios são o nosso assunto neste episódio.

poeiraCast 234 – Marillion e o Neo-Prog

Se é discutida a data de origem do estilo neo-prog, filho do rock progressivo, não há questão sobre Mais

por Bento Araujo     20 Maio 2015

Se é discutida a data de origem do estilo neo-prog, filho do rock progressivo, não há questão sobre qual banda mais o difundiu no mercado: Marillion. Além da famosa banda inglesa, também opinamos um pouco sobre outros baluartes como IQ, Pendragon, etc.

Cinco anos sem Ronnie James Dio

Relembre a passagem do imortal vocalista pelo ELF lendo um trecho da nossa edição especial sobre ele

por Bento Araujo     15 Maio 2015

“The Biggest Little Band In The Land”

Foi com essa frase acima que o ELF chegou no mundo do rock pesado em 1972. Ela foi usada no cartaz de divulgação da turnê que eles estavam abrindo para o Deep Purple, a banda que apadrinhou e apresentou o ELF à cena da época. Ronnie James Dio achava finalmente seu nicho e deixava o contrabaixo de lado para se dedicar completamente aos vocais.

ELF

“As pessoas não sabiam o que esperar da gente. Éramos muito baixos em estatura, então bastava entrar no palco pra todo mundo começar a dar risada da nossa cara. Mas isso durava apenas alguns segundos; era só a gente começar a tocar para explodir a cabeça de todo mundo com a nossa força.”

Ronnie James Dio, seu primo David Feinstein, e os demais integrantes do grupo sempre sofreram com as gozações, e foi aproveitando delas que resolveram adotar o nome The Electric Elves, em 1968, uma alusão aos elfos, pequenas criaturas místicas da Mitologia Nórdica, que aparecem também com frequência na literatura medieval européia.

Logo o grupo abreviou seu nome apenas para The Elves, e faziam a vida se apresentando em barzinhos e colégios, e tocavam muitos covers, levando ao público material fresquinho de bandas como Beatles e The Who. Curioso inclusive que os Elves apresentaram ao vivo um segmento de 25 minutos da ópera rock Tommy do Who em seus shows, apenas alguns dias após o lançamento oficial do elepê da banda britânica. Por volta de 1969 e 1970 o grupo de RJD produziu vários compactos demos, mas nunca pintava um bom contrato na parada.

Foi somente em 1972 que a sorte começou a bater na porta do conjunto, agora batizado como ELF. Em janeiro daquele ano o grupo estava fazendo uma audição para a Columbia Records num bar, em Nova York, e pra sorte deles, Roger Glover e Ian Paice do Deep Purple estavam presentes na ocasião e ficaram impressionados, principalmente com a voz daquele cara baixinho chamado Ronnie James Dio: “Eu e Paice ficamos impressionados; era tudo tão cru e excitante. Era impossível de acreditar como um som tão poderoso como aquele surgia de pessoas tão frágeis e miúdas. O piano boogie de Mickey Lee Soule dava um molho todo especial no som deles, e Ronnie tinha a mais bela voz que eu já tinha ouvido na vida. Além disso, a banda contava com uma forte parceria nas composições,” relatou um empolgado Roger Glover anos depois.

Dio começava a se sobressair também como compositor. O mais interessante é que sua maior inspiração vinha do mundo dos esportes: “Escrevi as minha melhores canções assistindo esporte na TV: futebol americano, basquete, baseball; tudo o que não tem nada a ver com música. É algo que me fascina e prende demais a minha atenção; assisto de tudo, desde ping-pong até alguém arremessando cadeiras. É muito esquisito, sento para compor e gravar alguma ideia quando estou de férias em casa, e casualmente nada parece surgir. Basta eu deixar a música de lado e passar um dia assistindo TV que a inspiração aparece. Gosto de comparar uma banda a um time de futebol: o guitarrista e o vocalista são os atacantes, o baterista e o baixista formam a defesa, e os teclados são o meio de campo.”

ELF LabelGlover e Paice se dispuseram a produzir o primeiro disco do ELF, então rapidamente todo mundo se mandou para o Studio One, localizado em Atlanta, Georgia, para gravar o álbum de estreia, batizado simplesmente de ELF, e lançado pela Epic apenas nos EUA.

Nessa época a formação do grupo consistia em Ronnie James Dio (vocal/baixo), Gary Driscoll (bateria), David Feinstein (guitarra) e Mickey Lee Soule (teclados). O disco passou batido e as vendas foram bem tímidas, no entanto, as coisas começavam a acontecer para o grupo, principalmente quando começaram a abrir shows de várias turnês norte-americanas do Deep Purple, que aconteceram entre agosto e dezembro de 1972. Nesse interim, duas mudanças fundamentais: David Feinstein deixou seu posto de guitarrista para Steve Edwards; e Dio passou o baixo para Craig Gruber, concentrando-se assim mais no vocal. Continuam na estrada, abrindo para Uriah Heep, Manfred Mann e Fleetwood Mac.

Em 1973 a banda descolou dois novos contratos, um com a MGM Records nos EUA e outro com a Purple Records no Reino Unido. É lá inclusive que gravam o próximo álbum, Carolina County Ball, novamente produzido por Roger Glover, que até fez backing vocal numa faixa. Nos EUA o disco saiu com capa e nome diferente: L.A. ‘59. O disco foi lançado em abril de 1974, com o ELF se mandando para a estrada, novamente abrindo para o Deep Purple, dessa vez passando por todo o Reino Unido.

Para a projeção do grupo foi ótimo, pois ficaram dois meses em tour, mostrando seu som atraente (um boogie pesado meio caipira, que deixava os britânicos enlouquecidos), e aprendendo todos os macetes de palco do experiente Purple. Nessa época, Roger Glover aproveita para convidar Dio e o tecladista Mickey Lee Soule para participarem de seu novo projeto, o álbum Butterfly Ball And The Grasshopper’s Feast, baseado numa história infantil e com ilustres convidados.

No segundo semestre de 1974, mais shows com o Purple, mas agora no escaldante verão norte-americano, ou seja, jogando “em casa”. Destacam-se os shows do Cobo Hall, em Detroit, e o do Dillon Stadium, em Connecticut, onde o Aerosmith, em pleno início de carreira, abre para o ELF e para o Deep Purple.

Durante essas tours, Ritchie Blackmore cresce o olho pra cima de Dio e lhe convida, assim como todo o ELF, para gravar um compacto com uma versão para a canção “Black Sheep Of The Family”, que havia sido rejeitada pelo Purple.

Começava então a parceria que levaria Dio ao estrelato, mas que acabaria também com a carreira do ELF. Ronnie e o ELF passavam a ser a banda de apoio da “carreira-solo” de Blackmore, que logo se tornaria o Rainbow.

ELFNo início de 1975 o ELF volta a se reunir na Inglaterra para gravar seu terceiro e derradeiro álbum, novamente produzido por Roger Glover: Trying To Burn The Sun, com Mark Nauseef na bateria. Blackmore supervisionou as gravações, mas não tocou no disco, ao contrário dos muitos rumores que surgiram na época. Talvez isso tenha acontecido graças ao som mais direto e pesado do trabalho, principalmente em comparação com os dois anteriores. Antes de Trying To Burn The Sun ser lançado, a banda já não existia mais. Até alguns rumores sobre um quarto álbum do grupo, ao vivo e intitulado ELF Live, pipocaram no período, mas nada saiu do papel. O que se sabe é que o batera Mark Nauseef e o guitarrista Steve Edwards foram demitidos.

Ronnie James Dio, Gary Driscoll, Craig Gruber e Mickey Lee Soule estavam no Ritchie Blackmore’s Rainbow, que lançou seu disco homônimo em agosto de 1975.
Foi nessa época que Ronnie Dio resolveu adotar o “James” em seu nome artístico a partir de uma sugestão de Blackmore: “Ritchie me perguntou qual era o meu nome do meio. E eu disse que era ‘James’, então ele falou: ‘Quando você faz uma mudança em seu nome, o número de letras envolvidas também muda e isso pode trazer uma mudança boa para o seu futuro’. Eu disse: ‘Ok, sem problemas, a partir de agora então eu me chamo Ronnie James Dio.’”

Trying To Burn The Sun ficou engavetado por vários meses na Inglaterra, para não ter seu lançamento coincidindo com o do álbum de Blackmore… Era o fim do ELF e consequentemente o fim também da inocência de Ronnie James Dio…

pzesp3Artigo originalmente publicado em nossa edição especial sobre Ronnie James Dio.

Veja mais sobre essa edição AQUI.

poeiraCast 233 – Heavy Metal em 1985

O assunto deste episódio é o heavy metal e o hard rock há exatos 30 anos: melhores discos, Mais

por Bento Araujo     13 Maio 2015

O assunto deste episódio é o heavy metal e o hard rock há exatos 30 anos: melhores discos, bandas que se destacaram, os estilos que estavam em evidência…
Estrelando: Megadeth, Slayer, Possessed, Celtic Frost, Anthrax, Motley Crue, Savatage e outros.

Entrevista Rodrigo Pinto (Minha Loja de Discos)

Ele é produtor e diretor do programa Minha Loja de Discos, exibido pelo Canal Bis. Rodrigo atendeu a pZ direto de Londres, onde mora atualmente, e falou sobre as duas temporadas do programa, sua exploração artística e cultural das cidades por onde passa e seu apreço por esses diversos templos vinílicos ao redor do mundo

por Bento Araujo     11 Maio 2015

Ele é produtor e diretor do programa Minha Loja de Discos, exibido pelo Canal Bis. Rodrigo atendeu a pZ direto de Londres, onde mora atualmente, e falou sobre as duas temporadas do programa, sua exploração artística e cultural das cidades por onde passa e seu apreço por esses diversos templos vinílicos ao redor do mundo.

