Arquivo da tag: poeira zine

poeiraCast 214 – O Fim

A exemplo do Allman Brothers, que decretou seu fim recentemente, que outros grupos deveriam colocar a mão na Mais

por Bento Araujo     19 nov 2014

A exemplo do Allman Brothers, que decretou seu fim recentemente, que outros grupos deveriam colocar a mão na consciência e tomar a mesma atitude?
Esse é o tema de discussão do poeiraCast desta semana.

poeiraCast 213 – Os grandes discos e singles de 1964

O ano em que a beatlemania chacoalhou o mundo, e em que a bossa nova e o rock Mais

por Bento Araujo     12 nov 2014

O ano em que a beatlemania chacoalhou o mundo, e em que a bossa nova e o rock britânico invadiram os Estados Unidos, que respondeu com a revolução da soul music. Tudo isso e mais neste episódio do poeiraCast!

poeiraCast 212 – Automóveis e rock ‘n’ roll

Impulsionados pela paixão de sujeitos como Jeff Beck e Billy Gibbons pelas suas guitarras e seus carros, resolvemos Mais

por Bento Araujo     05 nov 2014

Impulsionados pela paixão de sujeitos como Jeff Beck e Billy Gibbons pelas suas guitarras e seus carros, resolvemos conversar sobre a importância dos automóveis na história do rock. Relembramos sons que abordam essa paixão e ressaltamos a devoção de músicos de rock pela velocidade.

poeiraCast 211 – Bandas mais barulhentas do mundo

Seja pela marcação dos decibéis atingidos, seja pela intensidade e duração do “zumbido” nos ouvidos nos dias seguintes, Mais

por Bento Araujo     29 out 2014

Seja pela marcação dos decibéis atingidos, seja pela intensidade e duração do “zumbido” nos ouvidos nos dias seguintes, há bandas que se vangloriam de estar entre as mais barulhentas. E neste episódio falamos sobre elas.

poeiraCast 210 – Rory Gallagher

Nosso assunto neste episódio é o grande guitar hero irlandês Rory Gallagher, dono de um dos maiores legados Mais

por Bento Araujo     22 out 2014

Nosso assunto neste episódio é o grande guitar hero irlandês Rory Gallagher, dono de um dos maiores legados do blues-rock, inconfundível com os sons de sua Fender Stratocaster e de sua voz.

poeiraCast 209 – Discos de Baixistas

Neste episódio, grandes álbuns (ou nem tão grandes assim) de artistas solo ou “bandleaders” que são ases das Mais

por Bento Araujo     15 out 2014

Neste episódio, grandes álbuns (ou nem tão grandes assim) de artistas solo ou “bandleaders” que são ases das quatro cordas. Estrelando: Jack Bruce, Chris Squire, Paul McCartney, John Entwistle e muitos outros.

Entrevista com Lenny Kaye

Este bate-papo com o guitarrista do Patti Smith Group e curador da compilação Nuggets aconteceu em Amsterdã, no camarim do Paradiso

por Bento Araujo     14 out 2014

Lenny & Patti“Agora eu entendo a razão de você querer me entrevistar…”.
Lenny Kaye está folheando a poeira Zine com um sorriso estampado no rosto. Estamos no camarim do Paradiso, em Amsterdã, onde dentro de algumas horas ele fará a primeira de duas apresentações completamente sold out do Patti Smith Group.

O fato de Lenny Kaye ser um verdadeiro herói para este que vos escreve não é meramente musical, ou melhor, claro que é. Seja tocando guitarra, compondo e produzindo, seja compilando bandas de garagem obscuras dos anos 60 e lançando tendências, seja escrevendo nas mais conceituadas publicações de música do mundo; Lenny é “o” cara.

Em 2010, assistir ele cantar e tocar uma versão de “Pushin’ Too Hard”, dos Seeds, ao lado de Peter Buck (num show do Patti Smith Group em New Orleans) foi algo revelador, um momento de epifania garageira. Comento isso com Lenny, que apenas ri, com cara de satisfação. Estamos falando do cara que escreveu nos primeiros e mais importantes fanzines de rock dos EUA, que criou um novo filão na indústria fonográfica com Nuggets: Original Artyfacts from the First Psychedelic Era, 1965–1968 e que é o fiel escudeiro de Patti Smith há mais de quatro décadas.

Estou na frente do Paradiso, em Amsterdã, na hora marcada da nossa entrevista e ele passa por mim com uma sacola da loja de discos situada no outro lado da rua. Somos apresentados pelo tour manager e Lenny me leva para uma visita pelas entranhas da histórica igreja convertida pelos hippies em templo do rock n´ roll.

“Saca só o que eu comprei”, ele me diz em tom de pura descontração de quem é rato de sebos de discos. É um EP de Maria Callas, interpretando “Medea”: “em qualquer loja do mundo que eu vá os caras sempre me mostram compactos de bandas locais, de garage rock. Eu não aguento mais, é tudo igual”, ele confessa dando gargalhadas. Mostro também a ele as minhas recentes aquisições daquela tarde do verão holandês: Xit, Q65, The Motions. Troca de informações musicais com o mestre, que barato. Nosso bate-papo está a seguir, na íntegra…


poeira Zine – Originalmente você começou tocando acordeom, enquanto crescia na região do Queens e do Brooklyn, em NYC. Lá pelo final dos anos 50 você decidiu abandonar o instrumento e começou a colecionar discos. Fale um pouco sobre o início de sua coleção e seu interesse em garimpar discos.

Lenny Kaye – Eu tive a honra e o prazer de crescer junto do rock n’ roll. Uma de minhas primeiras lembranças de garoto é a de escutar Little Richard no rádio, com “Tutti Frutti”. Era muito engraçado, pois eu e minha irmã rolávamos no chão quando escutávamos aquilo. Vivíamos no Brooklyn (NYC) naquela época, onde acontecia uma efervescente cena de doo-woop, então eu sempre presenciava uns garotos mais velhos parados numa esquina, cantando, ensaiando melodias vocais. Foi um dos primeiros gêneros musicais que eu caí de amores. Como todo garoto, eu escutava também o que tocava no rádio. Os primeiros discos que comprei foram “The Purple People Eater” com Sheb Wooley e “It’s Only Make Believe” com Conway Twitty, os hits da época. Por volta de 1958 eu estava ganhando discos de presente de Natal e minha coleção começou.

pZ – Quando a guitarra entrou na sua vida?

LK – Eu sempre amei música. Meu pai tocava piano e acordeom, meu avô tocou bateria durante toda a sua vida, fato que, obviamente, eu só descobri depois que ele morreu. Sempre fui cercado por músicos e música. Nos mudamos para New Jersey e o acordeom não combinava muito com o tipo de música que eu escutava. Quando eu entrei para a High School, há exatos 50 anos, eu comecei a tocar guitarra e aprendi três acordes básicos. Logo os Beatles apareceram e eu pensei: “agora o jogo começou pra valer, não preciso mais ser apenas um cantor folk de fundo de quintal” (risos). No fim daquele ano eu montei a minha primeira banda, The Vandals. Tocávamos em bailes, nas repúblicas estudantis e em festas do colégio.

pZ – Mas isso foi antes ou depois de você lançar o seu primeiro compacto, como Link Cromwell?

LK – Os Vandals começaram em novembro de 1964, então isso foi antes do compacto. Um ano depois, o meu tio, Larry Kusik, que era compositor e escreveu “A Time For Us” do filme Romeo e Julieta e “Speak Softly Love”, do Poderoso Chefão, estava trabalhando com Ritchie Adams, dos Fireflies. Eles estavam envolvidos naquela cena folk e juntos escreveram uma canção de protesto. Logo estavam em busca de alguém para cantá-la e meu tio disse: “Hey, meu sobrinho canta, ele tem uma banda e está deixando o seu cabelo crescer” (risos). Então fui lá e cantei em duas canções: “Crazy Like A Fox” e “Shock Me”. Foi a primeira vez que entrei num estúdio de gravação. Longe de ser um hit, o compacto foi muito importante pra mim, pois me deu a confiança e a certeza que eu poderia ser um músico, mesmo com o meu nome verdadeiro não aparecendo no selo, já que gravei sob o pseudônimo de Link Cromwell.

pZ – E o The Zoo?

LK – O Zoo foi a minha primeira banda pop, onde tocávamos covers de sucessos da época. Fazíamos shows com, no mínimo, quatro horas de duração, festa após festa. Tocávamos muito soul e R&B, como Sam & Dave, Otis Redding, Four Tops, coisas da Motown etc. Naturalmente fomos progredindo com a cena musical e logo estávamos tocando material de bandas psicodélicas. De 1964 a 1968 eu estava no The Zoo, e foram esses os anos “Nuggets”. Com isso, vivenciei aquela música em primeira mão, escutando, tirando e tocando aquele material. Infelizmente não chegamos a gravar, pois não escrevemos muito material próprio.

pZ – Depois de ter se mudado para New Jersey você se tornou membro de fã clubes de ficção científica e, aos 15 anos, começou a escrever, publicando o seu próprio fanzine, Obelisk. Sobre o que você escrevia nessa época?

(Nesse instante Lenny me interrompe e, com cara de espantado, diz: “Belo trabalho de pesquisa o seu” – eu falei que sou fã do cara desde o início, nem vem).

LK – O mundo dos apreciadores de ficção científica do período fazia parte de uma estranha subcultura. Era compreendido por pessoas esquisitas e alienadas, que talvez não fossem populares o suficiente, socialmente falando. Nos fã clubes de ficção científica essas pessoas se encontravam. Era um bom cenário para aprender como escrever, como visualizar uma revista e como interagir com pessoas. Tem também o fato da ficção científica ser também, por si só, algo que expande a mente através de uma consciência universal, como vinha acontecendo com o LSD e a psicodelia. Era também um cenário onde boêmios poderiam curtir algo juntos e se encontrar. Foi muito bom ter tido contato com aquele pessoal, pois eu era também alienado no sentido de não ser um super aluno exemplar, ou um aluno esportista, como muitos dos meus amigos de colégio. Eu era apenas mais um garoto esperando se tornar um beatnik algum dia (risos).

pZ – Você chegou a conhecer o grande Greg Shaw, fundador do histórico fanzine Mojo Navigator?

LK – (empolgado) Fui conhecer Greg somente bem mais tarde, quando já éramos jornalistas escrevendo sobre rock nas grandes revistas. Foi legal porque acabamos comentando sobre as nossas similares raízes nos fanzines de ficção científica. Naturalmente, os fanzines sobre rock surgiram dentro daquele mundo dos zines de ficção. Paul Williams (nota: fundador da Crawdaddy e gigante escriba do rock, falecido no ano passado) também veio desse universo. Eram cenas muito similares. Quando comecei a trabalhar em lojas de discos, eu conheci muitas pessoas cuja única atividade social era a de adquirir e colecionar discos. Ás vezes você fica somente dentro deste mundo, mas, em outras ocasiões, você se aventura por fora dele, que foi o meu caso. Tive sorte de ser capaz de transformar a minha paixão em algo além, nunca me tornei um escritor de ficção, porém me tornei um músico que vai a lojas de discos, comprar compactos. Que loucura este mundo (muitos risos)…

pZ – Então você passou a resenhar discos na revista Jazz and Pop. Qual foi o seu primeiro grande artigo publicado?

LK – A minha primeira resenha foi sobre Ogdens’ Nut Gone Flake, do Small Faces. Lembro da primeira frase: “Como você descreve uma experiência excêntrica?” (risos). Eu era muito pretencioso. Era muito excitante trabalhar para a Jazz and Pop – eles me davam o disco de graça e ainda me pagavam 25 dólares pela resenha. Trabalhei lá por um ano e lembro de escrever um artigo interessante chamado The Best Of A Capella, sobre uma pequena cena musical que acontecia em três estados que rodeavam New YorK: New Jersey, Philadelphia e Connecticut. Eram como os grupos de doo-woop que ensaiavam nas ruas, sem instrumentos, apenas voz. As lojas de discos prensavam os LPs desses grupos que cantavam a capella, e esses discos só poderiam ser adquiridos nas regiões onde aquelas bandas atuavam. Eu gosto muito desses discos e os coleciono até hoje. Como eu era um dos poucos jornalistas cientes daquela cena tão pequena e modesta, me senti na obrigação de escrever sobre aquilo.

pZ – E essa matéria mudou a sua vida, certo?

LK – Absolutamente. The Best Of A Capella foi publicada na Jazz and Pop e foi por causa dessa matéria que uma garota chamada Patti Smith me ligou dizendo: “Eu li o seu artigo. Eu também gosto bastante desse tipo de música e o que você escreveu me tocou”. Convidei Patti então para vir até a loja de discos em que eu trabalhava, no Village (nota: a Village Oldies, que depois mudou de nome para Bleecker Street Records, fechada recentemente). Jogamos muito papo fora, colocávamos os nossos discos favoritos e dançamos muito por lá. Se não fosse isso, eu não estaria sentado com você aqui neste instante. Um dia ela me contou que estava lendo poesias em sessões abertas ao público e que gostaria de agitar um pouco as coisas ao acrescentar uma guitarra elétrica ao fundo das poesias. Como eu tocava guitarra, me ofereci, então fui visitá-la e começamos a trabalhar juntos. Na época, Patti morava com o fotógrafo Robert Mapplethorpe. Foi o começo de nossa banda.

pZ – Depois você passou a escrever em publicações maiores, como Fusion, Crawdaddy, Rolling Stone, Melody Maker e Creem; e também foi editor da Rock Scene e da Hit Parader. Quais são as lembranças mais bacanas dessa época?