Rodrigo PintoComo surgiu a ideia de produzir um programa como o Minha Loja de Discos?

Eu filmei uma boa quantidade de material sobre a Polysom, a fábrica de vinil de Belford Roxo (RJ), a única do Brasil. Isso aconteceu quando todos estavam evitando que a fábrica fechasse, antes dela ser reativada. Quando eu constatei que eles estavam numa crise brava, cheio de dívidas, fiquei sabendo do interesse do João Augusto, então presidente da Deckdisc e hoje um dos sócios da Polysom, em comprar e reativar a fábrica. Entrei em contato e o João veio a Londres, então eu o levei nas lojas de discos daqui que eu conhecia. Presenciamos uma garotada comprando LPs de diversas bandas, todas elas lançando seus novos trabalhos em vinil… O meu interesse, sendo sincero, foi colocar uma pilha para ele reabrir a fábrica no Brasil. Chegando em casa, conversei com a Elisa (Kriezis), que é a minha parceira no crime (risos). Já tínhamos trabalhado juntos numa série para a GNT (Londres Assim), foi então que tivemos a ideia de fazer algo sobre as lojas de discos.

Fale um pouco mais sobre você, a sua produtora (Ton Ton) e a parceria com o Canal Bis.

Eu tinha os contatos do Canal Bis porque trabalho há muitos anos para o Multishow, comentando festivais, pesquisando conteúdo etc. Hoje eu sou basicamente um documentarista, um videomaker, e a Ton Ton cresceu muito nesse sentido de produzir conteúdo próprio. A Ton Ton é uma produtora brasileira independente, então temos o benefício da cota federal de produção independente nacional, e o Canal Bis queria dar um gás em sua programação musical. Eles gostaram da ideia e foi muito legal, pois o Canal Bis realmente abriu muitas portas para diversas produtoras brasileiras e para programas relacionados com música.

O sucesso de filmes como Alta Fidelidade, a popularidade do Record Store Day e a volta do vinil no imaginário popular ajudaram a criar um interesse maior ao redor do programa?

Sim, totalmente. O Alta Fidelidade, até mesmo o Durval Discos no Brasil, uma série de livros sobre o assunto e também a própria discussão sobre a decadência desse segmento da indústria, geraram um novo fôlego e turbinaram o interesse no programa e no assunto em geral.

A primeira temporada do Minha Loja de Discos passou pelas lojas do Reino Unido, fale um pouco mais sobre ela.

A Elisa praticamente produziu tudo, pois eu trabalhava fixo na BBC. Nas minhas folgas e férias, a gente viajava para gravar nas lojas das outras cidades ou aqui por Londres mesmo. Fizemos um piloto sobre a Sister Ray, que é uma loja bacana do Soho, que surgiu junto com o movimento punk dos anos 70. Eles representam muito uma faceta da cena local que eu me interesso muito, que é sobre a influência da música caribenha, do reggae e do dub, e como tudo isso se misturou ao punk. Mas o programa que fizemos sobre a Sister Ray não tem porra nenhuma disso (risos). Mostramos umas bandas mais recentes (risos).

Ainda existem muitas lojas de discos aí na Inglaterra, certo?

Existem umas 300 lojas pelo Reino Unido. Esse número aumenta ou diminui um pouco a cada ano, pois tem loja que abre, dura apenas um ano, e depois fecha. Nessa primeira temporada, eu percebi que as lojas que duram décadas são aquelas que possuem uma relação muito forte com a comunidade ao redor de onde estão instaladas. São estabelecimentos patrocinados não monetariamente, mas culturalmente pelos músicos locais, que agem como patronos de determinadas lojas. Geralmente são lojas que vendiam os discos dos grupos desses músicos, quando totalmente independentes. Daí eles estouram e fazem questão de retribuir tudo isso à loja. A Monorail, na Escócia, começou tendo o seu estoque cedido pelas bandas locais. O mais caro pra montar uma loja é o estoque, e nesse caso em específico, o pessoal do Mogwai ajudou. O pessoal do Franz Ferdinand, por exemplo, também está totalmente conectado à Monorail e por aí vai…

A segunda temporada, que está sendo exibida atualmente, foi rodada pelos EUA. Sendo um país de proporção continental, creio que foi importante mapear o território pra traçar de maneira mais abrangente todas as diferentes culturas e cenas de locais como Chicago, New Orleans, Detroit, Mississippi, Nashville, L.A. e NYC. Como foi planejar essa nova temporada num país tão grande?

Na primeira temporada, mapeamos tudo antes, mas contamos com uma flexibilidade maior na produção, porque estávamos perto. Foi possível viajar e entrevistar uma banda, por exemplo, num dia diferente daquele em que a gente filmava, em tal cidade. Nos EUA, com aquela proporção toda e a distância, tivemos que produzir tudo com antecedência. Foi necessário ter a certeza que quando estivéssemos numa cidade, encontraríamos com todos os artistas, lojistas etc. Saímos daqui então com 70% de tudo marcado, agendado. Temos um episódio no Havaí, e eu queria muito entrevistar o Taj Mahal, que foi pra lá no início dos anos 80, fundou a Hula Blues Band e foi um músico que ajudou a trazer de volta para o blues o que o blues havia dado para a música havaiana nos anos 50. Mas como ele nem vive na principal ilha do Havaí, mas sim numa ilha menor, fomos entrevistá-lo em Nova York. Esse tipo de coisa precisou ser agendada com muita antecedência. Rodamos milhares de quilômetros e usamos todos os meios de transporte possíveis.

Nos episódios, a loja de disco acaba sendo o ponto de partida para a exploração artística e cultural das cidades. O principal papel do programa é mostrar o quão fundamental para a vida das cidades é ter a sua própria loja de disco, certo?

Exato, isso mesmo, perfeito. Algo recorrente nessa série, e que você percebe de imediato, é o impacto que essas lojas causam na região onde atuam, ajudando a desenvolver aquela vizinhança. Muitas vezes são locais deteriorados, sem atenção do poder público, e a loja movimenta a região, que teoricamente encontra-se degradada. A loja de disco traz então uma função cultural e marcante para aquela vizinhança, atrai artistas e intelectuais e, por fim, o poder público. Assim, algumas cidades e bairros vão crescendo graças às lojas de discos. Outras formas de negócio vão abrindo nas redondezas, pois trata-se de um local com aluguel barato… Isso é muito importante pra comunidade, pois toda ela necessita de uma boa livraria, um bom teatro, um bom café, um bar legal, para as pessoas se encontrarem etc. Em alguns casos, as lojas são agentes dessa gentrification, ou gentrificação como andam dizendo no Brasil, mas acabam depois sendo prejudicadas, pois tudo aumenta de preço na região, inclusive o aluguel. E para uma loja de discos sobreviver, o aluguel precisa ser barato. Essas lojas foram criadas para o povo, na verdade. Creio que o programa mostra muito essa coisa toda.

O programa sobre a Somewhere in Detroit, um dos meus favoritos, mostra muito isso que você comentou…

Pois é. A Jazz Record Mart, em Chicago, por exemplo; se você reparar as pessoas que a frequentam, vai constatar que não são pessoas de muita grana, que estão ostentando. Todos estão ali garimpando, buscando absorver alguma coisa maior, interagindo. Esse processo urbano é muito interessante. Buscamos mostrar isso, indo pela cena local, dando espaço também na série para esses artistas não muito conhecidos. Essas lojas criam esse circuito de renovação, então são essenciais também para oxigenar o ambiente além do esquema das rádios.

Das chamadas college radios americanas…

Sim, essas rádios universitárias americanas são diferentes das rádios britânicas. A Inglaterra é um país muito menor e tem uma estação que ajuda bastante as novas bandas nesse sentido, a Radio 6. Mas nos EUA é necessário sair do esquemão comercial, então é aí que entram as lojas independentes de discos e essas college radios. Se depender do esquemão e não houver essa oxigênação, ferrou, ninguém vai conhecer nada de novo.

Outra grande sacada do Minha Loja de Discos são as entrevistas com músicos locais, todos exaltando a sua relação com determinada loja. Como vocês chegaram nesses artistas?

Das mais diversas formas: através de um contato aqui na Inglaterra, do Facebook, dos selos independentes – que dominam boa parte desse mercado que as lojas estocam. Mas nunca deixamos de pegar dicas preciosas com os próprios donos das lojas, nos informando sobre os músicos que são seus clientes e tudo mais. A Aquarius Records de São Francisco, por exemplo, é uma loja especializada em black metal. Você nunca iria imaginar que São Francisco possui um intensa cena de black metal (risos). Mas então, eles tinham o contato de todo mundo do gênero no pedaço, o que foi incrível. Muitos desses músicos que entrevistamos também trabalham nas lojas. São caras que tocam duas vezes por semana e vivem também do salário da loja.

Tanto o roteiro como a edição, e as trilhas do programa, são bem legais. Como você trabalha isso com o restante da equipe?