LK – No começo dos anos 70 existia uma pequena, mas assídua, comunidade de escritores de rock em New York. Evidentemente eu estava feliz o bastante por fazer parte daquela comunidade. Era possível ir a festas e encontros de imprensa e conhecer muitos outros jornalistas e escritores. Assim, era possível também escrever para diversas publicações simultaneamente. Cheguei a escrever usando três nomes diferentes. Ou você levava aquilo muito a sério, ou se divertia à beça. Para mim, a parte mais importante de escrever é ter certeza de que você é tão musical quanto aquilo que está escrevendo. Sua missão é transmitir ao leitor a impressão de como é a música, e não apenas os fatos “secos”. Você quer trazer a música para o mundo. Escrever sobre música é uma arte. Aprendi muito com caras que eu lia, como Paul Williams, Sandy Pearlman e Richie Meltzer; figuras que sentiram-se na obrigação de levar a escrita rock além do jornalismo, utilizando uma abordagem/linguagem artística em relação à música. É algo que eu sempro tento alcançar, até hoje. Ainda escrevo bastante e mantenho um diário de turnê no meu site. Gosto de voltar das excursões, algo bem social e público, e me trancar no porão da minha casa, com ninguém me dizendo onde devo ir (risos). Acredito que as palavras podem ser como música. Quando você escreve um grande parágrafo, existe melodia e ritmo ali.

pZ – É possível traçar um paralelo entre o Lenny Kaye escritor e o Lenny Kaye músico?

LK – Bom, eu sempre curti muito escrever. Ao contrário de uma performance musical, escrever é algo que você pode fazer com calma, ou seja, pode pensar a respeito da sua relação pessoal com a música. Tenho alma de historiador, portanto eu aprecio escrever sobre a história da música. Parte do meu cérebro é de um escritor: posso analisar e pensar sobre o assunto; e parte do meu cérebro é de um músico. Não sou um sujeito com erudição musical, mas meu verdadeiro talento é o de sentir a música. Quando estou tocando, não estou pensando em notas musicais, escalas etc. Apenas estou lá com a música, sentindo-a como ondas em movimento. É assim que eu me comunico com Patti no palco. Não combinamos muita coisa antes do show, apenas sentimos a presença do outro.

pZ – Quando você produziu o compacto de estreia de Patti Smith (“Hey Joe” / “Piss Factory”), foi como comprar o bilhete de um selvagem passeio de montanha russa ou foi apenas mais um dia de trabalho?

LK – Nós definitivamente sabíamos que tínhamos um público. Não éramos uma banda de rock. Somente nós dois e um pianista. Tocávamos em locais estranhos, abrindo para artistas folk. A questão era como captar em disco aquele tipo de performance artística que vínhamos executando. Ir até o estúdio e registrar uma versão de “Hey Joe” foi realmente um experimento pra gente. Depois de gravar “Hey Joe” tivemos apenas 15 minutos para matar “Piss Factory”, antes que nossa sessão de três horas de estúdio acabasse. Apenas tocamos e estávamos muito excitados em ter um single. Creio que ainda é algo que represente o que a gente estava fazendo naquela época. Não pensávamos em ser uma banda de rock. Em retrocesso, é óbvio que estávamos evoluindo para isso acontecer, mas estávamos tão fora do mainstream que não tínhamos ideias fixas sobre como apresentar o nosso trabalho a um maior público. Demorou ainda um tempo para outros instrumentos serem adicionados e tudo ficar integrado. Foi um período de conhecimento e aprendizado, inclusive emocional e pessoal. Claro que Patti é tão carismática e poderosa como performer que foi somente uma questão de ter certeza que a porta estava aberta para ela passar com tudo e ampliar cada vez mais o seu público.

Kaye com David Johansen e Dee Dee RamonepZ – Horses (1975), Radio Ethiopia (1976), Easter (1978) e Wave (1979). Fale um pouco sobre cada um desses álbuns da primeira fase…

LK – Eu costumo alegar que esses quatro discos formam a nossa primeira encarnação como Patti Smith Group. Eles estão amarrados de alguma forma, um ao lado do outro. Cada um deles carrega um senso de localização, de onde estávamos, mas também de movimento, de onde queríamos chegar. Horses tenta retratar exatamente como a gente era ao vivo: ingênuos e ansiosos. Foi um experimento muito interessante, como um drama psicótico, mas que não representava totalmente a nossa força e poder de fogo, que mostrávamos no palco. Radio Ethiopia parecia mostrar que tudo havia mudado, depois de um ano de shows e tours, sabíamos como nos portar como um grupo de rock, com volume e atitude. O teor experimental ainda foi mantido, na medida do possível.

pZ – Os diferentes produtores que vocês trabalharam nesses discos influenciaram o resultado final de cada um deles, não é?

LK – Exatamente, a escolha dos produtores reflete todas essas diferenças entre esses trabalhos. Em Horses, John Cale estava muito preocupado em manter a nossa arte intacta, ele entendia o nosso intuito, artisticamente falando. Jack Douglas, que produziu Radio Ethiopia, apesar de também entender isso, desejava apenas deixar o nosso som poderoso como sentíamos que ele realmente era. Depois que Radio Ethiopia saiu, Patti caiu do palco e sofreu graves lesões, então tivemos mais tempo de preparar o álbum seguinte. Em Easter, trabalhamos arduamente com Jimmy Iovine. Foi uma ressureição, algo como voltar a nossa forma original. O objetivo era apresentar um retrato fiel do que éramos. Num certo sentido é o nosso disco mais direto. Em Wave, Todd Rundgren tratou de buscar um desejo da banda, que era o de mostrar o nosso lado mais feminino, sensível e frágil, que refletia a dúvida de Patti na época, convencida de que havia conquistado tudo o que era possível com sua figura de rock n’ roller da década de 70. O disco tinha um ar de que “essa é a nossa despedida”, mas não muito. Era mais como uma mudança de um plano para outro.

pZ – E o que “amarra” todos esses álbuns?

LK – Pra mim, todos esses discos estão amarrados porque Patti começa Horses declarando “Jesus morreu pelos pecados dos outros, não pelos meus” e passa por todas aquelas questões nos trabalhos seguintes até alcançar a sua resposta na última faixa de Wave, onde ela está caminhando pela praia, conversando com o Papa. Foi uma bela jornada. Se tudo tivesse acabado ali, eu estaria feliz. Foi como um filme perfeito. Começamos tocando para 200 pessoas numa igreja, em NYC, em 1971, e terminamos em Firenze, em 1979, tocando para 70 mil. Não é possível criar um roteiro mais épico que este. Após aquilo, o tempo foi propício para mudanças: Patti estava indo para Detroit com Fred “Sonic” Smith e eu queria explorar outros caminhos. Nossa sensação era a de que havíamos cumprido a nossa missão nos anos 70.

pZ – E quase dez anos depois, quando todos menos esperavam, Patti voltou à ativa, mas com Fred “Sonic” Smith na guitarra, em Dream of Life (1988). Após a morte de Fred, você voltou como guitarrista e produtor em Gone Again (1996). Você encara isso como uma espécie de sobrevida da parceria musical entre você e Patti?

LK – Já faz quase 20 anos que atravessamos essa “segunda vida” e está sendo extraordinário para mim. Eu nunca esperava que isso fosse acontecer, mas estou muito feliz em poder excursionar pelo mundo e continuar a criar música com Patti. É algo muito gratificante e belo. Penso que não perdemos nada de nossos ideais e compromissos pelo caminho. Ainda somos aquela mesma banda dos anos 70 que se erguia e “balançava a bandeira” em prol do que acreditava.

pZ – A coletânea Nuggets marcou o surgimento de uma nova maneira de compilar pérolas musicais esquecidas do passado e foi ainda uma espécie de nascimento do movimento garage-punk, em forma de revival. Seu texto no encarte continha também um dos primeiros usos do termo “punk rock”. Você sentiu que estava fazendo história, ou você simplesmente não sabia o que viria a acontecer?

LK – Se eu soubesse que estava fazendo história eu tinha fudido completamente com tudo, simples assim. Eu estava apenas reunindo as minhas músicas favoritas, e, ao mesmo tempo, contando um pouco sobre o meu crescimento musical. Sob um certo ponto de vista, aquelas músicas eram ainda recentes, muitas delas haviam sido lançadas originalmente há quatro ou cinco anos, então eu não tinha ainda um conceito histórico sobre elas para me apoiar. Na minha opinião, aquelas músicas eram muito diferentes entre si. The Knickerbockers são totalmente distintos do Sagittarius, que é diferente do The Magic Mushrooms e do The Nazz (risos). É errado categorizar tudo aquilo como garage rock, um rótulo que só veio surgir depois. Evidentemente que existem traços de garage rock naquelas canções e que muitas delas eram bandas de garagem mesmo. Eu não usei essa definição “garage” no encarte, optei por usar “punk” simplesmente por questões de atitude, como ao categorizar um garoto arruaceiro e não um novo gênero musical. Algo do tipo “é isso mesmo, cara, nós temos esses três acordes e vamos dominar o mundo”. Aquilo tinha exclusiva relação com o acreditar em si mesmo, uma atitude que eu aprendi tocando em bandas, nos anos 60. O tempo passa e claro que hoje eu consigo visualizar o quão específico e importante foi aquela coletânea. Esteticamente, esse meu trabalho está por todo o lugar, mas não fui eu quem descobriu aquele tipo de música. Eu inclusive não sei tanto sobre aquelas bandas como o dono da loja de discos do outro lado da rua (risos). Cedo ou tarde, aquela música seria redescoberta. Graças à Elektra Records, eu apenas tive a oportunidade de reunir algumas das minhas escolhas pessoais em Nuggets. Eu sempre tento me certificar de que atrás de um simples conceito, ou rótulo, existem grandes canções e gravações.

pZ – Penso que para Jac Holzman, o chefão da Elektra, foi um verdadeiro pesadelo localizar quem eram os proprietários daquelas canções que acabaram entrando em Nuggets…

LK – Com certeza. Você deve imaginar como as coisas funcionavam naquela era pré-Rhino Records, ou seja: naqueles tempos antes da criação de selos especializados em reedições caprichadas. Muitos dos detentores dos direitos originais daquelas músicas eram completamente malucos, ou achavam que aquela era a chance definitiva de voltarem ao showbusiness. O primeiro passo de Jac foi contratar um bom advogado para a missão de renegociar tudo aquilo. Fico espantado como Nuggets, essencialmente uma compilação de oldies, é ainda lembrada com carinho ao redor do mundo. O que mantém Nuggets vivo são as bandas de garagem que sempre surgem por aí. O espírito que essas bandas carregam é o mais importante, o mais bonito e essencial legado daquilo tudo. Sou muito grato por ter feito parte disso.

Entrevista originalmente publicada na edição 52 da poeira Zine

Bento Araujo e Lenny Kaye, Amsterdam 2013

poeiraCast 208 – Wishbone Ash

Famoso pelas guitarras “gêmeas” de Andy Powell e Ted Turner, o Wishbone Ash, nosso assunto deste episódio, é Mais

por Bento Araujo     08 out 2014

Famoso pelas guitarras “gêmeas” de Andy Powell e Ted Turner, o Wishbone Ash, nosso assunto deste episódio, é mais que isso: um grupo que criou álbuns indispensáveis no rock da década de 1970.

Participação especial de Wagner Xavier, autor dos livros Rock Raro e Mais Rock Raro – Vol. 2

Paul Revere, líder dos Raiders, morre aos 76 anos

Tecladista estava aposentado desde julho por problemas de saúde.

por Ricardo Alpendre     07 out 2014

Paul Revere and the Raiders

Morreu no último sábado, dia 4, aos 76 anos de idade, Paul Revere, tecladista e fundador da banda Paul Revere & The Raiders. O grupo fez sucesso nos anos 60 e início da década seguinte com hits como “Just Like Me”, “Kicks”, “Hungry”, “Him Or Me – What’s It Gonna Be?” e “Indian Reservation (The Lament of the Cherokee Reservation Indian)”.

Revere, que liderou os Raiders ao lado do vocalista Mark Lindsay, havia se retirado do meio artístico em julho deste ano por problemas de saúde, embora o grupo continuasse a se apresentar. A causa da morte ainda não foi revelada.

No site da banda, que é um dos orgulhos do Estado de Idaho, nos EUA, foi escrito um belo texto em homenagem a Paul, nascido em Nebraska e que vivia em Caldwell, Idaho, onde iniciou a carreira. Mais sobre Paul Revere na próxima edição da pZ.

pZ 56

Steely Dan, Jane, Marshall Tucker Band, Khan, Moto Perpétuo, John Entwistle, Robert Fripp, Lô Borges, John Mayall etc.

por Bento Araujo     02 out 2014

Steely Dan
Um combo jazz transvestido de banda de rock em seu início, com o máximo de sofisticação que o gênero poderia alcançar. Talvez seja essa uma das definições do projeto musical de Donald Fagen e Walter Becker. Os estúdios de gravação passaram a ser verdadeiros templos, onde Fagen e Becker registravam seus rituais sonoros e repensavam o seu conceito de perfecionismo. Assim, contratavam os melhores músicos de estúdio dos EUA para colocarem em prática a música que ouviam em suas mentes. Com a década de 70 avançando e a auto-indulgência da excêntrica dupla aumentando cada vez mais, chegou um ponto onde míseros seres humanos não mais podiam executar aquelas músicas com a necessária competência. Nesta edição tudo sobre os “perfeitos anti-herois musicais dos anos 70”, como a Rolling Stone categorizou a dupla. Inclui discografia comentada.

Jane
A trajetória dos alemães do Jane, banda subestimada, talvez por ficar à margem do chamado Krautrock, com seu som mais melódico e menos minimalista. Este especial traz uma discografia selecionada comentada e contextualiza a banda na cena brasileira dos anos 70, já que alguns de seus trabalhos foram lançados em vinil por aqui.

The Marshall Tucker Band
Tragédias, grandes discos e muita curtição fizeram parte da trajetória do Marshall Tucker Band, uma banda que vendeu milhares de discos nos anos 70, mas que hoje anda completamente esquecida, até mesmo por aqueles que apreciam o rock feito no sul dos Estados Unidos.

Khan
Steve Hillage e Dave Stewart fizeram parte do Khan, que lançou um único álbum em 1972, um típico exemplo de blues rock espacial cunhado dentro do celeiro canterburiano.

Moto Perpétuo
Há 40 anos surgiu em São Paulo o Moto Perpétuo, grupo revelação que era a aposta do empresário Moracy do Val, então arrasado com o fim precoce de seus principais contratados: Secos & Molhados. O Moto sempre ficou marcado por ter revelado ao mundo pop o seu vocalista/tecladista/compositor, Guilherme Arantes, mas a banda foi muito mais do que isso, como comprova este texto.

John Entwistle
A influência do baixista do The Who no rock é inestimável. Desde meados dos anos 1960, ele assombrou ouvintes e espectadores do mundo todo com um conceito novo no rock. Solando como em “My Generation” ou enriquecendo as harmonias, John Entwistle foi, nas palavras de Bill Wyman, “o mais quieto na vida particular e o mais barulhento no palco”.

Robert Fripp (entrevista, segunda e última parte)
Depois de um longo hiato, o King Crimson está de volta. Para celebrar essa volta, nos unimos ao jornalista norte-americano Steven Rosen, que entrevistou o “entrevistável” guitarrista em algumas ocasiões no decorrer dos anos. A mais completa, interessante e “difícil” dessas entrevistas aconteceu em 1974, quando o King Crimson estava lançando uma de suas obras definitivas: Red. Parte deste papo foi publicado na revista Guitar Player, há 40 anos, mas nesta edição você confere a segunda e última parte dessa histórica entrevista, publicada pela primeira vez na íntegra.

Jazz-rock sueco dos anos 70
Na Suécia a onda fusion impulsionou uma série de discos interessantes. Escolhemos dez deles neste mini-especial, servindo de guia para o seu mergulho inicial dentro do jazz-rock sueco dos anos 70. Estrelando: Solar Plexus, Made In Sweden, Wasa Express, Archimedes Badkar, Kornet, Lotus etc.

John Mayall (entrevista)
A lenda do blues britânico atendeu a pZ para um papo telefônico e o resultado você confere também nesta edição.

E mais:
Lô Borges, Neil Christian, Ave Sangria, The Freak Scene, Poe, Kalacakra, Merchants of Dream, Dogman, Bombay Groovy, Jimi Jamison, Thee Image, James Brown etc.

poeiraCast 207 – Whole Lotta Love e os Melhores Riffs

Inspirados em uma votação dos ouvintes da BBC de Londres, que elegeu a clássica abertura de Led Zeppelin Mais

por Bento Araujo     01 out 2014

Inspirados em uma votação dos ouvintes da BBC de Londres, que elegeu a clássica abertura de Led Zeppelin II, comentamos nesta semana os melhores riffs de guitarra do rock, com direito aos Top 5 individuais!
Participação especial de Wagner Xavier, autor dos livros Rock Raro e Mais Rock Raro, Volume 2

Publicado em outubro de 2014

Box set comemora meio século dos Kinks

Com retrospectiva do selo Pye (1964-71), caixa será lançada em novembro.

por Ricardo Alpendre     26 set 2014

The Kinks - AnthologyEm 1964, os Kinks lançavam seu primeiro sucesso, com o compacto “You Really Got Me”, após dois outros singles malsucedidos naquele mesmo ano. Celebrando o cinquentenário da banda, a qual se separou em 1996, será lançado em novembro o box set The Anthology 1964-1971. Nos cinco CDs da caixa, editada pela Sanctuary e Sony-BMG, haverá 139 faixas cobrindo o período clássico do grupo no selo Pye, incluindo 25 versões ou mixagens alternativas, inéditas. Como bônus, o pacote ainda terá um single em vinil de 7 polegadas.

A data prevista para lançamento é 3 de novembro na Inglaterra. Já nos Estados Unidos, a caixa chega às prateleiras no dia 18 de novembro.

Sobre uma possível e tão especulada reunião do grupo, o que depende dos irmãos Ray e Dave Davies, Ray diz que há conversas eventuais, que eles poderiam voltar a compor juntos, e que concordam em não fazer turnês recheadas de hits do passado: promoveriam material novo.

Hawkwind: Hall of The Mountain Grill

Em setembro de 1974, o quarto álbum dos ingleses mostrava com quantos sintetizadores se faz um rock pesado.

por Ricardo Alpendre     22 set 2014

É quase consenso que Hall of the Mountain Grill, lançado há 40 anos, é um dos melhores álbuns da carreira do Hawkwind.

Após o sucesso do single Silver Machine, dois anos antes, ele é o primeiro álbum de estúdio em que a banda usa e abusa dos sintetizadores digitais.

Temos aqui um ranking de suas faixas, da pior (isso existe?) até a melhor (tem como escolher?).

“PARADOX”

Em termos de composições “principais”, esta fica abaixo das demais. Em melodia, em criatividade, em tudo. Ainda assim, fecha o álbum sem comprometê-lo.

“WEB WEAVER”

Folk com violões, piano e (ah, vá…) sintetizadores. Vocais extremamente simples, que não comprometem.

“HALL OF THE MOUNTAIN GRILL”

Um interlúdio instrumental de Simon House. Bonita, embaixo do mar de sintetizadores.

“GOAT WILLOW”

Interlúdio composto por Del Dettmar. Parece música erudita. A flauta de Nik Turner é imaginativa.

“LOST JOHNNY”

Rock de Lemmy com o eterno parceiro de aventuras Mick Farren. Ressurgiria, em versão bem menos polida, na primeira encarnação do Motorhead.

“D-RIDER”

É a composição de Nik Turner, o louco do saxofone, no disco. Mais um acerto. Melodia incomum, um muro de sintetizadores, e um show de ruindade do baterista Simon King – que tinha identidade, o que não se pode negar.

“WIND OF CHANGE”

Uma das melhores instrumentais da banda, atmosférica e enigmática como sugere o nome. A melodia é extremamente inspirada. O arranjo, idem.

“YOU’D BETTER BELIEVE IT”

O rockão que abre o lado B com o pé na porta. Composta por Brock, mas até parece ser de Lemmy, que solta a voz no refrão.

“THE PSYCHEDELIC WARLORDS (Disappear In Smoke)”

Um show stopper desde então, “Warlords” abre o disco expondo todas as limitações dos Hawks como músicos e uma certa ingenuidade de Dave Brock como letrista. Mesmo assim, tudo funciona maravilhosamente bem nesse manifesto social e ecológico.

poeiraCast 205 – Os 60 anos da Fender Stratocaster

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e Mais

por Bento Araujo     17 set 2014

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e cores marcantes e, é claro, o som que fez história nas mãos de músicos como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Buddy Holly, Rory Gallagher, Hank Marvin, Buddy Guy e tantos outros.

Publicado em setembro de 2014

Motörhead: Os 30 anos de No Remorse

Coletânea trouxe quatro músicas inéditas com uma formação diferente das anteriores

por Ricardo Alpendre     12 set 2014

MotorheadHá trinta anos, no dia 15 de setembro de 1984, o Motörhead lançava o álbum duplo No Remorse. Embora seja uma coletânea dos sete anos do grupo no selo Bronze, de Gerry Bron, No Remorse trouxe quatro músicas inéditas de um Motörhead renascido, e foi ainda o último deles naquela gravadora.

Em 1983, o Motörhead havia perdido, com a saída de Brian Robertson, dois guitarristas em pouco mais de um ano. Naquele momento delicado, o baterista Philthy “Animal” Taylor anunciou a Lemmy, único remanescente da fundação da banda, que também estava de saída. A resposta do baixista e vocalista foi irônica como ele próprio: “Phil, seu timing é ótimo”. Pouco tempo depois, tendo recrutado os novatos Wurzel e Phil Campbell para o lugar que fora de Robertson (e, anteriormente, de Eddie Clarke), além do baterista Pete Gill, ex-Saxon, Lemmy estreou a nova formação do Motörhead em uma apresentação no Hammersmith Odeon. A relação com a Bronze já não era das melhores – o selo não tinha total confiança no novo line up. Para o álbum que o grupo ainda devia à gravadora, então, Lemmy compilou vinte faixas, que foram distribuídas em dois discos. Quatro músicas novas se somaram a elas, fechando, cada uma, um dos lados do vinil duplo.

No RemorseCom capa confeccionada em couro sintético preto estampado com a arte de Joe Petagno em prateado (embora seja mais facilmente encontrada a edição de capa convencional), No Remorse trazia nos encartes um texto de Malcolm Dome, da Kerrang!, e comentários de Lemmy, faixa a faixa.

Das quatro composições novas, creditadas ao novo quarteto, uma, “Killed by Death”, foi lançada em compacto duas semanas antes do álbum. Em uma das versões desse single, a de 12 polegadas, há duas músicas no lado B chamadas “Under the Knife”, embora elas sejam canções diferentes. Apenas uma delas aparece no compacto simples, e ambas estão entre as faixas bônus das reedições “deluxe” em CD de No Remorse.

Em fita cassete, a embalagem original também era especial: uma caixinha de couro, que imitava uma embalagem luxuosa de cigarros, e incluía até aqueles avisos sobre o mal que fazia à saúde.

O quarteto da época do lançamento de No Remorse viria a gravar ainda um álbum completo, o também importante Orgasmatron, em 1986, por um novo selo, GWR Records, do empresário Doug Smith.

poeiraCast 204 – O Selo Harvest

Fundado em 1969 como uma subsidiária da EMI, o selo Harvest fez história, principalmente em sua fase clássica, Mais

por Bento Araujo     10 set 2014

Fundado em 1969 como uma subsidiária da EMI, o selo Harvest fez história, principalmente em sua fase clássica, até meados dos anos 70. Estrelando: Deep Purple, Pink Floyd, ELO, Wizzard, The Move, Triumvirat e muitos outros.

Publicado em setembro de 2014

The Central Scrutinizer Band recebe trio de músicos de Zappa

Ike Willis, Bobby Martin e Ray White vêm ao Brasil celebrar Does Humor Belong in Music

por Ricardo Alpendre     09 set 2014

The Central Scrutinizer BandComemorando os trinta anos do show, disco e vídeo Does Humor Belong in Music?, de Frank Zappa, The Central Scrutinizer Band receberá nos dias 3 e 4 de outubro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, os convidados Ike Willis, Bobby Martin e Ray White. Os três, que se apresentarão pela primeira vez juntos no Brasil, eram peças importantes na banda de Zappa (falecido em 1993) quando o show foi gravado em Nova York, em 1984.

Reconhecida como uma das melhores bandas em homenagem ao artista norte-americano, a Scrutinizer tem músicos de primeira linha, acostumados a acompanhar grandes nomes da música nacional. Os shows, sexta e sábado, começam às 21h30.

O preço das entradas é aquela camaradagem de sempre nos Sescs: R$ 25,00 a inteira (ou R$ 10,00 a meia entrada, e R$ 5,00 para comerciários).

De ruim, apenas o nome do setor do Sesc onde será a apresentação: Comedoria. Mas até isso tem um bom motivo. Chegue antes, sem ter jantado, e descubra.

Radio Moscow no Brasil em outubro

Fãs do rock setentista e psicodélico terão a oportunidade de assistir a um dos melhores nomes do estilo

por Ricardo Alpendre     08 set 2014

Radio MoscowFãs brasileiros do rock setentista e psicodélico terão a oportunidade de assistir a um dos melhores nomes do estilo. Os norte-americanos do Radio Moscow desembarcam na América do Sul na virada do mês para um show na Argentina e cinco no Sul e Sudeste brasileiros.

Logo após se apresentar em Buenos Aires, dia 30 de setembro, o power trio seguirá para Porto Alegre, onde, no dia 1.º de outubro, comandará a noite na casa El Toro. 2/10 será a vez de Ibirama, SC, e a casa Woodsrock. No dia seguinte, no Célula, em Florianópolis. Na sequência, eles tomarão o rumo de São Paulo, onde se apresentarão no Inferno Club, dia 4. E, finalmente, dia 5, encerrarão a excursão no Leviano, no Rio.

As datas já estão todas no site do grupo, www.radiomoscow.net.

Após a trip sul-americana, o Radio Moscow voltará aos Estados Unidos, onde seguirá dividindo o palco com os veteranos Pentagram e Bang.

Radio Moscow tour

Box de Beefheart terá álbuns subestimados e disco de outtakes

O selo norte-americano Rhino anuncia o produto para novembro, inclusive em vinil.

por Ricardo Alpendre     05 set 2014

Captain Beefheart boxA Rhino, mais uma vez, cumpre seu papel de trazer relançamentos legais para um público que sabe o que está comprando. Três álbuns de Captain Beefheart ressurgem, agora remasterizados, no box Sun Zoom Spark: 1970 To 1972, que chegará às lojas na primeira quinzena de novembro. Lick My Decals Off, Baby (1970), The Spotlight Kid (1972) e Clear Spot (idem) são os LPs que sucederam o celebrado Trout Mask Replica, de 1969, e permanecem menos conhecidos que o “hit” de Beefheart. Os três, especialmente Lick My Decals Off, Baby, tinham um lugar especial na preferência do próprio Don Van Vliet, o “Capitão”, que morreu em 2010 aos 69 anos.

O box, que será comercializado em CD, vinil e download, terá também um quarto disco contendo 14 faixas inéditas, todas outtakes do mesmo período – algumas dessas músicas chegaram ao vinil, nas versões finalizadas, nos álbuns da virada dos anos 70 para os 80.

poeiraCast 203 – Santana

Há 45 anos, o guitarrista Carlos Santana, o assunto deste episódio, é o principal nome do chamado latin Mais

por Bento Araujo     03 set 2014

Há 45 anos, o guitarrista Carlos Santana, o assunto deste episódio, é o principal nome do chamado latin rock, e uma das principais referências da guitarra

Publicado em setembro de 2014

poeiraCast 202 – Bandas de Birmingham

Birmingham, West Midlands, Inglaterra. Uma das cidades mais importantes do rock, celeiro de bandas como Black Sabbath, Judas Mais

por Bento Araujo     27 ago 2014

Birmingham, West Midlands, Inglaterra. Uma das cidades mais importantes do rock, celeiro de bandas como Black Sabbath, Judas Priest, ELO e tantas outras. É o assunto deste episódio.