O roteiro quem faz é a Kika Serra e seu irmão, Pedro Serra. A Kika manja muito de música e é responsável pelo Caipirinha Appreciation Society, o podcast de música brasileira mais ouvido no mundo, com milhares de seguidores. Já o Pedro Serra é DJ no Rio de Janeiro, e também conhece bastante. A edição e a trilha sonora é do Felipe David Rodrigues, que também é diretor de cinema e foi editor do Som do Vinil, do Charles Gavin. Passamos um briefing pra o Felipe e ele executa um trabalho maravilhoso, com o ritmo próprio dele, de imagens e sons. A sensibilidade dele é incrível pra isso e ele gosta muito de música psicodélica. Uma das virtudes dessa série, talvez a maior delas, é que todos os envolvidos possuem uma relação especial com música, uma relação de vida mesmo, um lance de militar pela música. Algo muito além de uma simples ambição profissional. A Elisa gosta de ressaltar que é um grande time e, sem ele, nada disso seria possível. Rola uma vibração aí (risos).

Existe o desejo, ou a possibilidade, de rodar uma temporada no Brasil, apresentando lojas e cenas daqui?

Sim, o desejo existe. Não conseguimos fazer uma temporada inteira no Brasil, a menos que sejam feitas algumas mudanças no formato do programa. Dentro do formato atual, o que a gente quer fazer é com algumas lojas do Brasil e outras da América Latina. No Brasil, seria muito bacana fazer com lojas como a Baratos Afins, por exemplo, que além de loja é também um selo essencial. Já gravei entrevistas com o Luiz Calanca, sobre discos de vinil, isso há uns oito anos. A Colômbia tem uma cena musical maravilhosa e o México também, então seria muito bacana fazer isso. Tem muitos outros lugares que ainda não exploramos e que dariam programas sensacionais, como Canadá, França, Alemanha, Japão, Austrália, África do Sul e Mali. No Mali, inclusive, existe uma grande loja especializada somente em fitas K-7. A música do Mali também é muito essencial, principalmente para a música do Ocidente. A teoria de que o blues veio originalmente de lá também é bastante provável. Na África do Sul tem ainda o lance de que a ideia para o filme do Rodriguez saiu de dentro de uma loja de discos. Enfim, temos fôlego para uma temporada internacional que abrangeria o Brasil, mas focar uma temporada inteira no Brasil eu acho complicado, pelo menos no momento. Pode ser que daqui algum tempo pintem outras lojas no Brasil, o que é natural acontecer, e daí aconteça também mais esse tipo de relação entre lojas, cenas musicais e regiões que mostramos no programa. Sei que além de São Paulo e do Rio de Janeiro, existem boas lojas em Porto Alegre e Recife, por exemplo. No Rio, que eu conheço melhor, o forte são os sebos, as lojas de discos usados. Os lançamentos em vinil estão sendo comercializados mais pelas livrarias e grandes redes, como Fnac, Livraria Cultura, Saraiva e outras. Infelizmente essas grandes lojas não criam uma relação evidente com a cena musical local, ao contrário da Baratos Afins, por exemplo.

Pra encerrar: É verdade então que o vinil matou a indústria do MP3?

Cara, eu não sei, mas esse slogan é muito bom, sem dúvida (risos). A Elisa nesse ponto talvez tenha uma visão menos romântica e mais justa que a minha; talvez eu tenha uma visão mais passional. Ela diz que uma coisa anda junto da outra hoje em dia, ou seja, quem mais compra vinis é quem também pesquisa mais, e se beneficia do MP3 como ferramenta. Ou seja, as pessoas ouvem o MP3 nos dispositivos móveis na rua, mas, em diferentes circunstâncias, escutam também o LP em casa. Daí o hábito dos discos de vinil de hoje em dia virem acompanhados de um código para o download do arquivo digital. Como portabilidade, o MP3 é válido mesmo com uma qualidade sonora inferior, assim como era o walkman, ou o radinho de pilha. Agora em casa, se você quiser se aprofundar, o vinil é imbatível. A arte requer tempo. Não dá pra absorver arte, ou música, fazendo dez coisas ao mesmo tempo, é preciso parar e ouvir. Música não é ginástica aeróbica, não é multitasking. Música é a forma de arte mais revolucionária que a humanidade já conheceu. Falo isso sem medo, porque a música está na vanguarda até mesmo da tecnologia. A música tem uma ligação muito objetiva com os meios de comunicação, dos mais primitivos aos mais contemporâneos. Como forma de arte e usando a tecnologia do seu tempo, ela está sempre muito na frente. Mais uma vez é a música que está dizendo para o ser humano: “Bicho, para e ouve, para e escuta!”. No Brasil da atualidade, isso é mais que essencial…

Entrevista originalmente publicada na pZ 57

poeiraCast 232 – Rock É Juventude?

Inspirados por uma lista publicada no site U Discover Music, conversamos sobre a ligação entre o rock e Mais

por Bento Araujo     06 Maio 2015

Inspirados por uma lista publicada no site U Discover Music, conversamos sobre a ligação entre o rock e a juventude, comentando álbuns hoje clássicos, sendo que alguns já têm mais que o dobro da idade dos artistas quando os gravaram.
Estrelando: Hendrix, Elvis, Dylan, Stones, Beatles e muitos outros.

poeiraCast 231 – Família Purple

Carreiras solo, bandas e projetos: hoje conversamos sobre a enorme família formada pelos outros trabalhos dos integrantes do Mais

por Bento Araujo     29 abr 2015

Carreiras solo, bandas e projetos: hoje conversamos sobre a enorme família formada pelos outros trabalhos dos integrantes do Deep Purple.

poeiraCast é o podcast da revista poeira Zine
www.poeirazine.com.br

poeiraCast 230 – Discos de estreia que fracassaram

Hoje falamos sobre discos de estreia que não colocaram a banda no patamar em que ela esperava chegar Mais

por Bento Araujo     22 abr 2015

Hoje falamos sobre discos de estreia que não colocaram a banda no patamar em que ela esperava chegar (e, em alguns casos, no qual nem chegaria durante sua existência).
Com Big Star, Kiss, Aerosmith, Allman Brothers, The Velvet Underground e outros…

poeiraCast 229 – A revalorização do rock nacional

O assunto do programa seria outro, mas a conversa fluiu tão naturalmente para o culto do velho e Mais

por Bento Araujo     15 abr 2015

O assunto do programa seria outro, mas a conversa fluiu tão naturalmente para o culto do velho e bom rock nacional, que resolvemos seguir o programa nesse tema.

Estrelando: Som Nosso de Cada Dia, Mutantes, Made in Brazil, Terreno Baldio, A Bolha, Moto Perpétuo e muitos outros.

Playlist pZ 59

Preparamos um playlist da pZ 59 no Spotify para você escutar degustando a sua nova edição

por Bento Araujo     10 abr 2015

Playlist da poeira Zine 59, para escutar degustando a sua nova edição. Ouça músicas de bandas e artistas que abordamos nesta edição: Rainbow, Aphrodite’s Child, Faust, The Sonics, Tim Buckley, Muddy Waters, Tages, Motörhead, Jackson C. Frank, The Strangeloves etc.

Veja mais sobre essa edição no http://www.poeirazine.com.br/loja/numero-59/

poeiraCast 228 – Gal Costa

Uma das maiores cantoras brasileiras, Gal passou por diversas fases da MPB, conquistando inclusive a admiração dos roqueiros Mais

por Bento Araujo     08 abr 2015

Uma das maiores cantoras brasileiras, Gal passou por diversas fases da MPB, conquistando inclusive a admiração dos roqueiros com suas interpretações ousadas durante e depois da Tropicália. Ela é nosso assunto neste episódio.

poeiraCast é o podcast da revista poeira Zine
www.poeirazine.com.br

poeiraCast 227 – Os Índios no Rock

Comentamos a presença indígena no rock, desde a influência na temática até os próprios índios roqueiros. Estrelando: Redbone, Mais

por Bento Araujo     01 abr 2015

Comentamos a presença indígena no rock, desde a influência na temática até os próprios índios roqueiros. Estrelando: Redbone, Blackfoot, Hendrix, Link Wray, Xit etc.

Aeroblus em São Paulo

Trio vai se apresentar com guitarrista convidado no Sesc Belenzinho, no final de abril

por Ricardo Alpendre     27 mar 2015

Aerolus 2010

Um sonho será realizado para os fãs do Aeroblus. O grupo argentino/brasileiro, que foi capa da poeira Zine 58, irá se apresentar no Sesc Belenzinho no dia 25 de abril. É a primeira vez que a banda faz um show no Brasil.

No lugar do inesquecível Norberto “Pappo” Napolitano, a formação desta reunião do grupo tem os guitarristas Juan Cavalli (da Medinight Band) e Danilo Zanite (da Patrulha do Espaço). O outro argentino do trio é Alejandro Medina, um dos principais baixistas da história do rock argentino e sul-americano. E na bateria, é claro, está Rolando Castello Junior, fundador da Patrulha do Espaço e único integrante brasileiro do Aeroblus.

Castello, Medina e Pappo formaram o Aeroblus em Campo Limpo Paulista em 1976. No ano seguinte, eles se apresentaram nas casas de shows da Argentina, e lá gravaram para a Philips o único álbum do grupo, homônimo, o qual se tornou extremamente cultuado entre o público do rock pesado. Enquanto é preparado o lançamento de um CD contendo gravações de ensaios do período clássico, a nova encarnação do Aeroblus pode tocar composições inéditas daquela fase, além do material do LP de 1977.

O Aeroblus subirá ao palco na Comedoria do Sesc Belenzinho às 21h30 do sábado, 25/4.

Os valores de ingressos são padrão Sesc: de R$ 7,50 para comerciários matriculados no Sesc até R$ 25,00 para o público em geral. Portanto, é melhor correr.