Publicado em agosto de 2014

Eric Gales toca em São Paulo nesta quinta-feira

Turnê brasileira do músico já passou por Rio, Goiás e Rio Grande do Norte

por Ricardo Alpendre     26 ago 2014

Eric GalesO guitarrista norte-americano Eric Gales fará uma apresentação em São Paulo no dia 28 de agosto, quinta, no Gillan’s Inn. Esta é a terceira passagem do premiado músico de blues rock pelo Brasil (as anteriores foram em 2003 e 2006). Antes de Sampa, a temporada brasileira de Gales já passou por Rio de Janeiro, Barra Mansa, Goiânia e Natal.

Gales, músico destro que toca a guitarra invertida, como se fosse um canhoto, acumula elogios recebidos de alguns dos maiores nomes do blues e do rock, como B.B. King, Eric Clapton, Mick Jagger, Keith Richards e Carlos Santana. Em outubro do ano passado, outra fera do blues moderno, Joe Bonamassa, escreveu a respeito dele no Twitter: “Um dos melhores, senão o melhor guitarrista do mundo hoje”.

Na turnê brasileira, Gales é acompanhado pelos os músicos nacionais Ugo Perrotta (baixo), Alexandre Papel Loureiro (bateria) e Fred Sunwalk (guitarra).

A abertura, em São Paulo, ficará por conta da banda Plexiheads.

Os ingressos custam de R$ 60,00 a R$ 80,00.

Mais informações em www.gillansinn.com.br

Eric Gales no Gillan's Inn

poeiraCast 201 – A Compulsão de Comprar Discos

A compulsão de comprar discos e o maior colecionador do mundo são os temas do poeiraCast 201. Episódio Mais

por Bento Araujo     20 ago 2014

A compulsão de comprar discos e o maior colecionador do mundo são os temas do poeiraCast 201. Episódio inspirado na recente revelação do magnata brasileiro do mundo do disco: Zero Freitas.

Publicado em agosto de 2014

Novos álbuns sempre às sextas?

Proposta tramita entre gravadoras e associações para unificar os dias de lançamentos de discos

por Ricardo Alpendre     18 ago 2014

lançamentosA indústria fonográfica internacional discute uma proposta que poderá unificar as datas de lançamentos de álbuns no mundo todo para as sextas-feiras. Há quem confirme que a medida passará a valer em julho de 2015. Já existem padronizações em determinados dias da semana, dependendo do país. No Reino Unido, os novos LPs e CDs costumam chegar às lojas às segundas-feiras. Nos Estados Unidos, ocorre às terças, e na Austrália, às sextas.

Pessoas ligadas à indústria dizem que a medida pode diminuir a ação da pirataria. Tanto a IFPI, que representa a indústria do disco de forma global, quanto o RIAA, o órgão que regula as gravadoras nos EUA, são favoráveis.

Alguns selos independentes, que têm estratégias diferentes das majors, desaprovam a padronização obrigatória. Eles lançam seus produtos em outros dias, driblando momentaneamente a concorrência das multinacionais.

poeira Zine Fest

Festa de lançamento da nova edição da pZ, com shows tributo ao Thin Lizzy e ao Grand Funk Railroad

por Radames Junqueira    

pZ Fest Blackmore

Nesta próxima sexta-feira acontece em São Paulo mais uma edição da pZ Fest, desta vez no Blackmore Rock Bar, em Moema.

A data marca o lançamento da nova edição da pZ (#55) e os 45 anos do lançamento de On Time, primeiro álbum do Grand Funk Railroad. No palco estarão as bandas On Time (um tributo ao Grand Funk Railroad que conta com a presença do nosso editor, Bento Araujo, no baixo) e Thin Lizzy Tributo.

Esperamos todos vocês para uma noitada de muito rock ‘n’ roll e bom papo.

Blackmore Rock Bar
Alameda dos Maracatins, 1317 – Moema – São Paulo
11 3804-5678
Reserva de mesas: contato@blackmore.com.br
Mais informações: blackmore.com.br
 
poeiraCast 200 – Capas de Discos

Chegamos ao poeiraCast 200! Para celebrar a marca, gravamos excepcionalmente esta edição em vídeo. A conversa é sobre Mais

por Bento Araujo     13 ago 2014

Chegamos ao poeiraCast 200! Para celebrar a marca, gravamos excepcionalmente esta edição em vídeo. A conversa é sobre grandes capas de discos.

Editado por Marcelo Bueno.

poeiraCast 199 – Frank Zappa em 1974

Nesta edição, a conversa é sobre os trabalhos de Frank Zappa em 1974, com os álbuns Apostrophe (‘) e Mais

por Bento Araujo     06 ago 2014

Nesta edição, a conversa é sobre os trabalhos de Frank Zappa em 1974, com os álbuns Apostrophe (‘) e Roxy & Elsewhere.

Publicado em agosto de 2014

Kansas fará shows no Brasil em novembro

Celebrando 40 anos de carreira, o Kansas acaba de confirmar dois shows no Brasil

por Lucas Lazarotto    

Celebrando 40 anos de carreira, o Kansas acaba de confirmar dois shows no Brasil: dia 20 de novembro, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, e 21 de novembro, no HSBC Brasil, em São Paulo.

Esta é a segunda passagem da banda pelo país, mas pode ser considerada a primeira, já que na outra ocasião a banda realizou uma única (e muito mal divulgada) apresentação como atração internacional de um bizarro rodeio, em Jaguariúna, no interior de São Paulo.

Infelizmente essa nova tour não contará com o vocalista original do Kansas, Steve Walsh, que deixou o grupo recentemente. Da formação original virão ao Brasil Phil Ehart (bateria) e Richard Williams (guitarra).

Serviço:
KANSAS – 40th Anniversary Tour
Serviço Rio de Janeiro
Data: 20 de novembro de 2014
Local: Vivo Rio
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Abertura da casa: 20h | Inicio show Kansas: 22h
Classificação etária: a partir de 16 anos
Capacidade: 2.000 lugares sentados
Ar-condicionado no local
Acesso para portadores de mobilidade reduzida
Manobrista no local: R$ 30,00
Forma de pagamento: Aceitamos dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners) / não aceitamos cheques.
Chapelaria: Incluída
Ingresso Rápido – Ingressos online: www.ingressorapido.com.br
Informações e compras: 4003-1212
Atendimento pós-venda SAC: 4003-2051
Ingressos:
Setor VIP – R$ 350,00 | Setor VIP (meia entrada) – R$ 175,00
Setor 1 – R$ 270,00 | Setor 1 (meia entrada) – R$ 135,00
Setor 2 – R$ 200,00 | Setor 2 (meia entrada) – R$ 100,00
Setor 3 – R$ 120,00 | Setor 3 (meia entrada) – R$ 60,00
Setor 4 – R$ 100,00 | Setor 4 (meia entrada) – R$ 50,00
Camarote A – R$ 380,00 | Camarote (meia entrada) – R$ 190,00
Camarote B – R$ 290,00 | Camarote (meia entrada) – R$ 145,00
Frisas – R$ 300,00 | Frisas (meia entrada) – R$ 150,00
Balcão – R$ 190,00 | Balcão (meia entrada) R$ 95,00
Pontos de venda em Rio de Janeiro:
Bilheterias do Vivo Rio – SEM TAXA DE CONVENIÊNCIA
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Horário de atendimento: Segunda a sábado: 12h às 21h | Domingo/feriado: 12h às 20h.
Formas de pagamento: Dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners) não aceitamos cheques.
Kansas SPServiço São Paulo
Data: 21 de novembro de 2014
Local: HSBC Brasil
Endereço: Rua Bragança Paulista 1.281
Abertura da casa: 20h | Inicio show Kansas: 22h
Classificação etária: a partir de 16 anos
Capacidade: 2.000 lugares sentados
Ar-condicionado no local
Acesso para portadores de mobilidade reduzida: http://www.hsbcbrasil.com.br/acessibilidade
Manobrista no local: R$ 35,00 antecipado e R$ 40,00 na hora.
Forma de pagamento: Dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners) / não aceitamos cheques.
Chapelaria: R$ 10,00
Ingresso Rápido
Ingressos online: www.ingressorapido.com.br
Informações e compras: 4003-1212
Atendimento pós-venda SAC: 4003-2051
Ingressos
Setor VIP – R$ 350,00 | Setor VIP (meia entrada) – R$ 175,00
Setor 1 – R$ 280,00 | Setor 1 (meia entrada) – R$ 140,00
Setor 2 – R$ 270,00 | Setor 2 (meia entrada) – R$ 135,00
Setor 3 – R$ 200,00 | Setor 3 (meia entrada) – R$ 100,00
Setor 4 – R$ 120,00 | Setor 4 (meia entrada) – R$ 60,00
Camarote – R$ 380,00 | Camarote (meia entrada) – R$ 190,00
Frisas – R$ 300,00 | Frisas (meia entrada) – R$ 150,00
Cadeira alta – R$ 280,00 | Cadeira alta (meia entrada) R$ 140,00
Pontos de venda em São Paulo:
Bilheterias do HSBC Brasil – SEM TAXA DE CONVENIÊNCIA
Endereço: Rua Bragança Paulista 1.281
Horário de atendimento:
Segunda a sábado das 12h às 22h
Domingo e feriado das 12h às 20h.
Formas de pagamento: Dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners) não aceitamos cheques.

 

Mais Rock Raro: Livro celebra discos obscuros dos anos 60 e 70

Wagner Xavier, o autor dos livros Rock Raro e Mais Rock Raro – Volume 2, conversou com a poeira Zine sobre esse segundo volume e sua paixão por música e colecionismo.

por Ricardo Alpendre     05 ago 2014

Wagner Xavier, o autor dos livros Rock Raro e Mais Rock Raro – Volume 2, conversou com a poeira Zine sobre esse segundo volume e sua paixão por música e colecionismo.

livro2-rock-raro

pZ – Para que tipo de leitor são os livros Rock Raro e este segundo, Mais Rock Raro?

Wagner – Sou um apaixonado por musica, especialmente a musica produzida entre o final da década de 1960 até meados dos anos 1970. Assim como eu, sei que existe uma porção de pessoas ávidas por se aprofundar nesta fase e música. E como muito já se falou sobre os grandes clássicos, preferi abordar os grupos menos conhecidos e que produziram música de alta qualidade. O livro é para este leitor, para este apaixonado. Confesso também que fico feliz quando o livro apresenta esses grupos aos jovens que não tiveram a oportunidade de se aprofundar nesse maravilhoso universo. Só isso já vale todo o trabalho e investimento.

pZ – Quem ouviu os episódios do poeiraCast com sua participação sabe que você é um tipo de ouvinte e colecionador mais abrangente do que sugere o acervo mostrado nos dois livros. O que pesou na escolha dos estilos e época abordados, e mesmo dos artistas, desconhecidos?

Wagner – Na verdade eu gosto de diversos estilos e épocas, e não tenho qualquer tipo de restrição quanto a época, estilo, nacionalidade ou coisas afins. Para falar a verdade gosto muito de diversos grupos surgidos desde os anos 1980, quando era adolescente. Simplesmente gosto de música e confesso que tenho um enorme apreço pelo rock setentista, e considero (sem qualquer tipo de saudosismo) que foi um período absolutamente genial e que dificilmente será repetido em muitos anos. O livro visa exatamente homenagear esse período e mostrar como isso foi muito além dos grandes nomes como Zeppelin, Who, Stones, Hendrix, Purple, Sabbath, Dylan entre tantos outros.

pZ – O livro traz cotações de três a cinco estrelas, e alguns álbuns são cotados como “diamantes”, apenas os vinte mais especiais. Sendo essa classificação assumidamente subjetiva, ela estimula aquela boa e velha discussão em torno de listas. Isso é proposital ou simplesmente pelo prazer de fazê-lo? E como foi esse processo de cotação?

Wagner – Na verdade quisemos dar um toque um pouco pessoal na seleção, realmente estimulando um pouco do velho conceito de listas, que tanto adoramos. Confesso que me divirto quando surge alguma divergência quanto à cotação, pois independente da opinião sempre me faz refletir, mas no final tudo vira uma curtição, afinal listas são listas, nada mais. O processo, nos dois livros, foi muito divertido, quase que uma noite inteira discutindo os gostos, tentando chegar num consenso, sempre com o maior bom humor e com muita diversão. Confesso que tivemos que reouvir discos, reconsiderar opiniões e até discordar de vez em quando. Mas no geral as cotações ainda refletem nossa opinião.

pZ – Você trabalha em uma área ligada à tecnologia e é apaixonado por música. Assim como o colaborador no livro, João Carlos Roberto, não é jornalista, escritor ou crítico musical de ofício. Como é a motivação de um colecionador assim para encarar uma empreitada tão extensa?

Wagner – Se trata de algo absolutamente voltado para nossa paixão, nossos amigos, os novos amigos que fizemos com o livro e também pelo fato de se certificar de que nós, brasileiros, podemos fazer também livros de musica, de rock e, por que não dizer também, ajudar a movimentar um mercado que luta para sobreviver com dignidade e amor pela arte. Para mim, cada leitor que descobre um novo grupo ou um novo disco, aquele que compra um disco com um amigo ou numa loja já me deixa feliz e cumpridor daquilo que almejei fazer.

pZ – Você e João realmente têm e apreciam os LPs catalogados nos dois livros. Isso é essencial para vocês, para que os discos sejam resenhados? Por quê?

Wagner – Sim, temos todos os discos. A resenha é na verdade um texto “descompromissado” que visa passar algumas informações do disco. Também tentamos passar a emoção da audição do disco. Os textos são sempre escritos durante a audição do disco, captando exatamente o momento que o álbum rola no aparelho de som. Como somos colecionadores, não vemos sentido em escrever um livro de discos raros se não os temos na coleção. Foi uma premissa definida desde o principio no volume 1 e da qual não abrimos mão. É nossa coleção de rock raro.

pZ – Então há planos para uma segunda edição do primeiro volume de Rock Raro… O que podemos esperar na nova edição?

Wagner – Sim, já existe o material com todas revisões e novas fotos. Por questão de respeito a quem comprou o primeiro volume, não iremos incluir novos itens; vejo que não seria justo. Interessante notar que muita gente que está comprando o volume 2 não conhece e quer o volume 1. A reedição será feita nos próximos meses.

pZ – O primeiro livro não tem no título o “volume 1”, mostrando que não era necessariamente o primeiro de uma série, e obteve ótima recepção. Como e quando você decidiu que era hora de preparar esse segundo volume? E agora? Já tem planos para um próximo?

Wagner – O lance era fazer um livro e realizar um sonho. A volume II veio exatamente pelo gostinho de buscar algo melhor e pelo feedback muito legal que tivemos desde o volume 1, além de discos que ficaram de fora por questões de espaço. Também queríamos incluir álbuns da America do Sul (exceto Brasil). Quanto a um volume novo, sinceramente não sabemos, dá bastante trabalho, vamos deixar em aberto e deixar que o tempo e a disposição nos digam. Agora queremos é curtir este novo volume.

pZ – Algo mais para os leitores da pZ?

Wagner – Este livro é a realização de um sonho que tive desde que procurei em diversas viagens que fiz, por um livro que falasse sobre o rock mais obscuro das décadas de 1960 e 70. Quando conheci a poeira Zine, desde o número zero, senti um enorme prazer em saber que existe em nosso país pessoas capazes de doar sua vida para uma causa tão nobre quanto a arte que foi produzida no mundo da música por aquela época. E esta felicidade, o prazer e a vontade de apresentar esse universo para as gerações mais novas, nos fizeram criar coragem e fazer o Rock Raro. Em poucos meses a edição se esgotou e nos encheu de orgulho. Com acertos e erros o livro saiu, e no geral foi um grande acontecimento para nossas vidas. Centenas de e-mails, conversas e feedbacks positivos depois, criamos coragem para lançar agora o “mais ROCK RARO – volume 2”. Espero que você, amante da música, amante da arte, leitor do “nosso” poeira Zine, goste do livro, use-o como referência e deixe essa chama, chamada rock and roll, mais acesa do que sempre foi. É isto: poeira Zine e Rock Raro, como disse o amigo Marcelo Costa no prefácio do volume 1: “Leia no volume máximo”.

Wagner Xavier e suas crias

__________________________

A pZ pediu ao Wagner que citasse alguns dos álbuns presentes nesse novo trabalho. Ele nos mostrou estes:

Attila: Dupla americana que traz como destaque o cantor Billy Joel em começo de carreira. Dizem que hoje em dia ele abomina o trabalho.

Black Merda: Apesar do nome (algo como Black Murder), o grupo toca uma barbaridade e lembra muito Jimi Hendrix.

Brainbox: Grupo do Jan Akkerman e Pierre van der Linden, que depois tocaram no Focus.

Collegium Musicum : Incrível grupo de rock progressivo da Tchecoslováquia. Curioso como um pais fechado como aquele, em pleno 1973, produziu um grupo tão interessante. Indicado para quem gosta de nomes como Emerson, Lake & Palmer.

Coulson, Dean, McGuiness and Flint, com o disco Lo and Behold: Um dos melhores álbuns de covers de Dylan que conheço. Várias musicas da fase do Basement Tapes que ele gravou com a The Band durante a gravação do clássico Music from Big Pink.

Eire Apparent: Grupo irlandês que lançou um bom disco em 1969 e que teve a produção e participação de ninguém menos que um tal de Jimi Hendrix.

Estrella de Marzo: Hard Rock com pitadas progressivas deste incrível grupo boliviano.

Funky Junction: Nada de raro. Simplesmente o pessoal do recém-formado Thin Lizzy tocando clássicos do Deep Purple. Uma curiosidade, e uma maravilha de disco.

Genesis: Para amantes do grupo inglês, informo que temos nada menos que dois Genesis no livro: um colombiano e outro uruguaio. Desnecessário falar que ambos são excelentes.

Head Machine: Orgasm foi editado com duas capas diferentes e traz como curiosidade o grande Ken Hensley nas guitarras, vocais e teclados.

Iron Maiden: Apesar do nome, se trata de um grupo com ótimo hard rock lançado em 1969. Os caras autorizaram Steve Harris a usar o nome no início dos anos 1980.

Jose Cid, com 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte: Um dos grandes momentos do rock português em todos os tempos. Um dos diamantes do rock raro, obrigatório para amantes da boa musica.

Laghonia: O rock peruano no seu melhor momento. Disco absolutamente imperdível, petardo psicodélico de primeira linha, com homenagens para a música popular brasileira.

Lord Sutch: Quando um “lorde” inglês encontra nomes como Jimmy Page, Jeff Back, Noel Redding, John Bonham, entre outros caras. Momento histórico do rock and roll inglês.

Museo Rosenbach: Um dos momentos mais importantes do rock progressivo italiano em todos os tempos. Grupo amaldiçoado devido à imagem de Mussolini na capa do disco – hoje é um clássico, raríssimo.

PYG: Hard rock japonês de excelente qualidade. Ainda que a capa não indique, o disco é muito bom, surpreendente pela pegada forte dos músicos.

Three Souls In My Mind : Um petardo garageiro mexicano. Um dos grandes álbuns do rock mexicano desde sempre.

Traina: Quando o rock se encontra com a música flamenca. Daqueles discos que dá vontade de chorar de tanta beleza. O rock espanhol num dos seus melhores momentos.

Grupo Sintesis. Para quem não imaginava que até Cuba produziu rock de qualidade nos anos 1970.

Mais Rock Raro – o maravilhoso e desconhecido mundo do rock – volume 2 pode ser adquirido pelo e-mail contato@rockraro.com.br ou diretamente pelo site www.rockraro.com.br

Valor: R$95,00 (Livro) + frete (Envio para todo o Brasil)

Bye Bye Johnny

Um tributo pessoal ao mestre da slide guitar

por Bento Araujo     03 ago 2014

pZ55Vocês não vão acreditar, mas irei contar assim mesmo.

Durante uma bela tarde de inverno, interrompemos o trabalho aqui na redação da pZ para o obrigatório café. Estou conversando com meu amigo Ricardo Alpendre e ele me pergunta quem será a capa da nova edição. Dentre muitas opções, disse a ele que eu gostaria muito de fazer uma capa com o Johnny Winter.

Na minha cabeça seria bacana fazer uma capa com um ícone da guitarra, do rock e do blues, que completou 70 anos de idade este ano. Apesar dos seus problemas de saúde, na minha cabeça seria importante homenagear Winter ainda em vida.

Mas não deu tempo. Duas semanas se passaram daquela tarde e no dia 16 de julho veio a notícia: Johnny Winter havia morrido.

Como todo sangue bom do blues, morreu literalmente na estrada, em seu quarto de hotel, em Zurique, enquanto fazia sua enésima turnê europeia.

Para muitos de seus amigos e fãs, o fato de ter conseguido chegar aos 70 já foi um milagre. Por diversas vezes, Winter quase morreu de overdose, ou de alguma doença relacionada ao seu uso de drogas pesadas, como a heroína. Boatos de sua morte também rondavam a imprensa musical com certa frequência.

Sua presença num palco brasileiro foi anunciada diversas vezes dos anos 80 pra cá, mas ele veio mesmo somente uma vez, em 2010, quando tocou por diversas cidades brasileiras. Quando pintou a notícia de sua morte, o guitarrista tinha shows marcados para o mês de outubro pelo país.

Johnny Winter ao vivo em Memphis, 2012Tive a oportunidade de assistir Winter novamente ao vivo em 2012, no Beale Street Music Festival, em Memphis. Ele foi o headliner do “palco blues” do evento e foi recebido como um tesouro da música norte-americana, o que na minha opinião de fato ele é. Neste show. mostrou a destreza de sempre no slide (pra mim Winter, Duane Allman e Jesse Ed Davis são os melhores “não negros” neste quesito), com sua inseparável Firebird no colo. Apesar dos evidentes sinais da idade e da saúde abalada, conseguiu tocar uma música inteira de pé, quando eu tirei esta foto ao lado. Foi ali, na beira do Rio Mississipi, olhando para Winter e para as águas do Rio que percebi o quanto aquele sujeito pertencia a tradição do blues. Quando me aproximei do palco, vi que debaixo daquele chapéu estava um senhor tocando em perfeito estado de transe, com seus olhos quase “virados”, como se estivesse possuído por um velho bluesman.

“Para mim, o blues é uma necessidade”, alegou Winter, que apesar de flertar constantemente com o hard rock e o boogie, nunca abandonou sua verdadeira paixão. Um de seus maiores sonhos foi realizado ao produzir, tocar e trazer de volta ao cenário o seu grande ídolo, Muddy Waters, na segunda metade da década de 70.

A contracapa de Captured LiveMeu primeiro contato com os discos de Johnny Winter foi visual, babando naquela contracapa de Captured Live!. Aquele gigantesco estádio abarrotado, Winter e banda de costas encarando a multidão em plena luz do Sol… É o tipo de foto que resume uma era do rock de estádio norte-americano da década de 70.

Depois de horas no saudoso Museu do Disco olhando aquele álbum, tomei a decisão de comprar Live Johnny Winter And, que na época era um lançamento exclusivo do Museu, vendido lacradinho e a preço de banana. Na mesma leva de exclusividades do Museu do Disco, peguei o álbum de estreia de outro guitarrista texano da pesada, Stevie Ray Vaughan, um súdito de Winter, tão súdito que compartilhou até o mesmo baixista de Johnny: Tommy Shannon.

O próximo passo foi comprar a estreia dele, The Progressive Blues Experiment, na primeira loja de discos que trabalhei, a Garage Discos, na minha querida Pompeia. Ali pegava também as maiores boiadas, numa época onde o CD apareceu e estava em alta, com gente largando suas coleções de LPs literalmente no poste, para algum catador de lixo levar. Assim adquiri Second Winter, duplo e importado, com todo o charme dos três lados gravados e um em branco e aquele calibre da prensagem da Columbia, de selo vermelho e tudo mais.

Recentemente havia sido lançado um box de quatro CDs do guitarrista, True to the Blues: The Johnny Winter Story, que indiquei inclusive numa das últimas edições da pZ. Winter se foi, mas deixou um novo disco de estúdio terminado: Step Back, que sai mês que vem e conta com participações de bambas como Eric Clapton, Billy Gibbons, Joe Perry e outros.

Abaixo uma playlist com os meus sons favoritos do bom e velho Winter.

Bye Bye Johnny

A pZ homenageia Johnny Winter em sua nova edição, com um longo artigo especial contando toda a sua turbulenta trajetória e uma discografia selecionada comentada.

pZ 55

Johnny Winter, Armageddon, Robert Fripp, Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, Link Wray, CSNY, Rock In Opposition, Doobie Brothers, Lucio Battisti, The Open Mind, Pretty Things, Strawberry Alarm Clock etc.

por Bento Araujo     31 jul 2014

JOHNNY WINTER
Calou-se a guitarra de Johnny Winter e com ela se foi um dos mais expressivos talentos do blues rock. A pZ celebra o legado do ícone texano relembrando sua turbulenta carreira dentro do rock e do blues. Da parceria com o irmão Edgar Winter e Muddy Waters até os tempos mais pesados de Johnny Winter And: os shows memoráveis, a repercussão na imprensa através dos anos e seus terríveis problemas com as drogas. Inclui também uma discografia selecionada comentada.

ARMAGEDDON
Em 1975, o surgimento de um supergrupo hard contando com ex-integrantes de bandas como The Yardbirds, Captain Beyond, Johnny Winter And, Renaissance e Steamhammer parecia realmente promissor. Na prática, a história foi diferente… Mas o que deu errado com o ARMAGEDDON? Por que a banda ficou somente num único disco? Talvez as respostas estejam neste texto…

ROBERT FRIPP (Entrevista – primeira parte)
Depois de um longo hiato, o King Crimson está de volta. Robert Fripp acordou sua criatura após uma hibernação de anos e se apresenta com a sua banda, por diversas noites, em Nova York, no próximo mês. Uma turnê pelo mundo deve ser anunciada em breve e parece que a América do Sul está nos planos de Mr. Fripp. Para celebrar essa volta, nos unimos ao jornalista norte-americano Steven Rosen, que entrevistou o “entrevistável” guitarrista em algumas ocasiões no decorrer dos anos. A mais completa, interessante e “difícil” dessas entrevistas aconteceu em 1974, quando o King Crimson estava lançando uma de suas obras definitivas: Red. Parte deste papo foi publicado na revista Guitar Player, há 40 anos, mas nesta edição você confere a primeira parte dessa histórica entrevista, publicada pela primeira vez na íntegra.

PAULO BAGUNÇA E A TROPA MALDITA
Uma bagunça podia ser mesmo o que acontecia no quartel general da Tropa Maldita, nos subúrbios cariocas do início da década de 70. Tempos depois, quando enfim a banda conseguiu lançar, pela Continental, o LP homônimo Paulo Bagunça e A Tropa Maldita, o que se pôde ouvir era uma música livre de rótulos e também livre na concepção. Em sua única e provavelmente limitada prensagem original, acabou ganhando status de raridade, e tornou-se um item de colecionador em nível mundial, alcançando valores compatíveis com algumas das maiores raridades nacionais.