Mais informações no site do Sesc.

poeiraCast 226 – Fruto Proibido (Rita Lee)

Há 40 anos, Rita Lee e o Tutti Frutti lançavam Fruto Proibido, um dos grandes discos do rock Mais

por Bento Araujo     25 mar 2015

Há 40 anos, Rita Lee e o Tutti Frutti lançavam Fruto Proibido, um dos grandes discos do rock nacional. O álbum clássico é o nosso assunto neste episódio.

poeiraCast 225 – Discos de Sobras

Algumas vezes o álbum é compilado pela gravadora ou pelo artista a partir de sobras de estúdio. E Mais

por Bento Araujo     18 mar 2015

Algumas vezes o álbum é compilado pela gravadora ou pelo artista a partir de sobras de estúdio. E daí podem sair discos muito bons!
Os discos de sobras são o nosso assunto neste episódio.

poeiraCast 224 – A Era de Ouro dos Box Sets

Caixas, caixas e mais caixas. Hoje o programa é sobre aquelas coleções e compilações encaixotadas, os chamados box Mais

por Bento Araujo     11 mar 2015

Caixas, caixas e mais caixas. Hoje o programa é sobre aquelas coleções e compilações encaixotadas, os chamados box sets!

The Flying Eyes faz sua primeira turnê brasileira

Grupo norte-americano toca em sete cidades no Brasil; Anjo Gabriel abre quatro dos shows.

por Ricardo Alpendre     06 mar 2015

The-Flying-Eyes-Poster-Tour-WEBComeça nesta sexta-feira, 6/3, a excursão brasileira do grupo The Flying Eyes. O combo norte-americano carrega nas tinturas psicodélicas o seu blues rock com fortes influências das décadas de 1960 e 1970.

Após dois concertos na Argentina (em Buenos Aires e Córdoba), o quarteto desembarcou em terras brasileiras e inicia sua empreitada em terras tupiniquins pela região Sul.

Neste dia 6 em Florianópolis e dia 7 em Rio do Sul, eles agitam Santa Catarina. Já no dia 8, domingo, o show é em Petrópolis, RJ; e quinta, dia 12, é a vez do Rio de Janeiro.

Sem folga, no fim de semana eles atacam em Goiânia na sexta-feira 13, dia 14 em São Paulo, e domingo dia 15 retornam a terras fluminenses para encerrar excursão em Volta Redonda.

Com quatro álbuns lançados, o Flying Eyes aposta também no folk e no blues primitivo, acrescentando ali pitadas lisérgicas, como mostra o disco mais recente, Leave It All Behind Sessions, lançado no fim do ano passado, uma coletânea de sons semi-acústicos gravados desde 2010.

A partir do show do dia 12, no Rio, a banda Anjo Gabriel participa das noitadas, tocando antes dos norte-americanos. Outros grupos também farão abertura nos diversos concertos.

O melhor lugar para conferir os locais de shows, as bandas de abertura e informações sobre os ingressos é a página da produtora Abraxas (a mesma que trouxe por duas vezes o Radio Moscow) no Facebook: www.facebook.com/abraxasevents

poeiraCast 223 – Rock e Religião

Às vezes o rock trata de religião. Seja em louvor ou com o mais solene desprezo, músicas geniais Mais

por Bento Araujo     04 mar 2015

Às vezes o rock trata de religião. Seja em louvor ou com o mais solene desprezo, músicas geniais já foram feitas no tema. Nesta semana, falamos sobre elas e seus autores.

poeiraCast 222 – Les Paul

O criador de um dos mais célebres modelos de guitarra foi também um grande artista, engenheiro de som Mais

por Bento Araujo     25 fev 2015

O criador de um dos mais célebres modelos de guitarra foi também um grande artista, engenheiro de som e produtor musical. Neste programa falamos de algumas das peripécias de Les Paul.

Um encontro com o Aguaturbia

Eles lançaram apenas dois discos, mas entraram para a história como uma das bandas mais ousadas da virada dos anos 1960/1970. A pZ foi até Santiago, Chile, para conhecer de perto o fenômeno psicodélico Aguaturbia

por Bento Araujo     24 fev 2015

Aguaturbia

O conquistador espanhol Pedro de Valdivia não imaginava que, ao fundar a cidade “Santiago de Nueva Extremadura” (em honra ao Apóstolo Santiago, santo patrono da Espanha), estava dando início a uma das cidades mais interessantes e charmosas da América Latina. Hoje, Santiago pode ser conhecida pelos turistas por sua proximidade às estações de esqui localizadas na Cordilheira dos Andes, ou por seus vários atrativos históricos e culturais, museus, palácios, mirantes, shows, vida noturna intensa, compras etc. Apesar disso, meu interesse na bela Santiago era outro: conhecer Denise e Carlos Corales, fundadores e linha de frente de uma das principais bandas psicodélicas da virada dos anos 1960/1970: Aguaturbia.

Após contatos virtuais e telefônicos agendamos nosso encontro no estúdio particular da dupla, localizado na casa onde vivem, num agradável bairro residencial de Santiago. Chego e sou recebido com entusiasmo por Denise e Carlos, animados por estarem prestes a conversar com um veículo musical do Brasil.

Quando descemos para o estúdio para começar nosso bate-papo, Denise me conta que é minha conterrânea, pois nasceu Climene María Solís Puleguini, em São Paulo, antes de, aos três anos de idade, ir morar com seus avós no Chile: “Toda a minha família era brasileira, com exceção de meu pai, que era chileno”. Muito cedo, ela já escutava a música de Maria Callas e cantava em português, espanhol e inglês. Logo passou a cantar em programas de rádio, mas desenvolveu uma paixão por um gênero musical específico: “A minha vida e a minha música está muito ligada ao blues, é o que me representa. O rock tem essa coisa louca, selvagem, urgente; algo que grupos como Stones, Who e Zeppelin praticavam. Hoje as pessoas vêm me falar de rock e me falam em Foo Fighters…”.

O próximo passo de Denise foi ligar para os escritórios da Odeon chilena, dizendo que era uma cantora chilena/brasileira que queria gravar um repertório internacional. Esbanjando confiança e força de vontade, Denise foi ao poucos adentrando ao mercado fonográfico da música pop e beat chilena. Quando se deu conta, já tinha três compactos gravados e lançados pela Odeon. Corria o ano de 1968 e Denise ainda era menor de idade, mas já sabia o que queria. Influenciada por Beatles, seu desejo era gravar algo mais rock e experimental, de preferência com uma banda de apoio. Foi assim que apareceu o conjunto Los Tickets em seu caminho, grupo que contava com o mais conceituado guitarrista chileno do período, Carlos Corales. Conhecer Carlos pessoalmente foi uma grande honra e ele me contou um pouco sobre essa época: “Tivemos um movimento bem forte no Chile, nos anos 1960, chamado Nueva Hola, onde muitos artistas locais faziam covers de sucessos internacionais (N.E. algo similar ao que tivemos aqui sob o nome Jovem Guarda). Na rádio só tocava esse tipo de música. A partir de 1965 as coisas mudaram, a influência do blues e do rock aumentou, assim como a necessidade de escrever canções de protesto. Foi uma revolução contra a música comercial que tocava no rádio. Creio que isso aconteceu no mundo todo, tinha de ser assim. A rebeldia jovem necessitava de novos representantes”. Certamente, um desses representantes era uma mulher, Cecilia Pantoja, ela que foi um ícone da Nueva Ola, e segundo Carlos, a primeira artista com uma atitude genuinamente rock na música chilena, esbanjando personalidade, sem imitar ninguém.

aguaturbia foto

Já Denise, então amparada pelos Tickets e pela guitarra de Carlos, também estava pronta para a revolução, principalmente depois de ouvir os mais quentes LPs que chegavam importados ao Chile, discos de nomes como Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Melanie. A paixão pela música e por criar uma nova banda acabou unindo Denise e Carlos, que depois de um curto tempo namorando resolveram se casar, no início de 1969. Na verdade, o pai de Denise era muito conservador e trabalhava na polícia. Não permitiu sua filha cantar numa banda de rock pesado. Como era menor de idade, a única opção encontrada pela dupla foi o casamento.

O próximo músico a cruzar o caminho da dupla foi o baterista Willy Cevada, que aprendeu seu ofício com um músico brasileiro chamado Falcão. Fã de Cream e Ginger Baker, Willy foi o primeiro baterista chileno a tocar com uma bateria de dois bumbos. Na sequência a dupla foi apresentada a outro fã de Cream, o baixista Ricardo Briones, ou “Popeye”, apreciador da técnica de Jack Bruce. Nascia o Aguaturbia, nome que surgiu de forma espontânea na mente de Carlos Corales, cuja ideia seria juntar, numa única palavra, algo claro e cristalino com algo escuro e sombrio: agua + turbia. O nome seria um reflexo da sonoridade praticada pelo novo conjunto, sonoridade que Jimmy Page também buscava com seu Led Zeppelin do outro lado do mundo, tentando unir “luz” e “sombra”, como ele mesmo diz. Nesse sentido, Carlos estava totalmente sintonizado com Page.

“A influência do rock inglês e norte-americano era cada vez maior na América do Sul. O que aquele pessoal dizia musicalmente com uma união entre baixo, guitarra e bateria era algo incrível e muito popular. Foi fácil de assimilar, pois era a nossa língua”, conta Carlos, explicando como sua nova banda ampliou sua sintonia com aqueles turbulentos meses de 1968.

Mas estaria o Chile, e a América do Sul de 1968, preparados para uma banda como o Aguaturbia?