ROCK IN OPPOSITION
Nos anos 70, o rock britânico e norte-americano impunha uma espécie de ditadura musical e cultural. No resto do mundo, muitas bandas viviam à marginalidade, cantando em sua língua e mantendo-se fiel às suas tradições. Essa resistência gerou uma oposição não só estética, mas também política. Sacando essa efervescência, os britânicos do Henry Cow deixaram a Inglaterra e partiram rumo à Europa Continental, onde conheceram inúmeras bandas vanguardistas. Em 1978, já no fim de sua trajetória, o Henry Cow convocou quatro bandas, de quatro países distintos, para um festival em Londres chamado Rock In Opposition (RIO). Após o evento e outros shows espalhados pela Europa, uma espécie de cooperativa foi criada. Novas bandas aderiram ao movimento, porém, mais adiante, o RIO enfraqueceu como organização. Já como fenômeno cultural e subgênero dentro do rock progressivo, continua atraindo seguidores e entusiastas mundo afora. Nesta edição você confere os dez discos essenciais para se aventurar pelo Rock In Opposition.

LINK WRAY
Como se dois grandes nomes das seis cordas não bastassem nesta edição (Winter e Fripp), o pZ Hero da vez é o mega influente Link Wray, simplesmente o pai da distorção no rock ‘n’ roll.

E MAIS:
CSNY, Doobie Brothers, Lucio Battisti, The Open Mind, Pretty Things, Strawberry Alarm Clock etc.

poeiraCast 198 – Bandas Multirraciais

Negros, brancos, índios, orientais etc. Há quem diga que quanto mais mistura de raças entre os integrantes de Mais

por Bento Araujo     30 jul 2014

Negros, brancos, índios, orientais etc. Há quem diga que quanto mais mistura de raças entre os integrantes de uma banda, mais rica é a sua sonoridade. Nesta edição do poeiraCast discutimos algumas dessas bandas, como Eric Burdon and War, Sly and The Family Stone, The Equals, Can, Booker T. and The MGs, Love e muitas outras.

poeiraCast 197 – Gentle Giant

Publicado em julho de 2014

por Bento Araujo     23 jul 2014

Publicado em julho de 2014

Dez vídeos de Johnny Winter que você tem que assistir

Nos despedimos do guitarrista que está na capa da nova pZ com o que de mais bacana existe dele no YouTube

por Bento Araujo     17 jul 2014

pZ55Dia 16 último, o mundo do rock e do blues perdeu um de seus grandes expoentes. Como todo sangue bom do blues, Johnny Winter morreu literalmente na estrada, em seu quarto de hotel, em Zurique, enquanto fazia sua enésima turnê europeia no auge de seus 70 anos de idade.

A pZ homenageia Winter em sua nova edição, com um longo artigo especial contando toda a sua turbulenta trajetória e uma discografia selecionada comentada. Veja mais sobre essa edição.

 

Abaixo, selecionamos os melhores momentos de Johnny Winter no Youtube, para acompanhar a leitura da sua nova pZ:

1 – “Mean Town Blues” (1969)
Mesmo em início de carreira, Winter já demonstrava total confiança e habilidade com seu instrumento. Essa sua aparição em Woodstock (que ficou de fora do filme original) mostra um artista no auge da garra e da vontade de aparecer para o mundo.

2 – Live in Copenhagen (1970)
A gravação de melhor qualidade em vídeo do trio original de Winter em ação, com Uncle John Turner na bateria e Tommy Shannon no contrabaixo. Inclui canja de Edgar Winter.

3 – “Johnny B. Good” (1970)
Em 1970 ele chegou arrasando em Londres com seu trio acrescido da ilustre presença do irmão Edgar Winter. Estusiasta do rock dos anos 50, fazia questão de apresentar ao vivo esse clássico imortalizado por Chuck Berry.

4 – “Guess I’ll Go Away” (1970)
Sua banda “And”, com Rick Derringer também na guitarra, marcou uma das fases mais pesadas de sua carreira e rendeu dois grandes discos, um de estúdio e outro ao vivo. Essa apresentação registrada pela TV francesa mostra o vigor daquela formação ao vivo.

5 – Live At Tubeworks, Detroit (1971)
Johnny e seu parceiro (e baixista de sua banda) Randy Joe Hobbs ao vivo, num programa de TV, tocando e sendo entrevistados. Vale por mostrar o guitarrista de um perfil mais intimista. Destaque para sua atução na inseparável Firebird, com pouca distorção e volume.

6 – “Jumpin’ Jack Flash” (1974)
Grande fã de Stones, executou diversos clássicos da banda de Jagger & Richards em sua carreira, tanto em estúdio como ao vivo. A mais emblemática delas era a sua releitura para este clássico, que ocasionalmente encerrava as suas apresentações. Essa versão é ao vivo no programa da TV britânica The Old Grey Whistle Test.

7 – Live on Don Kirshner’s Rock Concert (1974)
Sua aparição no legendário programa da TV americana marcou época, principalmente por ter sido exibido também no Brasil pela Rede Globo, um pouco depois, em seu programa Sábado Som.
http://youtu.be/9srJIjp55Bs

8 – Muddy Waters – Live At The Chicago Fest (1981)
O guitarrista marca presença em boa parte desse show de Waters em Chicago, subindo ao palco com um cajado e uma Les Paul.

9 – Live at Massey Hall, Toronto (1983)
No início dos anos 80 o guitarrista reformulou sua banda de apoio, apostando num som mais pesado e enxuto. Neste trio estavam John Paris no baixo e Bobby T. Torello na bateria.

10 – “Highway 61 Revisited”, Brasil (2010)
Em 2010 Winter passou pela única vez pelo Brasil. Tocou em diversas cidades e fez essa aparição relâmpago no programa de Jô Soares.
http://youtu.be/22hYaK63ELk

Bonus Track:
“I Just Wanna Make Love To You” (1978)
Não é sempre que se vê por aí uma jam organizada pelo pessoal do Foghat com Johnny Winter, Muddy Waters, John Lee Hooker, Otis Blackwell, Eddie “Bluesman” Kirkland, Dave “Honeyboy” Edwards e outros. A grande maioria dos músicos que estão neste vídeo já morreu…

 

poeiraCast 196 – Accept

Publicado em julho de 2014

por Bento Araujo     16 jul 2014

Publicado em julho de 2014

Record Store Day em Nova York

Um sábado inesquecível: Record Store Day

por Bento Araujo     15 jul 2014

RSD

 

Já pensou sair um dia para comemorar “o dia da loja de disco?” Sim, sabe aquela loja que você tanto adora, que fica perto (ou não) da sua casa, ou do seu trabalho; aquela que sempre te salva num dia triste, quando você brigou com a namorada ou com a sua mãe? Então já pensou em dedicar um dia a essa loja e a tantas outras que bravamente seguram as pontas em plena era da pirataria e dos downloads desenfreados? É isso que tem acontecido lá fora, desde a criação de um grande evento chamado Record Store Day. Tive o prazer de passar o Record Store Day numa cidade que é sinônimo de lojas independentes sensacionais de LPs, Nova York, e abaixo vou descrever um pouco o feeling do lance todo…

O RSD foi criado por um sujeito chamado Chris Brown. Ele e mais alguns amigos resolveram fundar um site (www.recordstoreday.com) e celebrar uma vez por ano a cultura que envolve as cerca de 700 lojas independentes de discos dos EUA. O lance cresceu tão rapidamente que lojas inglesas, e também de toda a Europa, aderiram à comemoração, e hoje a data é festejada por colecionadores e lojistas do mundo todo, sempre no terceiro sábado do mês de abril. A primeira edição aconteceu em 2008 e foi oficialmente aberta pelo Metallica, dentro da Rasputin Records, uma loja de discos de São Francisco.

Lojistas, clientes, músicos e selos se unem para celebrar a arte de comprar e vender discos, tudo de forma independente. Shows intimistas acontecem gratuitamente dentro das lojas, promoções relâmpago são promovidas, DJs assumem suas pick-ups, e ainda rolam meet and greet com artistas, tardes de autógrafos, performances acústicas, body painting, paradas, concursos, e muito mais. Os próprios músicos incentivam totalmente o RSD e a cereja do bolo da festa são os lançamentos exclusivos, lançados de forma limitada para serem comercializados somente no RSD e nas lojas independentes participantes do evento. Segundo o site oficial do RSD, só são aceitas na festividade, lojas independentes, reais e “vivas”. Sites, grandes cadeias, livrarias e demais gigantes corporativos não são aceitos e muito menos bem vindos.

Record Store Day em NYCOs itens exclusivos do RSD movimentam uma quantia considerável nas lojas, e são geralmente compactos e EPs em vinil, numerados e exclusivos para o dia festivo. No sábado, as bolachinhas são disputadas a tapa nas lojas, e no domingo, muitos deles já estão no eBay a preços exorbitantes, sendo leiloados por colecionadores do mundo todo. Detalhe: cada cliente só pode comprar uma unidade de cada item, justamente para “evitar o inevitável”, ou seja, esse tipo de superfaturamento no eBay.

Dentre os lançamentos exclusivos do ano de 2010 (veja lista mais abaixo) o do John Lennon foi o mais disputado, sendo que por volta do meio dia do sábado o item já havia se esgotado em todas as lojas de Manhattan. Consegui uma cópia com muito sufoco…

Para conseguir meu Singles Bag do Lennon, cheguei cedo, às 10 horas da manhã numa loja do Village, a Rebel Rebel, que ficava próximo do meu hotel (o legendário Chelsea). Cheguei em frente a vitrine da Rebel Rebel e o proprietário estava abrindo seu estabelecimento. Seu funcionário colocava na calçada as caixas de plástico repletas de LPs de um dólar; enquanto isso um grupo de cerca de seis pessoas se acotovelava na frente da vitrine para tentar pescar algum peixinho exclusivo do RSD.

Com a luz da loja ainda apagada, com tudo escuro lá dentro, o pessoal começou a entrar e o dono avisou que os discos exclusivos do RSD estavam em duas caixas de papelão, bem no meio do corredor. Consegui colocar debaixo do braço um EP do Jimi Hendrix ao vivo e estava buscando principalmente o Singles Bag do Lennon e o compacto de 7” do Them Crooked Vultures.

Os itens iam evaporando na escuridão: Springsteen, Morrissey, REM, Lennon, Neil Young e Lady Gaga eram os mais disputados. Nisso, avisto um Singles Bag num mostruário atrás do balcão, e parto em direção a ele; faltava poucos segundos para a minha comemoração, quando, simplesmente do nada, chega uma moça falando no celular e com um carrinho de bebê…

Ela esbarrou no meu pé, me deu um tranco de leve, um sorrisinho amarelo e pediu para o lojista a última cópia do bag do Beatle… “Amor, acabei de achar aquele do Lennon que você me pediu hoje no café da manhã!”, era o que ela falava com o sortudo do marido pilantra…

Cheguei a desconfiar: “Será que aquela garota estava carregando um boneco no carrinho, só para ter preferência na hora de fisgar os discos nas pequenas e apertadas lojas?” Você sabe do que estou falando, nessas horas o racional nos abandona por completo…

Bleecker Street RecordsPaguei o meu Hendrix e rumei para a próxima loja, caminhando pelo agradável West Village (e pensando que ali andavam Hendrix, Dylan, Al Kooper e muitos outros).

A próxima parada foi na excelente Generation Records. Maior e bem mais organizada do que a Rebel Rebel, ali eles tinham um quadro de avisos branco com todos os lançamentos exclusivos do dia.

Para o meu desespero, muitos já estavam “riscados,” ou seja, já haviam esgotado, e olha que era ainda antes do meio dia. Mesmo assim consegui pegar alguns itens pra minha coleção, como o compacto dos Stones com “Plundered My Soul” (uma inédita das sessões de Exile On Main Street!); e um compacto picture do Coheed and Cambria. A Generation Records é sensacional; maior moçada descolada conversando dentro e fora da loja; no primeiro andar, CDs e DVDs; no andar subterrâneo, vinil, compactos e camisetas transadíssimas. Ali embaixo também iriam rolar shows exclusivos de músicos “habituês” do local. Pra melhorar ainda mais, a loja tinha dois caixas, um na parte inferior e outro na parte superior. O da parte superior era infinitamente melhor, com uma garota maravilhosa toda tatuada e mal encarada, trajando uma camiseta vintage do Nuclear Assault e ouvindo Celtic Frost no volume 11. A beldade atende pelo nome de “Rusty” e no site da loja ela dá umas dicas dentro do menu “Staff Picks”. Quando eu olhei, as dicas dela eram Kreator e Witchcraft, sem contar que o avatar dela no site é a “Moranguinho”.

Várias lojas bacanas estão no Village, algumas delas na Bleecker Street. A própria Bleecker Records é parada obrigatória, com uma vitrine que já faz você arrancar seus cabelos. Mesmo esquema da Generation: CDs e DVDs na parte de cima e LPs e compactos na de baixo. Tudo impecável, organizado e limpo. Mais aquisições do RSD: compactos dos Doors, Neil Young, Elvis e um duplo do Rodriguez, compositor cult de Detroit que recentemente foi redescoberto. Mas faltava ainda o maldito Singles Bag do Lennon…

Rodei por mais algumas lojas: Village Music World, Record Runner, Rock and Soul Records, Bleeckerbobs, Gimme Gimme Records e Other Music. Várias aquisições bacanas: Spirit, Beacon Street Union, Sly And The Family Stone, Idris Muhammad, Savoy Brown, Holy Moses, The Fugs, etc. Tudo num preço excelente.

O evento bizarro do dia aconteceu na loja Kim’s Video & Music. Lá estava eu comprando algumas revistas e alguns CDs quando de repente acontece algo cinematográfico: o dono do estabelecimento sai do balcão e começa a quebrar boa parte da sua própria loja, e na frente dos clientes!