Denise: “Eles nunca imaginaram que poderia existir algo desse tipo. Assumimos uma imagem agressiva, que era a mesma de Hendrix, Joplin e Jefferson Airplane. Éramos quatro jovens, porém com experiência em se portar num palco. Quando Carlos me mostrou um disco do Airplane eu disse a ele: ‘posso cantar dessa maneira’. Deixei meu cabelo enorme, passei a usar roupas ousadas e chamativas e a cantar de maneira mais agressiva, ou seja, fui no caminho oposto das demais cantoras caretas chilenas. O Aguaturbia caiu como uma bomba no Chile, foi um momento de ruptura”.

Foi em 1969, o ano em que tudo aconteceu (Woodstock, Altamont, Mason, Vietnã, homem na Lua etc.), que o Aguaturbia moldou sua sonoridade ácida, fazendo inicialmente covers. Foi também nesse ano que Carlos fez sua primeira viagem aos EUA. No Fillmore East, em New York, assistiu ao Jeff Beck Group, ainda contando com Rod Stewart e Ronnie Wood. As intuições do guitarrista chileno foram confirmadas naquela noite, via os feedbacks alucinantes de Beck. Para soar como um guitarrista do primeiro mundo, era preciso não só de técnica e inspiração, mas também de um aparato tecnológico. Consciente de que poderia fazer algo similar, Carlos voltou para o Chile com uma Fender Stratocaster, alguns amplificadores e a memória do que havia conferido ao vivo no Fillmore – Jeff Beck Group, The Who, Ten Years After etc.

aguaturbia_3Assim como no Brasil, ser roqueiro e músico no Chile, em 1970, era sinônimo de ser perseguido e ridicularizado. Músico cabeludo era bicha, drogado ou vagabundo, ou as três coisas juntas. Pra piorar, eram acusados também de copiar o estilo musical norte-americano e, com isso, foram chamados de filhos do imperialismo. Cantar em inglês naquela altura era considerado um sacrilégio. Esse contingente ia na contramão. Eram minoria, mas se encontravam em franca expansão.

Nada disso impedia os shows do Aguaturbia, que topava qualquer parada, desde apresentações em comunidades hippies, festas em colégios e aniversários, até participar em grandes festivais, ao lado de outras bandas locais como Los Blops, Escombros, Beat 4 e Inside. Rapidamente, a banda sentiu que estava pronta para registrar aquele material em disco. Assim, entraram em contato com o produtor Camilo Fernández, proprietário do selo Arena, respeitado no underground por gravar obras de nomes como Victor Jara sem se preocupar com o teor comercial da coisa, priorizando apenas a liberdade artística.

Cientes disso, Denise e Carlos sentiram que poderiam jogar limpo com Camilo, sujeito que provavelmente apoiaria suas ideias em nome da arte. Como todo disco começa pela sua capa, a arte gráfica que embalaria a estreia do Aguaturbia teria de ser arrasadora. Era preciso entrar derrubando a porta da frente. Uma banda totalmente fora do convencional precisava de uma capa idem.

Assim, sugeriram uma foto no estilo de Two Virgins, de John Lennon e Yoko Ono, onde o quarteto apareceria completamente nu. Camilo adorou a ideia e a foto foi encomendada, como relembra Denise, com exclusividade para a pZ: “Aquilo foi uma mistura de talento e ingenuidade. Foi como se a banda tivesse se transformado depois dessa capa, que na verdade foi uma cópia, mas teve seu impacto em nossa sociedade. O fotógrafo e o nosso empresário disseram: ‘tirem tudo’. Foi uma loucura. Claro que para uma mulher é mais difícil tirar a roupa, principalmente na frente de outros rapazes, mas Carlos me apoiou e fui em frente. O Chile sempre foi um país muito machista, então os homens podiam fazer muitas coisas, mas as mulheres não. Uma mulher não podia mostrar seus seios em 1969. Minha mãe quase enfartou e meus sogros não queriam sentar comigo numa mesma mesa. Para eles foi muito difícil entender o que eu havia feito. Precisamos então andar pelas próprias pernas e montar nossa própria família”.

A foto utilizada na capa, ousadíssima para a época, acabou se tornando uma das imagens definitivas e emblemáticas não somente do rock chileno, mas do rock latino-americano. Denise estava contente, aliviada e orgulhosa ao mesmo tempo, já que, no Chile de 1970, diziam que tanto Janis Joplin, como Rita Lee, haviam tentado fazer o mesmo com suas respectivas bandas, Big Brother e Os Mutantes. Haviam tentado estampar uma foto como aquela na capa de seus discos, porém suas gravadoras vetaram. Em Santiago foi diferente e olha que o Chile estava apenas adentrando a sua década mais sangrenta e decisiva, politicamente e socialmente falando.

Mas o que ninguém imaginou é que a capa de Aguaturbia, o disco, acabou simbolizando uma suposta cena rotineira das muitas comunidades hippies daquela época, onde tudo era compartilhado: comida, bebida, drogas, dinheiro e, por que não, corpos. Como eles dizem por lá, a “partuza” estava sugerida. Ou seja, a orgia, a “suruba”. Evidentemente, Denise já era esposa de Carlos naquela altura, e estão juntos até hoje, então essa ideia acabou ficando apenas no imaginário coletivo. Bom para o disco e para a banda, que se alimentava da polêmica assim que o álbum chegou às lojas chilenas, em janeiro de 1970. Carlos: “Aquela linguagem era natural para a gente, pois vínhamos fazendo rock desde os tempos do Elvis. Nossa proposta foi totalmente diferente dos demais grupos, que baseavam sua música no folclore chileno, no lance mais acústico e folk. Era valiosa essa proposta, mas nosso lance era oferecer algo diferente. Nossa apresentação em cena também foi diferente, alguém precisava fazer isso. A capa foi no mesmo caminho, era uma questão, ou melhor, uma necessidade, de romper com o estabelecido. Vivíamos uma época de mudança”.

O escândalo fonográfico atrevido do Aguaturbia foi gravado num único dia, em dois canais, tudo ao vivo, apenas os vocais e a guitarra principal à parte. A mixagem foi feita no dia seguinte e o resultado foi um álbum histórico, mesmo sendo composto de covers em sua maioria. A sonoridade, no entanto, era lisérgica, blueseira, garageira, experimental, elétrica e metálica, compondo um tipo de rock desinibido e moderno, como ninguém tinha feito até então por aqueles lados. Nesse sentido, o Aguaturbia estava ao lado dos argentinos do Manal e Almendra, dos peruanos do Traffic Sound e de nossos Mutantes e Módulo 1000.

O impacto foi tamanho e a banda vivia uma fase tão proveitosa e intensa, que Camilo Fernández não perdeu tempo e resolveu capitalizar em cima das ótimas vendas da estreia. Apenas cinco meses depois ele convenceu o Aguaturbia a gravar seu segundo disco, Volumen II.

Naquela altura, o Aguaturbia sentia o peso de sua ousadia na pele. Qualquer roqueiro sulamericano sentia exatamente isso, então foi essa hostil incompreensão que a banda quis representar. Tanto que a capa trazia Denise crucificada, semi-nua, vista de cima, assim como na pintura de Dali. A ideia original era que Denise fosse crucificada totalmente nua, porém uma vocalista de rock nua simular o sofrimento de Cristo numa capa de disco pareceu além da conta, ainda mais num país católico como o Chile, onde, décadas depois (em 1992), a igreja católica chegou a proibir o primeiro show do Iron Maiden no país, simplesmente por serem considerados uma banda “satânica”.

aguaturbia-volumen-2Volumen II foi lançado em novembro de 1970, novamente pelo selo Arena. Naquele mesmo mês, Salvador Allende tomava posse do Chile, ele que foi o primeiro presidente da república e o primeiro chefe de estado socialista e marxista eleito democraticamente na América Latina. Com a esquerda no poder, Carlos e Denise perceberam que tempos difíceis estariam por vir em encontro ao Aguaturbia. O sentimento anti-USA estava mais impregnado do que nunca na população, então a banda certamente seria acusada por cantar em inglês e tocar rock pesado, assim como os norte-americanos. Naquela altura, ou você estava do lado do governo (esquerda) ou do lado da oposição (direita). Por mais que o Aguaturbia não desejasse se envolver com política, seria impraticável continuar se apresentando e gravando discos de rock, ou seja, eles não teriam como continuar vivendo de música no Chile. Aproveitando o convite para uma audição da RCA norte-americana, a banda partiu de mudança para os EUA, se instalando em New York.

Com a ameaça de serem deportados a qualquer instante, precisaram trabalhar para se manter nos EUA, pagar as contas, comprar discos e assistir shows. Arrumaram emprego numa boate, onde Denise cantava em português e a banda caprichava numa mistura de blues e Bossa Nova. Quanto aos shows que assistiram, Denise gosta de relembrar: “Robert Plant era Deus para mim, e fomos assistir ao Led Zeppelin no Madison Square Garden, na terceira fileira. Assistimos Elvis ao vivo também e foi incrível, assim como o Concerto para Bangladesh. Vimos muitos outros shows por lá: Mountain, Humble Pie, Cactus, Grand Funk Railroad, Santana, Rare Earth, Sly & The Family Stone, Spirit, ELP, Johnny Winter, Bloodrock, Allman Brothers, Grateful Dead etc.”.

O primeiro problema grave aconteceu com o baixista Ricardo Briones, que se recusava a tocar qualquer estilo musical que não fosse rock e blues. Deprimido e sofrendo de esquizofrenia, Ricardo sumia por vários dias e teve problemas com drogas pesadas. Chegou a ser admitido como indigente num sanatório mental, nas imediações de New York. Tempos depois, voltou ao Chile, assim como o baterista Willy Cevada. Em 1973, Denise e Carlos também estavam de volta, trazendo com eles a primeira filha do casamento, Indira. Haviam saído do país num momento político delicado, e para completar o panorama, voltaram num momento mais difícil ainda, com inflação galopante e um índice assustador de desemprego. Naquele ano, Augusto Pinochet liderou o golpe militar que derrubou o governo de Allende.