Protegi tudo debaixo do braço (como todo bom “bolha”, vai que ele quebra o que eu estou querendo comprar…), e só fiquei sacando… O cara teve um acesso de fúria e jogou tudo o que estava no balcão no chão. O barulho foi alto e todo mundo parou e ficou olhando para o cara, sem entender o que estava acontecendo. O clima ficou péssimo, aguardei um pouco e fui pagar. O cara estava resmungando, olhando pro chão e xingando sem parar um de seus funcionários. O carinha do caixa, suava em bicas e fazia de tudo para cobrar os meus itens o mais rápido possível. Saí dando risada, pois tinha participado, ao vivo e a cores, de um episódio “alta fidelidade” total. Coisa de louco.

Physical Graffiti - NYC

Saí da loja e com várias sacolas debaixo do braço parti para outro point obrigatório de Nova York, o antigo prédio na St. Marks Place onde foi clicada a foto que ilustra Physical Graffitti do Led Zeppelin. O prédio está mal cuidado, mas continua idêntico ao da foto, e tem até um brechó com o nome do disco na parte de baixo… Ficar alguns minutos olhando o prédio do outro lado da rua é um programa bem interessante. Parece que você está olhando para a capa do elepê.

Minha aventura terminou na J&R, um complexo de várias lojas que toma conta de um quarteirão inteiro na parte Sul da ilha de Manhattan. Por incrível que pareça, a loja (que também vendia discos) fazia parte do RSD, e adivinhe o que eu achei lá? Meu tão procurado Singles Bag do John Lennon…

Você pode dizer que eu sou um bolha, mas como Lennon dizia: “I’m not the only one”…

Principais lançamentos do RSD (18/04/2010)

Jimi Hendrix – Live At Clark University (cinco faixas gravadas ao vivo em 1968, vinil colorido de 12”). 5000 cópias.

The Rolling Stones – Plundered My Soul (compacto de 7” numerado, contend no Lado A um tema inédito das sessões de gravação de Exile On Main Street). 10.000 cópias.

John Lennon – Singles Bjohn lennon singles bag RSDag (o item mais cobiçado do RSD deste ano: três compactos, três postais, um pôster e um adaptador de vitrola exclusivo para tocar 45 rotações, tudo acondicionado num bag de papelão numerado). 5000 unidades foram prensadas.

Elvis Presley – That’s Alright Mama/Blue Moon Of Kentucky (réplica do primeiro compacto do mestre pela Sun Records, inclui download gratuito). 2000 cópias.

Flaming Lips – Dark Side Of The Moon (a banda recriando o clássico do Floyd, num vinil verde de 12”). 5000 cópias.

The Doors – People Are Strange/Crystal Ship (compacto de 7” em comemoração ao lançamento do novo filme da banda). 2500 cópias.

Moby Grape – Rounder/Sitting By The Window (compacto de 7” com duas faixas ao vivo registradas em 1967 e 1969). 2000 cópias.

Roky Erickson – True Love Cast Out All Evil (um advanced em elepê de 12” do novo disco do mestre). 1000 cópias.

E mais: Ramones, Blur, The Rationals, Sonic Youth, REM, Mastodon, Jeff Beck, Muse, Pantera, Neil Young, Fela Kuti, Weezer, Buddy Guy, Wilco, Drive By Truckers etc.

poeiraCast 195 – Discos estranhos

Publicado em julho de 2014

por Bento Araujo     09 jul 2014

Publicado em julho de 2014

Especial AC/DC

For Those About To Rock, We Salute You!
Edição rara, temos poucos exemplares.

por Bento Araujo     08 jul 2014

OS PRIMEIROS DIAS
Os primeiros dias da banda (1973-1975)

AS TOURS LENDÁRIAS
UK 1976 – A primeira tour do grupo pela Inglaterra e como o AC/DC roubou o show do Rainbow, de Ritchie Blackmore.
USA 1977 – A primeira tour do grupo pelos Estados Unidos.

BON SCOTT – THE LAST DAYS
A pZ relembra a morte de Bon Scott em uma matéria que retrata os seus últimos dias.

BACK IN BLACK
As gravações do disco de rock mais vendido do mundo.

OS DISCOS CLÁSSICOS
Comentários detalhados dos principais discos do grupo, com detalhes sobre as gravações, ficha técnica completa, detalhes sobre as capas, versões australianas dos álbuns e trechos de resenhas que foram publicadas na época.

OS 10 MELHORES SHOWS DA HISTÓRIA DO GRUPO
E também os 10 piores.

BRASIL 1985 E 1996
As passagens anteriores do grupo pelo Brasil, no Rock In Rio (1985) e na tour do álbum Ballbreaker, em 1996.

LONDRES 2009
Resenha do show no Wembley Stadium, em junho de 2009. A poeira Zine foi ainda até Londres para assistir um show da Black Ice World Tour e adiantar tudo para você.

FAMÍLIA AC/DC
AS 10 bandas da “família AC/DC” que você não pode deixar de ouvir, estrelando: Geordie, Easybeats, Fraternity, Home, Buster Brown etc.

As 15 MELHORES CANÇÕES DA BANDA
Escolhidas pelos leitores da pZ e comentadas por nomes como Ronnie James Dio, Alice Cooper, Joe Perry, Glenn Hughes, Billy Gibbons, Rob Halford, Joe Satriani, Steve Morse e muitos outros.

pZ 25

Budgie, Magma, Damo Suzuki, Liverpool, New York Dolls, Willie Dixon, Steely Dan, Neil Young etc.

por Bento Araujo     07 jul 2014

BUDGIE
O hard poderoso desse trio do País de Gales! A trajetória do grupo, a influência nas bandas de metal da década de 80 e muito mais. Inclui uma entrevista exclusiva com o baterista Ray Phillips e discografia comentada.

MAGMA
“Ele viajou no tempo, se deslocou no universo, viveu novas civilizações, testemunhou batalhas épicas e voltou para contar”… A espetacular saga de Christian Vander e seu combo fusion espacial…

DAMO SUZUKI
Um bate papo franco e amigável com o ex-vocalista do Can.

PUB ROCK
O rock de boteco de bandas como Dr. Feelgood, Brinsley Schwarz, Ian Dury, Ducks Deluxe, Eddie & The Hot Rods e muitas outras. Inclui os dez álbuns essenciais do estilo.

LIVERPOOL
A trajetória dos mestres do rock gaúcho dos anos 60. Todas as aventuras de Foguete e dos irmãos Lessa. Da Vila do IAPI para o mundo…

SHOWS NO REINO UNIDO
As aventuras do editor da pZ pelo Reino Unido, assistindo shows de Neil Young, Jeff Beck, AC/DC, Steely Dan, UFO, Chickenfoot, Terry Reid, Zappa Plays Zappa… e mais canjas de Paul McCartney, David Gilmour e Mick Taylor…

Mundo Bolha: Sky Saxon, Amboy Dukes, Dennis Wilson, A Concert For Bangladesh, Neil Young, AC/DC, Rory Gallagher etc.

Capas Históricas: New York Dolls (New York Dolls)

Pérola Escondida: Phantom

Have a Nice Day: “Tobacco Road” (The Nashville Teens) & “Smile a Little Smile For Me” (The Flying Machine)

Blues n’ Soul: Willie Dixon / Temptations

Quem se Foi: Zé Rodrix, Hugh Hopper, Allen Klein, Koko Taylor etc.

pZ 24

Van der Graaf Generator, Stone The Crows, Almendra, O Peso, Black Oak Arkansas, The Bubbles, Alexis Korner etc.

por Bento Araujo    

Van Der Graaf Generator
Doze paginas sobre um dos grupos mais amados e odiados do rock progressivo! Inclui urna entrevista exclusiva com PETER HAMMILL!

Stone The Crows
A trajetória emocionante de Maggie Bell, Les Harvey e James Dewar nessa banda que impressionou até gente como Jimmy Page e Peter Grant…

Almendra
Tudo sobre o grande combo argentino liderado por Luis Alberto Spinetta.

Black Oak Arkansas
Entrevista exclusiva com o vocalista Jim Dandy, com perguntas escolhidas pelos leitores da pZ! Dandy foi franco e bem humorado ao falar sobre sua experiência de fumar maconha com Bill Clinton e quase substituir Ozzy no Black Sabbath.

O Peso
Tudo por detrás do lançamento em CD do disco Em Busca do Tempo Perdido, original de 1975. Para a missão a pZ entrevistou quatro membros do grupo: Gabriel O’Meara, Carlinhos Scart, Constant Papineau e Geraldo D’arbilly.

The Bubbles
Tudo sobre a lendária banda carioca que sacudiu a Guanabara dos anos 60.

Mundo Bolha: Golden Earring, Otis Redding, The Crowd, Attila, Chris Farlowe, Mick Ronson, The Who, Bowie, etc.

Capas Históricas: Layla… (Derek and the Dominos)

Pérola Escondida: Jeff Simmons

Have a Nice Day: “One Toke Over The Line” (Brewer & Shipley) & “Dancing In The Moonlight” (King Harvest)

Blues n’ Soul: Alexis Korner / Eric Burdon & War

Quem se Foi: Dewey Martin, Barrosinho, Uriel Jones, Ian Carr, Reg Isidore.

pZ 23

Traffic, Spirit, Papa Poluição, Soft Machine, Robin Trower, Count Five, Sly, Jobriath etc.

por Bento Araujo    

TRAFFIC
Nessa edição, toda a riqueza sonora do Traffic, estrelando: Steve Winwood, Jim Capaldi, Chris Wood, Dave Mason, etc. A vida no campo, as jams, o virtuosismo, a relação com Eric Clapton, a rivalidade com o Procol Harun, etc.

SPIRIT
A trajetória emocionante de Randy California, Ed Cassidy e uma das mais importantes bandas psicodélicas da costa oeste norte-americana.

SOFT MACHINE
30 coisas que você precisa saber sobre o genial Third, a obra-prima da banda de Robert Wyatt…

ROBIN TROWER
Entrevista exclusiva com o guitarrista, com perguntas escolhidas pelos leitores da pZ! Trower foi franco ao falar sobre as comparações eternas ao grande Jimi Hendrix, relembrou do inesquecível companheiro James Dewar, mas se recusou a comentar algo sobre a polêmica ao redor dos direitos autorais de “A Whiter Shade Of Pale”…

PAPA POLUIÇÃO
Ayrton Mugnaini Jr. desvenda bravamente todas as peripécias dessa grande banda esquecida do nosso rock.

Mundo Bolha: Lynyrd Skynyrd, Eddie Kramer, Purple Records, The 14 Hour Technicolor Dream, Mott The Hoople, etc.

Capas Históricas: There’s A Riot Going On (Sly and the Family Stone)

Canções que Mudaram o Mundo: “Gimme Shelter” (Rolling Stones)

Pérola Escondida: Jobriath

Have a Nice Day: “Psychotic Reaction” (Count Five) e “Summertime” (Billy Stewart)

Blues n’ Soul: Jo Ann Kelly / Undisputed Truth

Quem se Foi: Ron Asheton, Billy Powell, John Martyn, Lux Interior, Deborah Carvalho, Kokinho Gennari etc.

pZ 17

Edição rara, temos poucos exemplares.
T.Rex, Ian Hunter, Brian Eno, Elton John, Bryan Ferry, Roy Wood, Slade, Sweet, Gong, West Bruce & Laing, Ken Hensley, Joelho de Porco, Casa das Máquinas, Blind Faith, Steely Dan, Stretch, Scott Mckenzie, Georgia Satellites etc.

por Bento Araujo    

T.REX
O auge e a decadência do T.Rex em 1972 e um especial com os 11 craques da seleção britânica do Glam Rock, trazendo nomes como Mick Ronson, Ian Hunter, Brian Eno, Elton John, Bryan Ferry, Roy Wood e integrantes do Slade, Sweet etc.

GONG
Uma pitada de Space Rock aparece na matéria do Gong, uma banda/comunidade que deu o que falar na cena do prog rock dos anos 70. Daevid Allen e sua turma estão bem representados num especial sobre a trilogia vinílica: Flying Teapot, Angel’s Egg e You.

WEST BRUCE & LAING
Para os amantes do Hard Rock setentista, esta edição da pZ traz a história do West Bruce & Laing e de quebra uma exclusiva com o batera Corky Laing, contando tudo sobre o período e comentando os três discos do grupo.

E Mais: Entrevista com Ken Hensley, Joelho de Porco, Casa das Máquinas etc.

Capas Históricas: Blind Faith (Blind Faith)

Canções que Mudaram o Mundo: Rikki Don’t Loose That Number (Steely Dan)

Pérola Escondida: Stretch

Have a Nice Day: Scott Mckenzie / Georgia Satellites

pZ 16

Duane Allman, Vanilla Fudge, Tim Buckley, The Nice, Ten Years After, The Electric Prunes, Moby Grape, Them, Captain Beefheart, Amon Düül, Stevie Ray Vaughan, Zombies, Curtis Mayfield, Tom Zé, Euphoria, Strawberry Alarm Clock, O Peso etc.

por Bento Araujo    

DUANE ALLMAN
São dez páginas dedicadas ao músico e a sua obra musical. Na matéria você confere uma discografia comentada dos trabalhos principais de Duane, detalhes sobre seu equipamento, seu encontro histórico com Eric Clapton, sua morte trágica e inesperada e como ele transformou um vidrinho de remédio no mais conceituado slide do mundo guitarrístico.

1967
Temos também um especial que aborda alguns clássicos esquecidos lançados em 1967: Vanilla Fudge, Tim Buckley, The Nice, Ten Years After, The Electric Prunes, Moby Grape, Them, Captain Beefheart, etc.

AMON DUUL
Uma pitada de Krautrock aparece na matéria do Amon Düül, uma banda/comunidade que deu o que falar na Alemanha dos anos 60 e 70.