Aguaturbia++groupA turbulência política não foi correspondida na música do Aguaturbia, que lançou um compacto bem pop, com “El Hombre de la Guitarra”, uma versão para “Guitar Man”, do Bread, no lado principal. Foi o último lançamento do grupo antes do fim, que veio em 1974, com uma série de concertos de despedida reunindo a formação clássica e original da banda. O derradeiro show acabou sendo interrompido pela polícia, depois que um fã mais exaltado resolveu pular da plateia superior em direção à plateia inferior, em êxtase completo com o som que vinha do palco.

Denise e Carlos continuam na ativa até hoje, fazendo shows e gravando discos. Fazem aparições constantes em programas de TV e rádio e também em eventos e festivais de música pelo Chile. Depois de anos trabalhando em outros projetos, assistiram um ressurgimento e um culto à obra do Aguaturbia primeiramente na Inglaterra, onde foi lançada a compilação (em CD) Psychedelic Drugstore. De lá pra cá a popularidade da banda só aumentou entre os colecionadores, que pagam centenas de dólares nas versões originais dos álbuns do Aguaturbia.

Depois de quase duas horas de conversa, agradeço Carlos e Denise pelo agradável papo e por me receberem de forma tão calorosa. Conhecer o QG da banda em Santiago foi uma experiência e tanto. Peço então para Denise encerrar e definir a sua banda: “O Aguaturbia foi uma banda tremendamente talentosa, ingênua e marginal. Não éramos da elite e trabalhamos desde muito cedo – gravei meu primeiro disco com 15 anos! O Chile é um país pop, poucos artistas aqui têm a coragem e a atitude de assumir uma postura rock, como o Aguaturbia fez. É um desafio constante, mas mesmo assim continuamos na ativa”.

DISCOGRAFIA COMENTADA

AQUATURBIA (1970)
“Alguien Para Amar”, versão caliente para “Somebody To Love”, acabou carimbando o grupo, injustamente, de “Jefferson Airplane chileno”. Mas esse álbum prova que o Aguaturbia era muito mais que isso. Capa ultrajante à parte, a estreia da banda chilena trazia ótimos momentos, muitos deles inéditos na cena sulamericana da época. A sensualidade lasciva da funkeada “Erotica” coloca Denise entre as grandes intérpretes do rock feminino, já “Ah Ah Ah Ay” posiciona Carlos Corales como um Hendrix dos Andes. Versões de temas blues como “Rollin’ And Tumblin’” e “Uno De Estos Dias” (ou “One Of These Days”) pintam ao lado de versões inventivas para “Eres Tu” (“Baby It’s You”, popular na época com a banda Smith), “Carmesi Y Trebol” (“Crimson & Glover”, de Tommy James) e “Baby” (de Carla Thomas).

VOLUMEN II (1970)
O segundo registro do Aguaturbia abre com o mesmo tema que tradicionalmente abre seus shows, “I Wonder Who” (Ray Charles), com um belo solo inventivo, de trás pra frente, de Carlos. “Heartbreaker”, de Mark Farner, vem em seguida, escolhida por ser um grande hino para os roqueiros chilenos, ávidos apreciadores de Grand Funk Railroad. Tirando as escorregadas na letra, a performance de Carlos, na guitarra, é acima da média. “Blues On The West Side” mantém acesa a chama blues do grupo, com uma boa atuação do baterista Willy Cevada. “Waterfall”, de autoria da banda, é um hard-funk a la Band Of Gypsys com os agudos letais de Denise. “Well An Right” (sic) nada mais é que uma versão cavernosa para “Well All Right”, de Buddy Holly, também coverizada pelo Blind Faith. A acústica faixa de encerramento trazia o nome do grupo e foi a primeira faixa gravada em espanhol pela banda, com clima bem folk e regional. Mas o maior destaque é a progressiva e furiosa “EVOL”, considerada a melhor e mais impactante composição registrada pela banda. Quase nove orgasmáticos minutos sonoros, intensos como a voz de Denise e as excursões psicodélicas de Corales – arrepiante.

Denise Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Denise Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Carlos Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

Carlos Corales e Bento Araujo, Santiago, 2012

13th Floor Elevators se reúnem após 45 anos

Única apresentação está programada para maio, em Austin, Texas

por Ricardo Alpendre    

13TH-FLOOR-ELEVATORSO semanário The Austin Chronicle, tabloide alternativo de Austin, Texas, publicou dias atrás que um dos orgulhos da cidade, a banda 13th Floor Elevators, fará uma reunião para se apresentar no Levitation Festival, que será realizado entre 8 e 10 de maio.

O evento, anteriormente chamado Austin Psych Fest, ocorre no Carson Creek Ranch, e em 2015 terá atrações de peso como Flaming Lips, Tame Impala, Jesus & Mary Chain, Spiritualized e Primal Scream, além dos Elevators, que fecharão o festival como banda principal do domingo dia 10.

O combo psicodélico texano se separou na virada das décadas de 1960 e 1970, e neste ano comemora o cinquentenário de sua formação.

Estarão nesse reencontro o vocalista e guitarrista Roky Erickson, o baixista Ronnie Leatherman, o baterista John Ike Walton e o curioso integrante Tommy Hall. Letrista principal, cientista e “visionário”, Hall é um caso à parte, tendo marcado o som dos Elevators com seu instrumento chamado electric jug; ou seja, mais ou menos uma versão eletrificada dos jarros ou moringas que caracterizavam as jug bands dos anos 1920.

Após ficar totalmente afastado da música durante esses 45 anos, ao contrário de seus colegas, Hall já está praticando o electric jug novamente, especialmente para o show.

Tanta é a importância dos 13th Floor Elevators para Austin que o Levitation Festival teve seu nome inspirado na música “I’ve Got Levitation”, presente no segundo disco do grupo, o clássico Easter Everywhere.

poeiraCast 221 – Vaias Históricas

Aquele momento tão temido por alguns artistas, mas que ajuda a solidificar a carreira de alguns. Neste episódio Mais

por Bento Araujo     18 fev 2015

Aquele momento tão temido por alguns artistas, mas que ajuda a solidificar a carreira de alguns. Neste episódio lembramos algumas vaias históricas no rock e na música pop.

Primeira fase do Thin Lizzy novamente em vinil

Selo Light In The Attic completa suas reedições dos três álbuns com o trio original

por Ricardo Alpendre    

Phil - Brian - EricBoa notícia para os fãs do Thin Lizzy, especialmente aqueles que gostam da primeira fase da carreira do grupo. O selo norte-americano Light In The Attic está relançando em LP de vinil 180g o segundo e o terceiro LPs da banda irlandesa: Shades Of A Blue Orphanage e Vagabonds Of The Western World, respectivamente.

Nos dois álbuns, assim como no que os precedera, o Thin Lizzy tinha Eric Bell na guitarra. Ao lado dele, os dois músicos que estariam em todos os grandes álbuns do grupo: Phil Lynott no baixo e vocal, e Brian Downey na bateria.

Shades, lançado originalmente em 1972, e Vagabonds, de 1973, são diferentes em estilo do Thin Lizzy que se tornaria mais famoso com Brian Robertson e Scott Gorham nas guitarras. Ao invés daquele hard-boogie melodioso dos trabalhos seguintes, o trio dessa primeira fase explorava sons folk e psicodélicos, com alguns desvios para o blues.

Bundle-2-675x507Na página do Thin Lizzy dentro do site da LITA (como o selo abrevia seu nome) são oferecidos os LPs individualmente a 18 dólares, ou os dois juntos a 32 dólares. Uma outra opção é comprar também o primeiro LP, Thin Lizzy, de 1971, no pacote com três LPs a 48 doletas. O álbum de estreia já havia sido relançado pela LITA em 2012, e também pode ser comprado separadamente.

Todos os álbuns, além da prensagem 180g e a alardeada remasterização, têm capa dupla com fotos pouco vistas antes e textos.

A página é http://lightintheattic.net/artists/420-thin-lizzy

poeiraCast 220 – Pop barroco

Cravos, cordas, floreios e influência da música erudita: neste episódio o assunto é o chamado “baroque pop”, que Mais

por Bento Araujo     11 fev 2015

Cravos, cordas, floreios e influência da música erudita: neste episódio o assunto é o chamado “baroque pop”, que floresceu no rock dos anos 1960 através de Left Banke, Sagittarius, Zombies, Love Sculpture, etc.

poeiraCast 219 – Rock Sem Guitarra

Abrindo nossa temporada 2015, damos uma geral nas bandas de rock que dispensaram a guitarra, ou relegaram-na a Mais

por Bento Araujo     04 fev 2015

Abrindo nossa temporada 2015, damos uma geral nas bandas de rock que dispensaram a guitarra, ou relegaram-na a uma posição menos proeminente, ao menos em alguma fase da carreira.
Estrelando: ELP, Van Der Graaf, Som Nosso, Triumvirat, Suicide, Quatermass e várias outras.

pZ 58

Aeroblus, The Nice, Zior, Trust, Graham Nash, Edy Star, Necro, Marvin Gaye, discos de jams etc.

por Bento Araujo     02 fev 2015

AEROBLUS
O único disco lançado pelo Aeroblus, em 1977, foi um marco do rock dos anos 70 – abrindo caminho para uma série de bandas pesadas do rock latino-americano. Foi também o elo entre o rock argentino e brasileiro do período, já que a banda contava com dois argentinos (Pappo e Alejandro Medina) e um brasileiro (Rolando Castello Junior). Junior e Medina nos ajudaram a contar a intensa e turbulenta trajetória do Aeroblus. Inclui fotos raras, memorabilia do período, detalhes sobre o novo disco da banda (recheado de raridades da época) e um artigo sobre as passagens do guitar hero argentino Pappo pelo Brasil.

THE NICE
A estreia do The Nice em vinil mostrou ao mundo um novo estilo de fazer rock, mesclando a música jovem do período com a erudição de seus integrantes, dentre eles o tecladista Keith Emerson, que anos depois fundaria o Emerson Lake & Palmer. Mas as primeiras sementes do que viria a ser o rock progressivo foram plantadas em 1967, com The Thoughts Of Emerlist Davjack.

NAPOLEON MURPHY BROCK
Ele atendeu a pZ pessoalmente para um longo e descontraído papo, numa chuvosa tarde de verão, em meio a uma feijoada e cerveja gelada. Napoleon veio ao Brasil fazer duas concorridas apresentações com a banda Let’s Zappalin’, liderada pelo guitarrista Rainer Tankred Pappon, ex-integrante da The Central Scrutinizer Band. O ex-vocalista, saxofonista, dançarino e divertidíssimo frontman dos Mothers (of Invention), de Frank Zappa, participou das gravações de discos emblemáticos como Roxy & Elsewhere, One Size Fits All, Bongo Fury, Apostrophe (‘), Zoot Allures, Sheik Yerbouti, Them or Us e Thing-Fish e contou histórias reveladoras nesta entrevista exclusiva.

ZIOR
De uns anos pra cá, os fãs de heavy metal passaram a buscar as origens de seu tão amado gênero de preferência. Riffs neolíticos, visual tenebroso e a famigerada temática satânica. Essa combinação tão festejada teve sua origem em finais dos anos 60 dentro do rock. Black Sabbath, Black Widow e Coven são nomes cultuados dentro dessa seara, mas os britânicos do Zior continuam, inexplicavelmente, fora desse culto. Aqui está a história completa da banda, incluindo um especial sobre o selo Nepentha, que lançou o Zior na época.

EDY STAR
Único integrante vivo da Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, o glamouroso e indomável Edy Star atendeu a pZ para um memorável bate-papo. A partir deste encontro, passamos para o papel a trajetória do artista, que, em 1974, lançou seu clássico álbum Sweet Edy…

GRAHAM NASH
O nosso pZ Hero desta edição é um músico capaz de fazer parte do que de melhor existe no pop e rock inglês e americano, com identidade diversificada, mas sempre inconfundível em sua voz de tenor. Graham Nash é um desses artistas que mostram que o rock também pode ter sintonia fina.

TRUST
No universo do rock pesado, o Trust sempre foi mencionado graças a sua associação direta com três nomes: AC/DC, Iron Maiden e Anthrax. Servindo de parceria, ou influência, o Trust marcou quem viveu o rock do início dos anos 80. Nem a barreira da língua foi capaz de prevenir o sucesso do grupo francês em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, as cópias importadas de seus elepês eram disputadas no braço. O artigo inclui discografia básica selecionada e fotos raras do período.

DISCOS DE JAMS
Dois nomes do rock norte-americano, Grateful Dead e Allman Brothers Band, lançaram o modelo para as futuras gerações de jam bands. Os discos de estúdio não eram lá tão festejados, mas os registros ao vivo viravam febre e uma espécie de culto passou a acontecer nas apresentações dessas duas bandas. Neste especial selecionamos dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands dos anos 90, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes. Estrelando: Grateful Dead, Allman Brothers Band, Al Kooper, Moby Grape, Stones, Zappa, Area Code 615, Cosmic Travellers, Cosmic Jokers etc.

PÉROLAS ESCONDIDAS
Climax, The Unfolding, Cai, Burnin Red Ivanhoe, Country Weather e Perigeo.

E MAIS:
Joe Cocker, Necro, Vento Motivo, Bobby Keys, Ronnie Self, Demis Roussos, Os Depira, Edgar Froese, Lincoln Olivetti, Marvin Gaye, Kim Fowley, Gil & Gal, Radio Birdman, Gryphon, Patrulha do Espaço, The Standells etc.

The Sonics lançam novo álbum, o primeiro em 48 anos

Grupo proto-punk não gravava um LP de músicas originais desde 1967

por Ricardo Alpendre     26 jan 2015

sonicsApós aproximadamente 48 anos desde que o último LP foi lançado, os Sonics preparam seu primeiro álbum de inéditas desde 1967.

This Is The Sonics, como o álbum vai se chamar, tem lançamento agendado para 31 de março de 2015 pelo selo próprio, Revox, e foi gravado em Seattle, com três dos integrantes originais: Gerry Roslie (teclados e voz), Larry Parypa (guitarra e vocais) e Rob Lind (saxofone, gaita e vocais). Todos eles, que se reuniram em 2007, estavam na gravação dos três discos originais dos precursores do punk: Here Are The Sonics (1965), Boom (1966) e Introducing The Sonics (1967).

Nos dois primeiros (principalmente no álbum de estreia, gravado ainda em 1964), o grupo estabeleceu sua reputação como um dos mais sujos e pesados de todo o movimento do rock de garagem da época.

“The Witch”, o primeiro single daquelas sessões, lançado em 1964; “Psycho”, com o grito mais insano; “Strychnine”, com apologia ao gosto por uma bebida improvável; “Boss Hoss”, “Cinderella”, “He’s Waitin’”, e ainda versões cruas e frenéticas de sucessos do rhythm & blues… Aquele coquetel de irresponsabilidades eternizadas em vinil só poderia mesmo ficar às margens das paradas de sucessos, tornando-se, contudo, item obrigatório em qualquer coleção de rock que pretenda conter sons proto-punk.

Formada em Tacoma, Washington, a banda tem uma história muito ligada a Seattle, onde o novo This Is The Sonics foi gravado com produção de Jim Diamond.

O primeiro single confirmado do álbum é “Bad Betty”, um rock ‘n’ roll puro tocado no estilo inconfundível dos Sonics. No ano passado, a música apareceu, em outra versão, no compacto que o grupo dividiu com o Mudhoney para venda exclusiva no Record Store Day.

“Último desejo” bizarro de Kim Fowley?

Site TMZ diz que o influente produtor queria garotas violando seu cadáver.

por Ricardo Alpendre     23 jan 2015

Kim-Fowley-fuck-youKim Fowley deixou o mundo do rock mais triste e menos safado em janeiro de 2015, com sua morte aos 75 anos. Mas não menos bizarro. Ao menos se for verdade a notícia veiculada pelo site norte-americano TMZ – o mesmo que, em 2009, noticiou em primeira mão a morte de Michael Jackson.

Segundo o site, O produtor que trabalhou com Kiss, Runaways e Alice Cooper teria combinado com o editor da revista Girls and Corpses (Garotas e Cadáveres) que fossem feitas fotos de seu corpo sendo violado por garotas nuas. Esse teria sido seu último desejo. A revista é exatamente o que diz em seu título: uma publicação de fotos de mulheres jovens em poses “sensuais” com zumbis, cadáveres e afins.

De acordo com o TMZ, o produtor, considerado um dos mais geniais e polêmicos do rock, trocou e-mails com o editor e uma fotógrafa da revista em 2012, expressando suas intenções quanto ao ensaio fotográfico, que teria sua então namorada Snow e as amigas dela, fetichistas, mutilando o corpo de Fowley, deixando o sangue rolar, e até ateando fogo no sangue e em ossos. Fowley ainda teria proposto que ele mesmo custeasse o ensaio, se necessário.

O editor, apesar de rejeitar a parte mais sangrenta, teria concordado em fazer a sessão de fotos com as garotas nuas.

Entre o tempo do acordo e o de sua morte, Fowley trocou de namorada e se casou, e a viúva, Kara Wright, é quem tinha o controle do corpo. Segundo o TMZ, no dia 19 de janeiro, Kara não podia ser encontrada para liberar o ensaio. Mas ao que parece ele não chegou a ocorrer, porque o funeral ocorreu na tarde do dia 22, inclusive com as presenças de Joan Jett e do influente disc jockey Rodney Bingenheimer.

poeiraCast 218 – Retrospectiva 2014

No último programa do ano, repassamos o que rolou de melhor e pior em 2014: shows, discos, relançamentos, Mais

por Bento Araujo     17 dez 2014

No último programa do ano, repassamos o que rolou de melhor e pior em 2014: shows, discos, relançamentos, livros e, claro, a perda de vários de nossos ídolos.

ATENÇÃO: o poeiraCast entrou em férias e volta com força total em fevereiro de 2015.

poeiraCast 217 – Os grandes discos de 1984

Sim, 1984 foi também um grande ano para o rock! Com grandes produções no heavy metal, no hard Mais

por Bento Araujo     10 dez 2014

Sim, 1984 foi também um grande ano para o rock! Com grandes produções no heavy metal, no hard rock, no pop inglês e na cena pós-punk, assim como na nossa MPB, a música que completou 30 anos em 2014 é assunto de primeiríssima para nós.

Ian McLagan morre aos 69 anos

Pianista dos Faces e Small Faces também tocou com os Rolling Stones.

por Ricardo Alpendre     05 dez 2014

ianmclaganSe 2014 já vinha sendo marcado pelas mortes de músicos importantes, este final de ano se mostra um pouco exagerado.

Apenas um dia após a morte do saxofonista Bobby Keys, na última quarta, 3/12, foi a vez do pianista e tecladista Ian McLagan, que tem seu lugar na história principalmente como integrante dos Small Faces e dos Faces.