E Mais: Stevie Ray Vaughan, Zombies, Curtis Mayfield

Capas Históricas: Todos os Olhos (Tom Zé)

Canções que Mudaram o Mundo: I Don’t Wanna Talk About It (Crazy Horse)

Pérola Escondida: Euphoria

Have a Nice Day: Strawberry Alarm Clock / O Peso

pZ 15

Edição rara, temos poucos exemplares.
UFO, Bowie + Iggy, Atomic Rooster, Pink Fairies, Budgie, Randy California, James Brown, Genesis, Novos Baianos, Quintessence etc.

por Bento Araujo    

UFO
Dessa vez a pZ resolveu desvendar a ufologia secreta do rock. O UFO foi uma das grandes bandas do rock pesado inglês dos anos 70, grupo que colocou no mapa um dos maiores guitar-heroes da época, Michael Schenker. Nessa matéria, não só a fase com Schenker é abordada, mas também o início da banda, numa primeira fase de Space Rock, até os dias atuais, quase sempre capitaneados por Phil Moog e Pete Way.

BOWIE + IGGY
David Bowie e Iggy Pop também marcam presença num especial sobre o ano de 1977 na carreira da dupla. Há 30 anos atrás eles se mandaram para Berlim, visando dar um tempo com as drogas pesadas e produzir música inovadora. Foram quatro álbuns em apenas um ano: Low, The Idiot, Heroes e Lust For Life. Teoricamente dois de Bowie e dois de Iggy, mas na prática, quatro álbuns da dupla. Tudo sobre a lua de mel mais famosa da música pop.

E Mais: Atomic Rooster, Pink Fairies, Budgie, Randy CalifOrnia etc.

Como Comprar: James Brown

Capas Históricas: The Lamb Lies Down On Broadway (Genesis)

Canções que Mudaram o Mundo: Preta Pretinha (Novos Baianos)

Pérola Escondida: Quintessence

Have a Nice Day: Christie / Liverpool Express

pZ 13

1966, James Gang, Patrick Moraz com Vímana e Som Nosso, Freddie King, Smile, MC5, Uriah Heep, Comus etc.

por Bento Araujo    

Você já reparou a importância do ano de 1966 para a história do rock?
Sim, nesse ano foram lançadas obras do quilate de Revolver, Pet Sounds, Freak Out, Blonde on Blonde, Aftermath, Face To Face, Fifth Dimension e muitas outras. 1966 foi o ponto de convergência. O pontapé de uma nova era na música, na arte e nos costumes. Como Keith Richards definiu, foi quando a década deixou de ser monochrome para se tornar technicolor. Essa edição da pZ traz um completo panorama desse ano histórico, estrelando Beatles, Who, Small Faces, Stones, Byrds, Zappa, John Mayall, Velvet, Dylan, Cream, Hendrix, Beach Boys e O’Seis (pré-Mutantes).

Outro destaque desta edição é uma matéria com o James Gang, uma das bandas mais idolatradas do hard norte-americano. As aventuras da banda pelos anos 70 e a atuação guitarrística de lendas como Joe Walsh, Tommy Bolin e Domenic Troiano estão documentadas.

E Mais: Patrick Moraz com Vímana e Som Nosso, Freddie King, Smile etc.
Capas Históricas: Demons and Wizards (Uriah Heep)
Canções que Mudaram o Mundo: Kick Out The Jams (MC5)
Pérola Escondida: Comus
Have a Nice Day: Pacific Gas & Electric / Ashton Gardner & Dyke

 

A Barca do Sol

A trajetória da imponente banda do progressivo brasileiro

por Ricardo Alpendre     04 jul 2014

A Barca do Sol

O ouvinte e o crítico de rock normalmente concordam ao menos em uma coisa: o desejo de ir logo categorizando bandas, músicos e artistas sob rótulos pré-estabelecidos. Hoje, através do prisma da história, raramente um de nós resiste à tentação de decretar, com propriedade, que A Barca do Sol foi um representante brasileiro do rock progressivo; sem deixar de mencionar, claro, o fortíssimo elemento folk.

Mas, em meados da década de 70, essa forma de simplificar as coisas não era tão evidente ao se ouvir o som de grupos como esse. Na verdade, a banda carioca produzia uma música desprendida das referências, que acabou por representar então, a partir de elementos já consagrados décadas antes, uma das versões do que se fazia de vanguarda no período.

Em 1976, logo após o lançamento do segundo LP, Durante o Verão, os integrantes respondiam ao Jornal de Música a respeito dessa liberdade criativa, em uma espécie de entrevista-manifesto. Nas palavras do violonista, violista e cantor Muri Costa, a Barca não tinha “nem linha nem estilo”. Ele explicava: “A nossa linha é exatamente não ter linha nenhuma. Acho que a música brasileira está sufocada entre o rock e o samba. São duas formas. Se a tua música cabe na forma, toca no rádio, faz sucesso, acontece o diabo. Se não cabe, ela não presta. Nós não somos um conjunto de rock, nem um conjunto de samba. Nós somos um conjunto de música.”

De fato, eles vinham trabalhando muito para abrir “no braço” espaços nas emissoras de rádio. Naquele momento, o auge da carreira do grupo, os músicos se revezavam em visitas a todas as emissoras de rádio das capitais carioca e paulista, conseguindo apenas que fossem inseridas músicas eventualmente na programação da Eldorado nas duas cidades, além da rádio Ipanema, do Rio.

A jornada do grupo, que se prestava a fazer uma música sem compromisso com os padrões midiáticos, havia começado no Rio de Janeiro em 1973, como conta Leonardo Nahoum em sua Enciclopédia do Rock Progressivo, após um período como banda de apoio do cantor Peri Reis. Antes, porém, Muri e seu irmão, o baterista Marcelo Costa, além do violonista e cantor Nando Carneiro, já formavam um trio com o nome A Barca do Sol, título de uma das músicas do grupo. Em um curso de música erudita em Curitiba, os três caíram nas graças de Egberto Gismonti, que estava dando aulas por ali e ofereceu bolsas de estudo a cada um deles.

Em 1974, A Barca do Sol era formada por Muri, Marcelo, Nando, Jaques “Jaquinho” Morelenbaum (violoncelo e voz), Marcelo Stull (baixo), Beto Rezende (guitarra, violão, viola e percussão), Rui Motta (bateria) e Marcelo Bernardes (flauta). Com o apadrinhamento mais que especial de Gismonti e um contrato com a gravadora Continental, eles gravaram o primeiro LP, chamado simplesmente A Barca do Sol. Lançado ainda naquele ano, o álbum já mostra, de início, os belos ornamentos da melodia e dos arranjos em uma cativante sinergia com as letras, em parte compostas pelo poeta Geraldo Carneiro, irmão de Nando e expoente da hoje histórica Geração Marginal, também conhecida como Geração Mimeógrafo, dados os formatos de divulgação dos trabalhos desses artistas.

Como mídia, aliás, não só a música da Barca serviu de veículo para os poetas daquele movimento: em suas apresentações, o grupo incluía também leituras de poemas dos “marginais”, como o próprio Geraldo, além de Cacaso e João Carlos Pádua – este, assim como Carneiro, é letrista de algumas canções dos barqueiros, incluindo a música que deu nome ao grupo e outras três no primeiro disco.

A predominância de instrumentos acústicos e toda a bagagem trazida da música erudita são marcantes nesse primeiro LP. O erudito aparece desde as melodias bastante elaboradas e por vezes incomuns, assim como na instrumentação que incluía violoncelo, violas (de orquestra), flautas e arranjos vocais. As composições e arranjos, intrincados, conferiram aquele caráter “progressivo” ao grupo, logo de cara. E a mistura com as letras ousadas trazia aquele caráter experimental reconhecido no trabalho do grupo. Egberto, além de produzir o álbum, toca sintetizador em duas faixas.

Pouco depois da gravação de A Barca do Sol, o músico inglês Ritchie entrou para a banda como flautista. Ele permaneceu por um curto período e saiu em 1975, indo integrar o Vímana, com Lulu Santos e Lobão – os três, mais tarde, atingiriam sucesso em suas carreiras solo.

Para a gravação do segundo álbum, em 1976, Alain Pierre assumiu o contrabaixo, no lugar de Marcos Stull, e o flautista David Ganc veio preencher a vaga que havia sido de Marcelo Bernardes e Ritchie. Durante o Verão saiu naquele ano trazendo uma mudança mais significativa que as trocas na formação: a ausência de Egberto Gismonti na produção, que foi pelo menos, em parte, compensada pelo trabalho do parceiro de composição Geraldo Carneiro, o que trouxe mais intensidade às interpretações e mais fervor aos arranjos, embora agora talvez menos sofisticados. Na verdade, há mais incursões roqueiras em Durante o Verão do que no disco de estreia, mesmo que todas as características folk e eruditas estejam intactas. É um álbum mais facilmente identificado como rock progressivo, fato tornado evidente em “Os Pilares da Cultura” e na parte instrumental de “Belladonna, Lady of the Rocks”, com um solo de guitarra feroz. Com exceção da doce balada instrumental “Karen” e de “O Banquete”, versada por João Carlos Pádua, todas as faixas contêm letras escritas por Geraldo Carneiro, que se consolidava definitivamente como um integrante extra.

A crítica especializada morreu de amores pelo álbum. O jornalista Aloysio Reys, no Jornal de Música, fez referência ao “cardápio” simulado no encarte (outra colaboração de Geraldo) e ao “Banquete” proposto na música citada para exaltar as qualidades do álbum a ser “devorado”: “Quando abrir a porta do quarto, você pode sentir o estômago vazio, mas vai ter a certeza de que ouviu um excelente LP”. Na entrevista para a mesma publicação, Nando Carneiro exaltava a unidade do grupo: “Quando você ouvir uma música d’A Barca, pode ter a certeza de que ela é o resultado do trabalho conjunto de sete cabeças. Nós somos um conjunto sem líder, porque é assim que dá certo”.

Durante todo esse período, além de compor, gravar e fazer o “trabalho de formiguinha” na divulgação dos discos, a Barca fazia shows, é claro; e, de forma nada surpreendente, sendo explorados por empresários. Muri declarou, sem papas na língua: “Primeiro foi o Jorge Élis. Quando nós lançamos o primeiro LP, ele prometeu tudo o que você pode imaginar para a gente. Logo no primeiro show, a nossa esperança foi pra cucuia. O teatro lotou. Eram 700 pessoas que pagaram 20 pratas pela meia e 30 pela inteira. Sabe quanto sobrou para o conjunto? Menos de 1.700 cruzeiros. Depois de três noites com casa cheia, nós quase ficamos devendo ao empresário. Em uma resenha sobre os shows desse período, no MAM, no Rio de Janeiro, a cronista Ana Maria Bahiana ressaltava a qualidade da apresentação, a ousadia, a originalidade e a evolução do comportamento dos músicos no palco, todos eles muito mais soltos e confiantes. Mas ela fazia ressalvas quanto a um certo excesso de confiança: “(…) a barca resolveu complicar demais o seu som. E aí, muitas e muitas vezes, a peteca caiu. Não é nada fácil sustentar a harmonia toda de um show quando ele é picotado por longas e nem sempre bem conectadas ou bem conduzidas passagens instrumentais. É preciso um fôlego e uma experiência muito maiores do que os que a jovem Barca possui”. Mas, após justificar que em temas menos intrincados (na opinião da escriba, é claro), o grupo se sai muito melhor e arranca os mais entusiásticos aplausos da plateia, ela louva as qualidades da banda, citando o violoncelo “diabólico” de Jaquinho e a bateria de Marcelo Costa.

O próximo álbum realizado, já em 1978 e ainda pela Continental, não foi oficialmente um disco da Barca, embora na prática ele o seja: Corra o Risco é o LP de estreia da cantora-revelação Olivia Byington, tendo A Barca do Sol como banda parceira, mais do que banda de apoio. Um marco na discografia brasileira dos anos 70, Corra o Risco trouxe um repertório em boa parte composto pelos integrantes da Barca com Geraldo Carneiro, que produziu e também colaborou com letras para músicas de Astor Piazzolla, de John Neshling, de Egberto Gismonti e da própria cantora. Olivia ainda incluiu nesse disco músicas que a Barca havia lançado também no álbum de estreia: “Lady Jane”, Brilho da Noite” e “Fantasma da Ópera”.

Após a saída de Jaques Morelenbaum e o rompimento com a gravadora Continental, a Barca gravou para o selo independente Verão Produções Artísticas um terceiro LP, Pirata. Mais regional que os anteriores, Pirata é um álbum de belíssimas canções por trás da aparência de “maldito” que lhe rendem o título e a bela ilustração de capa feita por Tejo Cornelsen. O álbum traz também traços daquela MPB vanguardista que estava nascendo.

Com a separação do grupo em 1981, vários dos integrantes seguiram com carreiras musicais de prestígio, como são os casos de Muri Costa e de Nando Carneiro. Este, importante violonista, lançou álbuns pelo selo Carmo, de Egberto Gismonti. Mas o que seguiu com mais prestígio entre todos eles foi Jaques Morelenbaum, que durante anos foi o arranjador de Tom Jobim e de Caetano Veloso, tornando-se, a partir daí, um dos principais arranjadores do Brasil, e um dos mais requisitados.

As influências da Barca no rock progressivo brasileiro após a existência da banda é nítida. O grupo carioca Quaterna Réquiem, que alcançou certa projeção na década de 90, é um exemplo importante, com seus elementos folk e eruditos nas composições e arranjos. Os mineiros do Cartoon, na ativa desde 1995, também representam uma continuação do legado, com uma musicalidade ousada e músicas imprevisíveis, eles fazem música sem concessões, bem ao espírito d’A Barca do Sol. Em outro estilo, os paulistanos do Pedra trazem algumas das mesmas referências de MPB/folk setentista.

O mais importante é que, quem ouviu A Barca do Sol, nunca quis parar de navegar.

Texto originalmente publicado na pZ 53.

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