McLagan morreu aos 69 anos, vítima de um derrame, em um hospital de Austin, Texas, cidade em que morava.

Nascido na Inglaterra em 1945, McLagan começou a carreira na primeira metade da década de 1960, e em 1965 entrou para os Small Faces, que se tornaram Faces após a saída de Steve Marriott e a entrada de Ron Wood e Rod Stewart em 1969.

Quando Wood foi integrar os Rolling Stones em 1975, após o fim dos Faces, ele levou McLagan para tocar como sideman da banda, e o pianista fez gravações e shows acompanhando o quinteto. Ele toca, por exemplo, o piano elétrico que é marca registrada do hit “Miss You”. Ainda ao lado de Wood participou do New Barbarians, projeto que também contava com Keith Richards, Bobby Keys, Stanley Clarke e Joseph Zigaboo Modeliste.

Em 1972, ao lado do baterista Kenney Jones, também dos Faces, McLagan tocou no clássico LP The London Chuck Berry Sessions, na porção de estúdio do álbum, em que o cantor e guitarrista apresentou músicas inéditas.

Durante a longa carreira, ele também acompanhou ídolos como Bob Dylan e Bruce Springsteen, e recentemente excursionou com Nick Lowe, outra figura heroica do rock britânico.

Desde 2012, com os Faces e Small Faces, ele faz parte do Rock and Roll Hall of Fame.

Seu álbum mais recente, United States, é relacionado por nosso editor, Bento Araujo, entre os melhores de 2014 na retrospectiva do ano no poeiraCast, episódio que estará aqui no site da pZ a partir de 17 de dezembro.

Bobby Keys (1943-2014)

Saxofonista faz parte da história dos Rolling Stones

por Ricardo Alpendre     03 dez 2014

bobby keysÀs vésperas de completar 71 anos de idade, o saxofonista Bobby Keys morreu na última terça, dia 2 de dezembro, em sua casa em Franklin, Tennessee, nos Estados Unidos, após anos enfrentando os efeitos da cirrose.

Texano, Bobby foi um dos principais saxofonistas do rock, se não o principal, tendo iniciado sua carreira há mais de cinco décadas e meia como músico acompanhante de artistas como Buddy Holly e Bobby Vee.

Ele já havia se tornado um dos músicos mais requisitados da música pop quando se iniciou a parceria que o tornaria imortal: a partir de 1969, ele se tornou “o saxofonista” dos Rolling Stones, tocando em todos os álbuns do grupo até 1974 e, depois, em todos a partir de 1980. Sua colaboração em discos como Sticky Fingers (1971) e Exile on Main St. (1972), tem valor incalculável em termos musicais.

Além da banda de Mick Jagger e Keith Richards, Bobby também fez parte de álbuns importantes de outros monstros sagrados, embora sem um vínculo tão efetivo. George Harrison, Joe Cocker, John Lennon, Eric Clapton, Chuck Berry, Ringo Starr, Faces, Donovan, B.B. King, Humble Pie, Lynyrd Skynyrd, Graham Nash e muitos outros têm na discografia a contribuição de seu saxofone.

keith richards - bobby keysOs Stones publicaram em nota oficial: “Os Rolling Stones estão devastados pela perda de nosso querido amigo e lendário saxofonista, Bobby Keys”. Keith Richards divulgou carta aberta, escrita a mão: “Perdi o maior companheiro do mundo e não consigo expressar a tristeza que sinto, apesar de que Bobby diria algo para me animar. Minhas condolências a todos que conheciam a ele e seu amor pela música”.

poeiraCast 216 – A bateria eletrônica no rock

Tá aí um assunto polêmico entre os roqueiros mais “ortodoxos”: bateria eletrônica. Neste episódio conversamos sobre os sons Mais

por Bento Araujo    

Tá aí um assunto polêmico entre os roqueiros mais “ortodoxos”: bateria eletrônica. Neste episódio conversamos sobre os sons sintéticos de bateria, sejam programados ou tocados com baquetas.

Radio Moscow volta ao Brasil

Além dos shows no País, grupo vai ao Chile, Uruguai e Argentina

por Ricardo Alpendre     28 nov 2014

Radio MoscowMais uma excursão brasileira da banda Radio Moscow se aproxima. Os norte-americanos Parker Griggs (guitarra e voz), Anthony Meier (baixo) e Paul Marrone (bateria) têm sete shows marcados no Brasil, além de outros quatro para os hermanos angentinos, chilenos e uruguaios. Será a segunda vez em que o grupo, um dos melhores da atualidade no rock setentista, visitará a América do Sul, apenas dois meses depois da bem-sucedida primeira passagem.

Na ativa desde 2003, o Radio Moscow tem cinco álbuns, sendo o mais recente Magical Dirt, lançado em 2014. O primeiro, chamado simplesmente Radio Moscow, de 2007, foi produzido por Dan Auerbach, dos Black Keys.

As datas, confirmadas oficialmente pela banda, são as seguintes:

5/12 – Groove Pub – Uberlândia, MG

6/12 – Goiânia Noise Festival – Goiânia, GO

7/12 – Pub Handte – Panambi, RS

11/12 – Lechiguana – Gravataí, RS

12/12 – Inferno Club – São Paulo, SP

13/12 – Lapa Café – Rio de Janeiro, RJ

14/12 – Gypsy Bar – Petrópolis, RJ

16/12 – Santiago, Chile

17/12 – Montevidéu, Uruguai

18/12 – Buenos Aires, Argentina

19/12 – Córdoba, Argentina

RADIOMOSCOW

 

Napoleon Murphy Brock toca Zappa em São Paulo

Ao lado da banda Let’s Zappalin, músico fará dois shows em dezembro.

por Ricardo Alpendre    

napoleonOverdose de música para fãs de Frank Zappa na capital paulista!

O guitarrista Rainer Pappon e seu grupo Let’s Zappalin farão duas apresentações em dezembro. O norte-americano Napoleon Murphy Brock, cantor, saxofonista e flautista de Zappa e dos Mothers of Invention em uma das melhores fases da carreira do artista entre 1973 e 1975, é o convidado da banda brasileira nos shows, que serão realizados no fim de semana que antecede o Natal.

O primeiro deles será no sábado, 20 de dezembro, às 19h, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1.000, ao lado do Metrô Vergueiro), com ingressos a R$ 20,00.

Já o segundo, domingo, dia 21, às 21h, será dividido em duas entradas e terá a performance do álbum Roxy & Elsewhere, no Café Piu Piu (Rua Treze de Maio, 134 – Bela Vista), com couvert artístico de R$ 40,00.

Também fazem parte do Let’s Zappalin os músicos Fred Barley, Jimmy Pappon e Érico Jônis.

Moto Rock Fest

Festival terá músicos do Terço, Som Nosso e Secos & Molhados neste sábado.

por Ricardo Alpendre     26 nov 2014

Moto Rock FestNão é tão comum ver o motociclismo associado ao rock progressivo, mas levando-se em conta que no Brasil dos anos 1970 o prog se misturava ao rock mais básico com tamanha naturalidade, fica até confortável o mote “Festival de Rock Progressivo” abaixo do título Moto Rock Fest.

O evento, que ocorre em São Paulo neste sábado (dia 29), terá como headliner um show indispensável para fãs da banda O Terço. O nome do show pode parecer confuso, mas, para o público da banda, não deixa dúvidas: Sérgio Hinds toca “O Terço” Lado B. Após apresentar o espetáculo no Rio e em Belo Horizonte, Hinds receberá no palco paulistano o músico Cezar de Mercês, ex-integrante do grupo e autor de boa parte das composições clássicas.

“Esse projeto, por coincidência, já estava na minha cabeça há algum tempo”, disse Cezar, que justifica a iniciativa oportuna: “Por motivos óbvios, resgatar as músicas que ficaram fora dos shows ‘oficiais’ do retorno do Terço e que contam a história da banda de forma mais abrangente”. Com a soma das duas iniciativas, a reunião dessas forças criativas foi um caminho tão natural quanto aguardado. Além de Cezar, também haverá a participação de Roberto Lazzarini, do Terreno Baldio.

Outro show que promete ser inesquecível é o do Pedro Baldanza Trio. Baldanza, o “Pedrão” do Som Nosso de Cada Dia, também fará parte do show da banda 70 de Novo, projeto que revive grandes momentos da década progressiva, encabeçado por Zé Brasil, do Apokalypsis, com Silvia Helena, Gerson Conrad (do Secos & Molhados) e o já mencionado Cezar de Mercês. E o Apokalypsis ainda aproveita a ocasião para fazer o show de lançamento de seu novo CD, 40 Anos.

Tudo isso será realizado a partir das 18h do sábado no palco do Via Marquês, na Barra Funda, com ingressos a R$ 30,00 (entradas de camarote com open bar custam R$ 120,00). A organização informa que haverá feira de discos de vinil e exposição de carros e motos. E, como a temática é o motociclismo, será lançada a campanha “Se beber não pilote”.

O Via Marquês fica na Av. Marquês de São Vicente, 1589.

Os ingressos estão à venda no site www.ticketbrasil.com.br e nas lojas Aqualung e Moshi Moshi, da Galeria do Rock.

poeiraCast 215 – Os grandes discos de 1974

Simplesmente uma conversa sobre o que de melhor aconteceu no mercado fonográfico há 40 anos. E foi muita Mais

por Bento Araujo    

Simplesmente uma conversa sobre o que de melhor aconteceu no mercado fonográfico há 40 anos. E foi muita coisa…